sábado, março 28, 2009

E deu!


Eu vivo recebendo textos e arquivos pela internet. Alguns são engraçados ou interessantes e eu repasso para os amigos. Outros, vão diretos para o lixo. Bem, até aí faleceu o Neves... Quem tem computador e e-Mail na rede está sempre recebendo alguma gracinha.
*

Mas reconheço que algumas mensagens, mesmo aquelas que são destinadas ao puro divertimento, me provocam alguma reflexão. Este vídeo acima, por exemplo.
Eu já conhecia a artista que canta de um outro vídeo que foi febre na internet, aquele do “vai tomar...”. Agora tem outra musiquinha dela rodando pela rede. E a musiquinha isoladamente talvez só provoque um risinho ou outro e fim de papo. Mas quando ela vem atrelada a uma série de imagens, algumas até históricas, não temos como não pensar no tanto de ocasião em que faltou um profeta dizer: “Gente... Isso vai dar merda!”
*

Mas tem que ser um alerta de alguém com muita credibilidade, se não se reproduz o mito de Cassandra. Para quem não conhece, eu explico. Mas do meu jeito, vocês sabem...
Conta-se que em Tróia, os pequenos filhos do rei Príamo e da rainha Hécuba foram brincar no templo de Apolo. E permaneceram lá, nos folguedos infantis, até que a noite caiu e ficou tarde para eles voltarem para casa. Parece que era meio barra pesada andar à noite pelas ruas de Tróia. Devia ser duro viver num lugar assim... Ainda bem que isso tudo é história. Pois é. As crianças Cassandra e Heleno acabaram tendo que dormir no próprio templo. Improvisaram uma caminha para os dois e os colocaram para nanar. No dia seguinte, a ama foi acordá-los e os encontrou ainda dormindo, mas com duas brutas cobras lambendo a orelhinha deles. O resultado foi que os dois ficaram com ouvidos tão sensíveis, mas tão sensíveis, que conseguiam ouvir inclusive a voz dos deuses. Até aí, tudo bem.

Os dois cresceram, Cassandra se tornou uma belíssima moça, extremamente devotada no culto e no serviço do deus Apolo. Sua devoção atraiu a atenção do próprio Apolo, que apareceu para ela e lhe ensinou como realizar profecias. A moça virou uma profetiza, um oráculo vivo. Só que Apolo não deu aquele dom para ela assim, de graça. Parece que houve um diálogo mais ou menos como este entre os dois:
*

- Olá, Cassandra... E aí? Gostou do presente que eu te dei?
- Claro, meu senhor... Eu me sinto honrada por ter sido ser agraciada como sua profetiza... Se eu puder fazer alguma coisa pelo senhor...
E Apolo, com um brilho maroto nos olhos e aquele papo pegajoso de aranha tarada:
- Ter tem... Sabe como é... Eu te acho muito gata... e estamos aqui, nós dois, sozinhos, sabe... a gente podia se conhecer melhor...
- Não estou entendendo, ó santidade... – disse Cassandra com uma ingenuidade de dar nojo.
E Apolo, com um certo volume por baixo da toga e que não era a flauta de Pã:
- Ah, Cacá... Chega mais... Se você me deixar dedilhar a sua lira eu te mostro o meu monte Olimpo...
- Deus Apolo! Mas o que é isso! Eu sou uma virgem honesta! Vira esse carro do sol pra lá!

- Ô Cassandra... ó só... Eu estou super a fim de transar contigo, mas não vou ficar implorando, não... Se toca, menina! Vai ficar aí me regulando essa mixaria? Pô, qual que é? Você acha que eu caio matando qualquer uma? Vai deixar ou não eu te jogar um néctar dos deuses na caverna de Afrodite?
- Nãããão! Não dou, não dou, não dou! Só depois de casar! E mesmo assim, no escuro, debaixo do cobertor e com a luz apagada!
- Ah é? Não vai me dar, não? Falou. Vou te sacanear! Te dei o dom da profecia, não foi? Dei está dado. Mas vou te rogar uma praga que você vai se lascar todinha! De agora em diante, ninguém, mas ninguém meeesmo vai acreditar em nadinha do que você falar. Pode profetizar o que você quiser, que todo mundo vai desacreditar e ainda ficar curtindo com a sua cara!
*

