domingo, abril 18, 2010

Celebrando a Lusofonia na ilha da Magia


(Da esq. Para a dir., Marco Santos, Zelia Borges, o moderador Tiago Anacleto-Matias, Sergio Prosdócimo, José Gil e Sandra Makowiecky)

Entre 5 e 9 de abril, estive em Florianópolis, a ilha da magia, para participar do 13º. Encontro da Lusofonia/5º. Colóquio Açoriano a partir do convite feito pelo ilustre prof. Dr. Chrys Chrystello para apresentar trabalho sobre o meu livro “Popularíssimo: o ator Brandão e seu tempo”. Este grande artista, que biografei, era nascido em Lomba da Maia, na ilha de São Miguel, nos Açores (território insular de Portugal).

Os encontros de lusofonia foram criados pelo Dr. Chrystello para celebrar e divulgar o conjunto de identidades culturais existentes em países, regiões, estados ou cidades falantes da Língua Portuguesa. Para quem não sabe, o português é falado como língua oficial (ou uma das línguas predominantes) por cerca de 230 milhões de pessoas em todo o mundo, distribuídas em quatro continentes, nos seguintes países e regiões: Portugal, Brasil, Galiza (norte de Portugal e Espanha), Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Goa, Malaca, Macau e Timor-Leste.

(Mesa em que eu estava e que foi filmada pela TV Portuguesa)

Mas antes de falar de minha modesta participação no encontro, que tal clicar na setinha para ouvirem, enquanto leem, uma joia preciosa do cancioneiro açoriano, em arranjo e execução da pianista professora maestrina Ana Paula Andrade (que filmei com minha modesta câmara digital)?

Bem, no ano passado, eu recebi o convite do Dr. Chrystello, que tinha visto lá nos Açores um exemplar de meu livro (este que está representado na coluna ao lado). Aceitei de pronto, muito honrado e preparei a palestra e o texto que agora faz parte dos anais do Encontro.

(Marco, participando dos debates com professores palestrantes)

Na segunda-feira, 5/4, entrei no jato com destino à Florianópolis, capital catarinense onde há marcante presença açoriana de colonos que ajudaram a fundá-la (por conta disso, naqueles dias seria considerada como “Açorianópolis”). Exatamente por essa influência, a ilha guarda diversas ligações culturais com os Açores, incluindo a crença em bruxas, feiticeiras, lobisomens, boitatás e outras figuras mitológicas.

Eu fiz parte de uma mesa onde falaram também a professora Luz Carpin, da Faculdade de Palhoça/SC, a profa. Zelia Borges, da Universidade Mackinzie/SP (eu dei a ela um exemplar do meu livro e ela, olha que gentil, já me escreveu dizendo que está adorando e que só larga o livro para se alimentar, o que está gerando protestos de seu esposo que disse “que esse livro deve ser muito bom, para você nem me dar atenção”...), o ator e produtor de Teatro Sergio Prosdócimo, do Grupo Gira Teatro, de Florianópolis, o ator e poeta português José Gil e a profa. Sandra Makowiecky, da UFSC. Todos fizeram palestras interessantíssimas, que me deixaram particularmente encantado!

(Prof. Evanildo Bechara ao lado de um simples palestrante)

Desde a abertura dos trabalhos eu já estava me sentindo no Paraíso, por estar assistindo palestras a respeito do acordo ortográfico da Língua Portuguesa, ministradas pelos eminentes professores Evanildo Bechara, imortal da ABL, e João Malaca Casteleiro, membro da Academia das Ciências de Lisboa. Ambos são os grandes fiadores e organizadores do Acordo Ortográfico. E depois de vê-los e ouvi-los, terem-nos na plateia nos ouvindo é de se sentir no céu com diamantes, que nem a Lucy. O professor Bechara é um príncipe da nossa língua, pessoa extremamente afável, eu tirei fotografias com ele, me dizendo honradíssimo por estar ao lado de um dos autores de minha adolescência, porque estudei nos livros de português do prof. Evanildo.

