sexta-feira, novembro 03, 2006

Hino ao Amor


Ah, Edith… Minha amiga que tanto me acalentou em dias difíceis… Quando o Amor me trespassara o peito com uma flecha única, quando sofri, quando chorei por quem não tinha como retribuir minha paixão... Ah, Edith... É com você que quero falar hoje.
*
Tenho o mesmo peito trespassado. Mas por uma seta que o inquieto Eros fez dividir em duas e feriu também outro coração. As palavras de amor que outrora saíam de meus lábios e ecoavam no vazio, hoje tem rumo certo.
Nesta minha modesta oração, quero louvar o seu amor... E por extensão, louvar a todos que amam o Amor que ama demais.
*

Ah, ma petite Piaf... meu pequeno pardal de canto triste, qual uma fênix em exposta combustão, deixando-se crestar em holocausto freqüente. Querida Edith, hoje você já não canta mais. Agora você é a própria canção. Tomou o lugar dela, como imagino fosse o seu desejo.
Como disseste em sua canção de amor maior, nada importa se quem amamos nos ama também.
*

Cante, querida Piaf... Cante para nós e nos mostre como amar com a sua força. Nas adversidades, precisamos amar assim. Acreditar que os que amam terão a Eternidade para estar juntos, onde problemas já não mais existirão.
*
Se o amor chega na hora certa, mas no momento errado... Sempre nos restará o céu e toda a sua imensidão... Porque Deus há de reunir os que se amam, como os reflexos da Lua se unem ao azul do mar calmo.
*
Obrigado por sua voz, querida amiga, obrigado por seu canto que nos umedece os olhos, refrigera o peito e nos faz diferentes de todos os seres vivos na Terra...
Fique com Deus, Piaf...

M.S.
*********************************************************
Edith Giovanna Gassion (1915-1963) nasceu em Paris, filha de um acrobata normando e de uma cantora de café descendente de italianos. Sua infância foi pobre e difícil ao lado da avó, que dirigia um bordel em Bernay, na Normandia. Devido a problemas de saúde, Piaf ficou cega por volta dos três anos de idade, recuperando a visão temos mais tarde.

No início da adolescência, Piaf passou a acompanhar o pai em algumas apresentações circenses. Aos 15 anos já cantava nas ruas de Paris, em cafés, feiras e praças. Nessa época, apaixonou-se por um soldado da legião estrangeira, com quem teve uma filha, Marcelle, que morreu antes de completar dois anos de idade. Mais tarde, após tentar inutilmente mostrar seu trabalho a algumas gravadoras e editoras, foi descoberta por Louis Leplée, dono de um cabaré famoso na época. Foi ele, dono de um cabaré famoso na época, quem a iniciou na vida artística e a batizou "Piaf" - passarinho.

Ela teve uma carreira de muito sucesso e uma vida de muitos amores, quase todos encerrados de modo triste. Seu grande amor foi o pugilista Marcel Cerdan (ambos na foto). Para ele, Piaf compôs sua célebre canção “L’Hymne à L’Amour”. Em outubro de 1947, ela estava em New York e Marcel em Paris. Ele iria encontrá-la após uma série de lutas beneficentes que faria em prol de pugilistas inválidos. Sozinha e saudosa, ela lhe telefonou e pediu que pegasse o primeiro avião, pois de navio, iria levar uma semana pra vê-lo. Ele tentou argumentar, ela insistiu muito.
Foi a última vez que eles se falaram. O avião que o transportava caiu próximo aos Açores, no Atlântico Norte.
Nessa mesma noite, Piaf tinha apresentação marcada em uma casa noturna de New York. Ao entrar no palco, depois de ser delirantemente aplaudida, ela pediu silêncio e disse que naquela noite cantaria só para Marcel, e iniciou a apresentação com a canção que fizera para ele. Ao final da quinta música, ela desmaiou no palco. Ao voltar a si, apenas balbuciava: “eu o matei!...”
Eis a tradução da sua canção maior:
*
“O céu azul sobre nós pode desabar
E a Terra bem pode desmoronar
Pouco me importa, se tu me amas
Porque se me dá o mundo inteiro
Desde que o amor inunde minhas manhãs
Desde que meu corpo esteja tremendo sob suas mãos
Pouco me importam os problemas
Meu amor, já que tu me amas
Eu irei até o fim do mundo
Mandarei pintar meu cabelo de louro
Se tu me pedires
Irei dependurar a lua
Irei roubar a Fortuna
Se tu me pedires
Eu renegarei minha pátria
Renegarei meus amigos
Se tu me pedires
Bem podem rir de mim
Farei o que quer que seja
Se tu me pedires
Se um dia a vida te arrancar de mim
Se tu morreres, se tu estiveres longe de mim
Pouco me importa,
Se tu me amas
Porque eu morrerei também
Teremos para nós a eternidade
No azul de toda a imensidão
No céu não haverá mais problemas
Meu amor, acredite que nos amamos
Deus reúne os que se amam.

