segunda-feira, fevereiro 21, 2011

O tempo passa, o tempo voa...


Bem, amigos do Antigas Ternuras. Admito que estava decidido a fechar esta quitanda, já tinha até escrito o post derradeiro. Ia cerrar as portas por estar envolvido em muitos projetos, e já não tinha prazer e disposição para dizer nada por aqui. Queria outros desafios, outras motivações.
Mas o tempo passou, refleti com mais vagar e decidi não fechar de vez. Entretanto, só virei aqui escrever algo quando me der na telha, estiver com tempo disponível, e tiver algo minimamente interessante para dizer. Daqui por diante, não haverá periodicidade.
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Isto posto, vamos ao que interessa. Ao novo post.
Eu troquei de celular noutro dia e fiquei admirado com as coisas que ele pode fazer. Tem TV, rádio, cinema, internet, toca música... E até serve para ser usado como telefone, vejam vocês! Não me canso de me espantar com a modernidade.
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Para quem tem 11, 12 anos, não acha nada de mais nestes tempos. Acontece que vivi a maior parte de minha vida no século passado. Não tinha telefone em casa e, como já contei aqui, em caso de precisão, se quisesse falar com alguém, tinha que pegar ônibus para ir na Telefônica (Companhia Telefônica Brasileira, os mais veteranos devem estar lembrados...) ou ir na farmácia do Seu Henrique, que era bem mais perto. Na CTB, íamos até um balcão, dávamos o número desejado e esperávamos aquela vozinha fanhosa dizer: “Marco... Cabine 3...”. Depois de falar – sempre brevemente – passávamos no caixa para pagar pelos minutos usados.
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Era o tempo do telefone preto, da televisão com seletor de canais e bombril na antena, do rádio de válvulas, da máquina de escrever, da vitrola, do disco de vinil, do gravador cassete, da câmera fotográfica com filme...
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Fiquei me perguntando o que uma criança de hoje em dia diria se visse um daqueles aparelhos do meu tempo. Como que para responder à minha dúvida, recebi de uma amiga um vídeo exatamente sobre isso.
Dê só uma olhadinha:

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Estamos cercados de tecnologia jamais pensada por nosotros, com mais de...arram... trinta anos... Reveja um seriado ou filme de ficção-científica dos anos 50, 60 e perceba se não estou certo. Dentro de nossa tão curta existência, a humanidade avançou, em termos tecnológicos, muitíssimo mais que em centenas de anos no passado distante.
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Vamos fazer o contrário do filmete do you tube. Imagina alguém que entrou em coma em 1990 e só voltou a si agora, 20 anos depois. Já pensou no choque que ele iria levar? E se eu mostrasse a essa hipotética pessoa o celular que acabei de comprar? Primeiramente, eu teria que explicar para esse alguém o que é aquela engenhoca, visto que a telefonia móvel celular só apareceu por aqui exatamente no ano em que ele apagou. Depois, mostrar para ele computador portátil, internet, TV LCD, iPod, iPhone, iPad... Já pensou como seria difícil para qualquer pessoa explicar para o cara o que é um pen drive? E mais: dizer que dentro daquele brinquedinho cabem milhares de músicas, vários filmes, livros inteiros...
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Nesse capítulo, armazenagem de informação, os tempos atuais são de tirar o fôlego mesmo! Dois pesquisadores da Universidade da Califórnia (Hilbert e López), estimaram o volume de informação em todo o mundo em 295 trilhões de megabytes, algo assim como uma pilha de CD-ROM daqui até a Lua: 404 bilhões de disquinhos. É mole ou quer mais?
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No Século XV, Johannes Gutemberg criou os tipos móveis, acabando com a vida dura dos monges que se divertiam passando a limpo, à mão, pergaminhos e documentos com todas as informações da época. Com os livros impressos, pelos séculos seguintes, era possível acondicionar o conhecimento numa enorme biblioteca, por exemplo. E hoje já tem gente piscando os olhinhos brilhantes para tablets, que daqui a pouco, vão caber toda aquela biblioteca da frase anterior. Tudo isso nas nossas mãos.
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Pois é, queridos leitores... O tempo passa, o tempo voa, como dizia naquele antigo comercial da caderneta Bamerindus... Quando jovenzinho, eu fazia um jornal datilografado, que meus amigos da sala de aula do ginásio liam. Hoje, escrevo numa ferramenta chamada blog e sou lido por gente de vários lugares do Brasil e até nos países representados pelas bandeirinhas aí ao lado, no Live Traffic Feed...
Você já pensou nisso? Na minha cabeça jurássica isso é uma piração...
M.S.
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Na TV Antigas Ternuras, você vê o vídeo “Il était une fois... les technologies du passe” (Era uma vez... as tecnologias do passado).