(Ana Paula, o Prof. João Malaca Casteleiro, um autor carioca e o prof. Luciano Pereira, do Instituto Politécnico de Setúbal-PORT)

Da mesma forma, tirei foto e conversei rapidamente com o professor Malaca Casteleiro, que, no último dia sentou-se à mesa do café onde eu estava com alguns amigos que fiz no Colóquio e, para minha extrema honra, ele riu e se encantou com minhas expressões “escutando cabelo crescer” e “dar uma geral no teclado” (escovar os dentes). Uau! Já pensou? Uma hora dessas, verei dicionarizada em Portugal minhas expressões e presenciarei portugueses dizendo que vão escutar cabelo crescer quando quiserem dizer que não vão fazer nada! E olha que ele nem ouviu as minhas expressões referentes ao ato sexual! Já pensou se ele me ouve falando “gratinar o caneloni”, “afogar a cobra caolha” etc? Eu ia virar verbete no Léxico da Língua Portuguesa!

(Da esq. Para a dir.: Ana Paula Andrade, José Carlos Teixeira, Anthony de Sá, Luciano Pereira, Estelita, Sandra e Marco)

Aqueles foram dias maravilhosos, onde conheci pessoas fantásticas, com destaque para o José Carlos Teixeira, açoriano atualmente radicado no Canadá, onde é professor na British Columbia University, e de quem virei amigo de infância. E também das professores gaúchas Sandra e Estelita, da profa. Ana Franco, da Universidade de Lisboa, do bonecreiro (é assim mesmo que se escreve) açoriano Roberto Medeiros, do autor premiado Anthony de Sá, filhos de açorianos de Lomba da Maia que migraram para Toronto, no Canadá.

(Da esq. Para a dir.: Roberto Medeiros, Ana Franco, o músico William e sua esposa a profa. Valeria Condé, da USP, Marco, Ana Paula, José Carlos e Sandra, no restaurante Açores, onde traçamos uma ótima sequência de camarão)

Lá, Anthony nasceu e é onde vive e onde lançou recentemente “Barnacle Love” (“Terra Nova” na versão portuguesa do livro), da violonista galega Isabel Rei, da citada maestrina Ana Paula Andrade, do Dr. Chrys Chrystello, um verdadeiro fidalgo e bravo lutador pela lusofonia (ele me deu uma bandeirinha de Lomba da Maia, terra do Brandão, gesto que me emocionou de verdade e que guardarei com carinho para sempre).

(Chrys Chrystello e Marco, com a bandeirinha de Lomba da Maia)

Não posso deixar de citar o pessoal da organização do evento em Florianópolis, Rosa Madruga, Cristina Vianna, Augusto de Abreu, que me cumularam de atenções e presentes... Enfim, uma plêiade de pessoas que passam a morar num triplex de luxo de frente para o mar no meu coração.

(Marco com a bandeira de Lomba da Maia, terra do ator Brandão, lugar que ele espera conhecer um dia...)

*
Nesta semana que passou, eu fiquei afastado da blogosfera por conta dos preparativos para o lançamento do livro “Veredas de Brasília – as expedições geográficas em busca de um sonho”, em que trabalhei arduamente nestes últimos três meses e que será finalmente lançado na segunda-feira 19/4. No próximo post falarei sobre isso.
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Ana Paula Andrade tocando música do cancioneiro açoriano com alunos da UFSC no Encontro da Lusofonia, em Florianópolis/SC. Agradeço muitíssimo à amiga e maestrina por ter me autorizado a divulgar esta apresentação em meu blog.

16 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!

Eu vim procurar atualizações e saber de seu sumiço e o que encontro? Puxa, como você é chique! Imagino que tenha sido um encontro muito proveitoso e que todos tenham ficado encantados com o livro e com sua palestra. Parabéns pelo seu belo trabalho!

Beijo procê e pro povo do Rio que tem sofrido com estas chuvas.

MARCOS DHOTTA disse...

Quão orgulhoso fico só em saber que seu talento literário é reconhecido dessa forma. Parabéns meu amigo!

Cláudia disse...