*********************************************************
Na Rádio Antigas Ternuras, você está ouvindo “L’Hymne à L’Amour”, na voz da cotovia da França: Edith Piaf...

27 comentários:

Anônimo disse...

Marco queridoamigopratodavida
que emoção entrar e sentir Piaf, pura emoção!
Lindíssimo o que sobre ela falou e o modo doce como nos fez recordá-la, quem não chorou ao som de Piaf, quem não amou ao som de Piaf, quem não tem paixão por essa mulher que enfeitiçava corações e os fazia bater descompassado nem que fosse de alegria?
Adorei querido,um sorriso nessa sexta com cara de sono...
lindo dia
beijosssssssssssss

Jéssica disse...

Pour l'amour de Dieu, você quase me mata de tanto êxtase. É isso mesmo, não se espante, a palavra exata é êxtase. Amo a voz dessa 'grande mulher' e essa música em especial me toca a alma. Eu a cantei há uns 10 anos atrás num casamento. A noiva que pediu, só que cantei a versão em português, tb muito bonita e tocante. Foi emocionante a cerimônia e estar hj aqui tb... Acredite, vc me fez chorar.
Parabéns, Marco, a cada post vc se supera... hj foi maravilhoso. Ótimo finald e semana, Beijos*.*

Claudinha ੴ disse...

Ei Marco!
Tudo o que se refere ao amor é assim magnífico. Eu conhecia a história do amor de Piaf, da canção, mas não os pormenores de sua vida.´
Fico feliz que o amor esteja guiando seus passos e que encontre eco em sua amada. Parabéns. Não entendo nada do francês, fiquei encantada com a tradução desta música.
Beijo grande! Obrigada
por encher a minha tarde de sentimentos bons!

Anônimo disse...

Como uma história pode ser triste e bonita ao mesmo tempo? Eu não sabia como tinha morrido o grande amor de Piaf. Estou arrepiada até agora!

Au revoir, mon cher!

Anônimo disse...

"Se o amor chega na hora certa, mas no momento errado... Sempre nos restará o céu e toda a sua imensidão... Porque Deus há de reunir os que se amam, como os reflexos da Lua se unem ao azul do mar calmo."

Hoje vc conseguiu deixar-me pensativo demais,MARCO!

Abração!

Anônimo disse...

Marco,

Sabe porque eu adoro vir aqui??? Porque tudo que vc posta aqui, tem paixão...
E isso me encanta.
Um beijo e lindo final de semana.

Anônimo disse...

Ola obrigada pela visita me deixa feliz demais da conta , vou dar uma façadinha por aqui adoro vr as novidades. bjs e um otimo final de semana.

Vera F. disse...

Marcos, vi o espetáculo "Piaf" com a magistral Bibi Ferreira. Até hoje foi o melhor que vi. A história é linda, as músicas dela são lindas e Bibi a interpretanto é DEZ!
Que bom que vim te conhecer, seus postes tem muito conteúdo e bom humor.
Parabéns!

Bjos.

Anônimo disse...

Marco,

emocionado, testemunho minha paixão pela eterna Piaf, que sempre nos fará sentir a grandeza do amor, em qualquer de suas canções. Conhecia sua história e muito do seu repertório. Ela transmitia em suas magistrais interpretações, algo como um lamento por todas as tragédias que a acompanharam durante toda a vida.