E assim, foi. Ela profetizava e ninguém levava a menor fé e ainda debochavam da pobre. Quando estourou a guerra de Tróia e os gregos deixaram aquele famoso vírus Cavalo de Tróia na porta da cidade, ela falava, gritava, esbravejava, implorava que não trouxessem o presente de grego para dentro da cidade, que ia dar a maior merda... Bem, não ouviram, não acreditaram e o resto vocês já sabem.
*
Vocês já refletiram sobre a quantidade de fatos históricos que deram a maior merda posteriormente? O vídeo mostra alguns. As imagens que ilustram este post apontam outros. Mas existem muitos mais. E o pior é que na maioria das vezes não se teve nem uma Cassandrazinha para alertar antes, ou, se teve, a gente nem ficou sabendo. Está certo, em alguns casos, a gente tem uma espécie de sensação de que algo vai dar merda, um sentimento que não conseguimos explicar. Eu, pelo menos, tive essa sensação, por exemplo, quando dois dias antes da posse do Collor, o Sarney decretou feriado bancário. Quem lembra? Deu confisco do nosso dinheiro nos bancos e foi aquela bosta!
*

No futebol então, quantas e quantas vezes saí de casa para ver jogo do meu amado Mengão com uma Cassandra dentro de mim se esgoelando, dizendo as três palavrinhas mágicas: “vai dar merda!”
*

Quando eu vejo essa polarização entre candidatos a presidência, com Serra e Dilma, nossa!, eu incorporo uma Cassandra de frente que aperta um botão onde brilha em vermelho: “isso vai dar merda!”, seja com um ou com outro. Não sei, não...
(Pessoal, para este post ficar mais interessante, escrevam no comentário de vocês o que acham que vai dar merda, em sua opinião. Vale qualquer coisa, sobre qualquer assunto. Liberem a Cassandra que existe em vocês)
M.S.
***********************************************
Na TV Antigas Ternuras, você ouve Cris Nicolotti cantando essa melodiosa melodia que presta uma singela homenagem à profetiza Cassandra.

sexta-feira, março 20, 2009

Mas... Por que?


Não sei vocês, mas eu fui uma criança muito curiosa e perguntadora. Minha mãe conta que eu não dava sossego nem a ela, nem ao meu pai, nem ao meu tio, nem a qualquer adulto que pudesse me esclarecer. Vivia crivando-os de perguntas sobre qualquer coisa. Eu me lembro disso a partir dos meus cinco anos, quando comecei a ler. Nossa! Eu era um pentelho encravado quando encasquetava com alguma coisa. Que alguém me respondesse, porque eu não sossegava enquanto não me dessem uma resposta convincente. Torrava a paciência de qualquer cristão!
*
Quando ganhei a minha primeira enciclopédia – que era uma espécie de internet do meu tempo – a empentelhação diminuiu bastante. Era só surgir uma palavra nova ou uma dúvida na minha cabeça enlouquecida e eu corria para a enciclopédia para tirar dúvidas. Se lia um livro interessante, complementava a leitura com uma pesquisa exaustiva e completa sobre o lugar onde a história aconteceu, sobre o autor, as personalidades históricas envolvidas, enfim, tudo o que podia me interessar sobre determinado assunto. Entenderam agora por que vivo fuçando atrás de informações?
*
Tem algumas perguntas meio que básicas que a criança, iniciando o interesse pelo mundo ao seu redor, costuma fazer aos pais: por que o céu é azul? Por que as meninas não tem pinto? De onde vem os bebês?... Coisas assim. Bem, suponho que os meus 17 leitores já saibam estas respostas. Então resolvi tirar dúvidas sobre algumas curiosidades que eu mesmo tinha e tratei de investigar. E aí? Estão a fim de saber? Vamos lá.
*