Oi querido
Que legal, andava afastada da blogosfera também, infelismente não é por lançar um livro, fato esse que no melhor sentido da palavra invejo-o profundamente, rs, mas é por correr contra o tempo, as vezes acho que o tempo passando rápido como anda, anda afetando meu tico e teco ( lembrei de vc. agora...tico e teco é meu lado direito e esquerdo do cérebro, rs...que andam em eterno conflito )...então o tempo anda correndo demais.
Mas fico feliz por vc. e adorrooooo quando vejo as pessoas satisfeitas com trabalho, que fazem planos, pessoas de bom corãção como vc. é.
Parabéns e BOA SORTE hoje!!!!!!!!!!

Lula 2x1 disse...

Meu garooooooto!!!
A família Rocha APLAUDE, babando, o sucesso do ilustre filho de Dona Ruth. É um orgulho tê-lo como amiguirmão!
Parabéns! PARA O ALTO E AVANTE!!!!



P.S.: Ontem teve jogo no Maraca?

Diário de Mil Folhas disse...

Oie Marco... e eu que achei teu blog por acaso e pensei: -Nossa, mas esse cara escreve horrores...que talento sub aproveitado...

Q nada...agora está tudo explicado...já és uma celebridade literária! Parabéns! :)

guiga disse...

Açores, que maravilha!
Apenas conheço a Ilha Terceira e vim de lá apaixonada!
Tens de visitar um dia!
Fico feliz pelo teu sucesso!
Viva a Língua Portuguesa!!! :D
*.*

Dilberto L. Rosa disse...

A tietagem é mais do que justa, meu caro: um paraíso, sem dúvida, entre tantos bambas e mestres de nossa Língua! E que venham mais livros (aproveitoe compro logo os dois diretamente de tua mão, uma vez que inda não li "Popularíssimo"!)! Abração!

Anônimo disse...

Marco,
Que bom que você é uma dessas pessoas com quem os outros aprendem somente coisas muito boas!

maith disse...

Quanta informação! Seu blog é cultura só! Parabens por tudo que vem fazendo de grandioso. Sucesso sempre!

dade amorim disse...

Superlegal, Marco! Uma alegria ver essa atividade, a divulgação e o estímulo que represnta. Melhor que tudo: merrecidíssimo!
A foto do Evanildo Bechara com você me lembrou o prêmio recebido por Como se livrar de Glória, em 2005, da comissão julgadora presidida por ele, e a simplicidade com que se comunica com a gente.
Muito sucesso, amigo Marco!
Beijo.

nina rizzi disse...

marco, mas que bela potagem-atividade, meu caro :)

quanto ao seu comntário no ellenismos, sim, eu volto. sigo hoje pra o interior do ceará, mas no máximo em uma semana estou de volta ;)

um beijo.

Janaina disse...

Marco, querido! Que bom que você também está voltando... eu vou tentando aos poucos.
Que chique esse evento. Adorei a "reportagem" que você fez sobre ele. Parabéns.
Beijos saudosos.

Evelize disse...

Parabéns pelos seus livros e bem vindo a Santa e bela Catarina.
Abços

Ronie disse...

Tá bom Marco! Parabéns, estamos orgulhosos, blá, blá, blá...desejamos sucesso, blá, blá, blá. Mas, cadê o post de Brasília?

Julio Cesar Corrêa disse...

Deve ter sido bonita a festa, pá! Vejo com muita alegria o crescimento da lingua portuguesa em todo mundo. Floripa é uma delícia. Infelizmente a maioria dos turistas não reservam um tempo para conhecer a melhor a cultura local. Além dos açorianos, há uma pequena população indígena na ilha.
Parabéns pelo sucesso mais do que merecido. Só não fique besta. rs
abração

maith disse...

Parabens pelo lançamento do livro e por todo o sucesso merecido que tem alcançado. Saber algo mais sobre a nossa capital é sempre muito interessante. A ideia de transferi-la para o planalto goiano realmente não é nova. Ouço falar dela desde criança, mas quem concretizou foi o Juscelino. Eu acho que cada qual tem o seu valor, pois ninguem faz nada sozinho.Foi um prazer estar aqui e tomar conhecimento de tanta coisa boa.
Mais uma vez, parabens!

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