Uma das grandes intérpretes dela, na minha opinião, foi Bibi Ferreira, cujo "Piaf" ví duas vezes. Embora nem tenha tentado imitá-la, ela conseguia passar nas interpretações, o mesmo tom trágico que sempre marcou a Diva.

Gostei demais desta homenagem e da chanson escolhida. Em sua linda oração, conseguiu passar os sentimentos que a acompanharam sempre, com a mesma delicadeza que ela lhes emprestava em suas apresentações.

Abraço e ótimo fds.

Fernanda disse...

Não a conheci, mas devia ter sido uma grande mulher!!!

Kisses

Anônimo disse...

Olá!O nome do blog me chamou a atenção...lindo...e resolvi entrar para uma visita...duas coincidências me emocionaram:me casei no dia do se aniversário e o Hino ao Amor foi uma das músicas do meu casamento...fiquei emocionada!!!! Muitos beijos! Cristina

Anônimo disse...

Uma bela lembrança, uma bela homenagem, uma bela postagem. Abraços.

Roby disse...

Temos um grande amigo francês que vive na Normadia,numa das vezes que ele veio nos visitar, ele nos contou do seu fascínio por Piaf...
Fã incondicional dela.
Vou até dizer a Christian que dê uma passadinha aqui para apreciar seu lindo post!

Bom final de semana Markinho.

Anônimo disse...

Meu amigo nao vou comentar nada sobre ela porque praticamente nao sei nada...bom fim de semana

Saramar disse...

Ai, marco, meu querido, é maravilhoso ficar aqui lendo você e ouvindo essa lindíssima canção.
Sua sensibilidade é tocante, como suas palavras comprovam.
O encantamento que transmite, po rmeio de Piaf, a divina cantora, é realmente um hino ao amor.

beijos e bom final de semana.

Evandro C. Guimarães disse...

Não conheço o repertório da referida cantora, mas reforço aqui a homenagem a todos que festejam o amor, seja em suas músicas, poemas ou romances.
Um grande abraço!

Anônimo disse...

Acho que nunca mais vou ouvir essa música! Ela é linda mas agora me fará lembrar desse episódio tão triste que não sabia.
Dieu rèunit...ceux que s'aiment! Eles devem estar juntos agora.
"Non, Je Ne Regrette Rien" será um consolo!
É amor demais Marco! Beijus

Anônimo disse...

lindo demais. lindo demais. uma declaração de amor, ao amor. esse sentimento tao raro, tão dificil de sobreviver nos dias de hoje. Ah, se eu fosse amada um terço dessa maneira, acho que não seria mais desse mundo. É como ler o carpinejar. Eu só sinto o amor quando leio Carpinejar e vc agora, me mostrou que é possível falar do amor, sem ser piegas.
Belo, o amor, Piaf e vc.

Anônimo disse...

Bonita homenagem, amigo Marco, tanto ao amor como à cantora do amor...
E vou retornando, aos poucos, já quase restabelecida: grata pelo seu carinho.
Feliz domingo procê!
Beijocas

Anônimo disse...

Aqui no meu pc tô sem som, mas nem precisa, suas palavras são tão carregadas de emoção que é possível ouvir o hino ao amor mesmo no silêncio que faz aqui... inclusive na minha alma...
Beijo, bom domingo!

Anônimo disse...

oi meu querido Marco, vcé um poeta nato,que linda historia de amor e vida ,narrada por vc,to aqui de lagrimas nos olhos, que amor lindo dessa grande mulher,que musica linda e triste ,mas da pra sentir o amor os sentimentos,parabens Marco vc é muito especial,te admiro cada dia mais e te guardo dentro do meu coração,beijossss

deico perfume de rosas a vc ,é só copiar o endereço e colar no seu navegador ,te adoro tenha um lindo domingo

http://thumbsnap.com/v/6la6bF7b.gif

Anônimo disse...

Passando pra deixar carinho de final de domingo....
beijosssssssssss

Evandro C. Guimarães disse...

Passei novamente para avisar que um milagre se operou e consegui atualizar o Restinga novamente. Acho que você gostará de deixar a sua opinião neste novo post!
Um abraço e boa semana!

Ana Carla disse...

Que homenagem, meu Amigo!! Parabéns!

Marco disse...