Por que se diz “OK” quando se está confirmando alguma coisa?
Sei que anda pela internet um texto em que diz que a explicação vem do tempo da peste, e que se escrevia estas letras nas casas onde não havia mortos, ou seja, “0 Killed”.
Rá! Pura invenção... Internet é legal, mas o que rola de mentira é uma barbaridade.
Esta expressão vem de “tudo certo”, em inglês, ou “all correct”. Ora, e por que não é “AC” então? Porque já existia esta sigla, significando alternating current, “corrente alternada”, a energia elétrica que usamos para tudo. Os habitantes de Boston tinham uma expressão que era uma espécie de gíria sobre a forma de falar o “tudo certo”: “oll korrect”. Em meados do Século 19 começaram a usar esta sigla numa campanha presidencial e ela acabou ficando muito conhecida.
*

Qual a origem da palavra “bar”?Essa os pinguços vão adorar. Então, para a moçada que bebe por ser líquido, se fosse sólido comeria, aí vai a explicação. A palavra vem do francês barre (em português, “barra”). Acontece que na França, ali pelo Século 18, as tabernas tinham uma barra, para evitar a excessiva aproximação dos clientes. Desde aquela época, bêbado é chato para caramba. Daí, os taberneiros criaram este, digamos, distanciamento. Quando alguns jovens americanos foram estudar na terra de Montesquieu, de Robespierre e do queijo fedorento e conheceram a novidade na nuit local, levaram a idéia para os USA. Abriram um boteco por lá com a tradicional barra francesa, que em inglês se diz bar, mesmo. A idéia pegou e a pinguçada passou a chamar desta forma o estabelecimento onde a moçada ia se encachaçar.
*
Por que os carros ingleses tem volante do lado direito e dirigem pelo lado esquerdo da rua?

É mesmo curiosa esta explicação. Na Idade Média, os cavaleiros duelavam segurando a lança com a mão direita (o que pode ser constatado nos filmes de cavaleiros, em que eles usam aquelas lanças enormes). Quando dois cavaleiros se encontravam em uma estrada, era prudente que um deixasse o outro cruzar pela direita para, em caso de se estranharem, facilitar o saque da espada e começar a porradaria. Com o uso dos automóveis nas ruas a tradição se manteve. Talvez porque os motoristas se viam como cavaleiros medievais em suas respectivas armaduras. Aliás, tem gente que se vê assim até hoje...
*

Por que se chama “fazer a sesta” o ato de tirar um cochilo depois das refeições?
Essa é mais velha que os rascunhos da Bíblia. Vem do tempo de Roma, em que era hábito puxar um ronco na sexta hora do dia romano, que começava às seis horas da manhã. Logo, por volta do meio dia, depois de agasalhar um rango, a moçada se ajeitava como dava e zzzzzzzzzzzz...
*

Por que as pessoas olham para cima quando estão pensando?
A neurofisiologia explica essa. É um movimento involuntário do organismo para ativar partes do cérebro. Dizem os cientistas deste saber que olhando para cima se ativa imagens. Olhando para cima e inclinando a cabeça para a direita, se está construindo imagens novas. Para cima e para a esquerda, a mente está lembrando de imagens antigas. Jogar os cabelos de um lado para o outro, feito as modelos e manequins, como se sabe, é para fazer o cérebro pegar no tranco.
*
E então, meus caros? Gostaram? Tenho outras curiosidades curiosas como estas. Dá até para fazer outros posts. Topam?
M.S.
***********************************************

Ando tão atarefado que nem consegui fazer um post para o dia de aniversário do Antigas Ternuras. Pois é. O blog já está um mocinho! Fez quatro anos no dia 16 de março passado. Parabéns pra ele! Eu não imaginava que ele fosse durar tanto. Mesmo com o zilhão de coisas em que estou metido, ainda gosto de escrever minhas pequenas tolices para este velho guarda-louças de antigas recordações.
Entre 23 e 25 de março estarei em Salvador/BA, participando de um Congresso de Cias de Teatro. Mas eu volto! E trago um acarajé de lá pra vocês, pódexá!
***********************************************
Na TV Antigas Ternuras, você vê uma cena de “Horizonte Perdido”, filme com músicas de Burt Bacharach e Hal David, com Bobby Van cantando “Question me an answer”, que fala de perguntas e respostas... Alô, cariocas! Burt Bacharach vem aí! Tô dentro!

sábado, março 14, 2009

Bem, amigos...