Eu costumo dizer que "globalização" é o fenômeno em que os países do mundo se unem para cansumir a cultura norte-americana. Sei que muita gente não conhece Edith Piaf. Só por isso, valeu poe este post. Eu vou usar mais músicas francesas e de outros países, além das americanas nos meus posts. Será a minha contribuição à globalização verdadeira. Mas vamos às respostas:

Marcíssima querida: Que maravilha você ter gostado. Adorei suas palavras. A minha amigapratodavida tem uma sensibilidade edithpiafiana.

Querida Jéssica: Fico em êxtase de felicidade por você ter apreciado o post. Sim, eu conheço a versão gravada por Dalva de Oliveira ("Se o azul do céu escurecer/E a alegria na terra fenecer/Não importa, querida/Viverei do nosso amor..."). Não sabia que você era cantora. Que legal!

Minha doce Claudinha: Sim, o amor guia meus passos depois que encontrei a mulher que eu amo. Que felicidade saber que você se emocionou com este texto, esta letra. E eu só resumi a vida de Piaf. Você nem imagina as desgraceiras que ela enfrentou...

Ma chèrie Lili: Emocionante a vida dessa mulher, não?

Grande DO: Ora, e isso é bom, não é? Fico muito contente por isso!

Querida Alê: Ora... Puxa... Assim fico encabulado... Obrigado por suas gentis palavras, amiguinha!

Valeu, Nancy!

Querida Vera: Também assisti ao "Piaf" da Bibi. E fui falar com ela no camarim profunadmente emocionado. Muito obrigado por suas palavras tão carinhosas.
(Mas devo insistir que me chame no singular. Sou Marco. Sem "S". Não me leve a mal, são rabugices deste velho. Mas realmente fico incomodado ao ser chamdo de "Marcos". Beijo!)

Cara Claire: Eu acredito que o amor nos torna melhores, sim. Eu certamente sou melhor quando estou apaixonado. A história de Piaf é muito triste, embora seu canto seja encantador.

Grande Zeca: Nem tenho o que dizer deste seu comentário, caro amigo. Você vai sempre no cerne da emoção!
Obrigado por sua presença aqui. O Antigas Ternuras sempre se reveste de talento com os seus comentários.

Querida Fernandinha: Sim, Piaf foi uma grande mulher. e uma cantora emocionante!

Ora, ora, cara Cristina! Fico feliz por sua presença. Se soubese qual era o seu blog retribuiria a visita. Então, você se casou no dia 18 de setembro? Huum, casou num ótimo dia! Ré! Ré! Ré!...

Caro mestre Moacy: Obrigado por sua presença. Fico feliz por ter gostado.

Querida Roby: A presença de seu amigo me encherá de alegria. Que bom que você gostou do post!

Querida Cilene: Espero que tenha gostado e se interessado por Piaf. Você não vai se arrepender por conhecê-la melhor.

Querida Saramar: Que maravilha, saber que você gostou do post sobre Piaf! Fico muito feliz e agradecido por suas palavras.

Grabde Evandro: Como um apreciador de boa música, recomendo que ouça outras músicas na interpretação de Piaf, como "Sous le ciel de Paris", "Je ne regrette rien" e outras...

Mas Luminha, querida! deixar de ouvir este Hino ao Amor? Não, continue ouvindo e se emocionando com sua história. Piaf faz muito bem pra nossa alma.

QueriDira! Que bom vê-la por aqui! E que coisas bonitas você escreveu pra mim. obrigado, amiga. Se você gosta de meus escritos, fico mais que alegre.

Querida Giulia: Melhoras!

Querida Karine: Silêncio na alma? Puxa... Está triste amiga? Ouça Piaf. Um beijo. Fica assim, não!

Linda menina Samara: Puxa! Que bonito o que escreveu! Obrigado, querida! O meu modesto blog sempre fica mais feliz e florido quando você aparece por aqui.

Valeu, querida Ana Carla!

Obrigado a todos. Abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim!

Anônimo disse...

Este post esquentou até o último átomo da minha alma, Marco. Maravilha.

Anônimo disse...

Divino, maravilhoso, estou sem palavras, desconhecia a história de Piaf. A tradução da musica me deixou extasiado. Faltam-me palavras. Parabéns Marco.