Não faz muito tempo um bom amigo me telefonou:
- Quero te convidar para a festa de 15 anos da minha filha...
- 15 anos? Tudo bem, eu vou. Mas só posso ficar seis meses.
Não resisti. A bola estava quicando e sabe-se lá quando eu poderia mandar essa velha piada de novo...

Claro que fui. Vi essa jovem crescendo desde quando estava na barriga da mãe. Agora já está uma mocinha... Mas ainda olho para ela e vejo a menininha que chegava nas festas dos filhos de nossos amigos, segurando na mão do pai, carregando um presente com a outra...
*
Pois bem. A festa foi ótima. Comes e bebes servidos fartamente. Uma ótima chance de rever meus velhos e queridos amigos. Numa hora lá, o cerimonial chamou todo mundo para o grande salão. Entra a moça. Linda! O cerimonial chama as amigas dela para fazerem uma homenagem. Um bando de mocinhas, que desde antes já gritava enlouquecidamente que nem fãs dos Beatles naqueles tempos (a pergunta que não quer calar: por que mulher grita por qualquer coisa?), vai ao microfone e, como num jogral, leem o poema Amizade, de Fernando Pessoa.
No que elas dizem as primeiras frases:

“Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.”

A minha mente começou a viajar. Eu senti este post surgindo inteirinho, junto com imagens dos vários amigos que fiz ao longo da vida.
*
As meninas falando ao microfone: “Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida”. Justo na hora que eu pensava exatamente isso. Quantas amizades que eu julgava serem eternas ficaram para trás por algum motivo qualquer, na imensa maioria porque a vida segue, escrevemos nossas histórias sem saber das tramas que iremos passar, sem sequer saber como estará a página seguinte.
*

Alguns amigos permanecem junto a nós. Os anos passam, alguns casam, tem filhos, ficam ricos ou trabalham com dificuldade, mas o sentimento de afinidade, aquele quê desconhecido que não sabemos explicar, mas que age como um traço de união entre pessoas, este permanece. Claro, amigos também brigam feio, alguns viram cafajestes, mas disso ou destes não quero falar. Como diria Alvaro Moreyra, “as amargas, não!”
*
Tem certos dias em que nos sentimos como o carvão frio, sem brilho, num canto da lareira. É quando nossos amigos, como brasas vivas, encostam em nós e nos avivam o fogo, fazendo com que passemos também a gerar calor. Amigos nos trazem a alegria de reveillon mesmo não sendo janeiro. O verdadeiro amigo, se acidentalmente nos magoa, diz a palavra certa, a palavra que é quase um beijo. Amigo de verdade é aquele que não se amesquinha de si e se doa perdulariamente para nós.
*

As meninas na festa concluíram o poema: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”Seria talvez um exagero do Fernando Pessoa? Alguém perderia o juízo pela falta dos amigos? Metaforicamente, creio que sim. Um conjunto imenso de minhas antigas ternuras, de estimadas lembranças, não aconteceria sem o auxílio luxuoso de meus amigos. Estas minhas recordações, se deletadas de mim, como naquele filme Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças, me transformariam numa outra pessoa que não eu.
*
Rever velhos amigos numa antiga foto é um exercício de dor e delícia. Na primeira, pela saudade que parece fazer aquele momento tentar desaparecer da lembrança e novamente fazer sua mágica acontecer, sem conseguir. Na delícia, por conta do prazer de ter nosso coração dando um salto até o passado e voltando de lá com a sensação de que ganhou um beijo delicioso e inesperado.
*
Mais tarde, a festa acabou, despedi-me de cada amigo, com uma frase do poema ainda ressoando nos meus ouvidos: “Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo...”
M.S.
***********************************************
Quer pedir desculpas aos amigos por não visitá-los com a frequência que gostaria. Mas ando realmente atolado de afazeres. Nem tenho conseguido postar aqui! Espero que compreendam e não fiquem chateados comigo...
***********************************************
Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “Canção da América”, por Milton Nascimento. Se existe uma música melhor do que essa que fale da importância dos amigos, sinceramente, eu não conheço...

quarta-feira, março 04, 2009

Sorria! Você está sendo testado


Acho que vocês já receberam pela internet um texto chamado “Teste de DNA”, onde há diversas perguntas como:
“Você já tomou Q-Suco?
Você tomou leite que vinha em garrafa de vidro com tampinha de alumínio?
Você cuidou de suas espinhas com pomada Minâncora?
Sua mãe usava Violeta Genciana para cuidar de seus machucados?
Seu pai usava aparelho de Gillete com lâminas removíveis?
Sabe quem foi Ted Boy Marino?
Você já teve um Bamba? E um Ki-Chute?
Usou bomba de flit?”
Estes e outros muitos questionamentos, lembrando de coisas do tempo das antigas ternuras.
E você aí que me lê? Já recebeu este texto?
Pela sua expressão, vejo que a sua resposta é SIM.
Pois é. E no final do arquivo aparecem frases como estas: “Se você respondeu SIM para pelo menos 30% das questões, está confirmado seu DNA: Data de Nascimento Avançada.
Não jogue sujo! Você deve ter respondido SIM a pelo menos 99% das perguntas...”
*

Volta e meia, algum amigo me manda este texto, com um bilhetinho dizendo que ele “é a minha cara!”
Nem imagino o porquê deles acharem isso...
Mas entro no clima e digo que respondi SIM a praticamente todas as questões. Fazer o quê... Meu DNA jurássico me dedura como uma boca manchada de vermelho entrega que alguém tomou Grapette. Sou sim, do tempo em que a frase “vou querer também se não eu conto pra todo mundo!” era dita apenas nos tempos de colégio e nos folguedos em terreno baldio, e não palavra de ordem de políticos do PMDB...
*
Baseado nestas inocentes perguntas saudosistas, resolvi fazer um teste de “DNA” com meus amáveis 17 leitores. Se responderem SIM a todas, é sinal de que vocês já tem mais de trinta e dez anos, ou que são do tempo em que Cleópatra tinha medo de cobra.
Estão prontos? Lá vai:
*
- Vocês respondiam “presunto!” na hora da chamada?
- Quando o professor chamava o aluno “número 24”, vocês sacaneavam o cara?
- Vocês tiravam “sardinha” (pequeno tapa com os dedos, dado de cima para baixo) de quem estava abaixado com o buzanfã pro alto?
- Vocês colavam pequenos bilhetes nas costas dos colegas, sem que eles percebessem, com dizeres como “Alugo os fundos”, “Me chute!”, “Me chame de veado” e “Passe a mão abaixo”?

- E com uma folha de papel faziam um rabo que nem o do Brasinha, para pendurar no colega ou na colega sem que percebessem?
- Vocês davam tapas, derrubando as pastas de material escolar de quem estava distraído?
- Quando estavam entediados na sala de aula, faziam brinquedinhos de papel como estes?

- Vocês, meninas, escreviam “cola” nas coxas, para dar uma espiada durante a prova?
- Vocês, meninos, colocavam espelhinho no pé para ver a calcinha das colegas que sentavam na sua frente?
- Vocês, meninas, depois das aulas, quando saíam do colégio, enrolavam a saia na cintura para elas encurtarem e vocês ficarem com as pernocas a mostra?
- Vocês, meninos, davam tapinhas na bunda dos colegas, na altura do bolso traseiro da calça, perguntando: “tem pente aí?”
- E quando faziam com vocês, invariavelmente vocês enchiam a mão com determinada parte da sua anatomia e, balançando as coisas, diziam: “pra você tenho escova, ó...”
- Aliás, vocês faziam perguntas de duplo sentido como “que time é teu?”, “Jacaré no seco anda?”, “Em terra de paca, tatu caminha dentro?”, “Você pinta como eu pinto?”
- Vocês faziam bolinha de papel e as sopravam através do caninho das canetas Bic, tentando atingir a orelha de um colega mais a frente?
- Vocês assinavam o nome e deixavam que assinassem na camisa do uniforme no último dia de aula?
- Vocês sentavam em carteiras escolares como esta da foto?

*
E então? Muitas respostas SIM? Arrá!... Não adianta esconder! Eu já percebi um sorrisinho nostálgico aí no canto da sua boca!
M.S.
***********************************************
Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “São” Jacob do Bandolim e a celestial “Doce de Coco”; coisa boa para adoçar nossas boas lembranças...