domingo, agosto 06, 2006

Coisas do meu tempo


Bem, amigos do Antigas Ternuras... Vejam vocês que coisa. Noutro dia, entrei numa papelaria para comprar um caderno que usaria para fazer anotações nas minhas pesquisas na Biblioteca Nacional. Cheguei nas prateleiras dos cadernos e o primeiro que eu vi foi um com a Hello Kitty na capa. Passei para outra pilha e dei de cara com um ostentando o Dado Dolabella na capa (????). “Esses caras estão de sacanagem comigo”, pensei com meus botões. Próxima pilha, e lá está a Britney Spears (??????), olhando pra mim. E as outras capas se dividiam entre o filme da vez da Disney, uma mulher marombada, com a camiseta molhada, a Sandy e o Júnior e por aí vai.
Vou escrever uma frase inédita neste blog:
No meu tempo, não era assim, não!
*

Meus cadernos escolares tinham esta capa, aí, à direita. E esta contracapa, aí na esquerda. Você acha cafona? Brega? Patriótica demais?

Tudo bem. Respeito a sua opinião. Só que hoje, quem estudou com estes cadernos, tem uma antiga ternura para lembrar. Acho difícil que daqui a trinta anos alguém vá lembrar de um caderno especial que teve com o Dado Dolabella na capa.



Hoje, lembro com sorriso nostálgico que meus cadernos de antigamente, incentivavam o amor pela Pátria e ensinavam a cantar o Hino Nacional. (Saber cantar o Hino Nacional, além do seu valor cívico de símbolo de cidadania, ainda serve para não fazer feio de quatro em quatro anos, na abertura dos jogos da Seleção Brasileira).
*


Outra coisa dos meus antigamentes. Estava folheando um livro, quando dou de cara com as imagens do dinheiro de meu tempo de guri. Ah, que saudade! Eu recolhia garrafas de refrigerante nas casas para vender na quitanda, e ganhava cinco cruzeiros!

Vivia sonhando em um dia conseguir ter “um cabral” (mil cruzeiros, dinheiro para caramba naquela época, pelo menos para uma criança). Pela manhã, eu saía de casa para comprar pão e leite com uma nota do Pedro II (200 cruzeiros). E tinha que trazer o troco!
*

Tinha uma charada que fazíamos com a nota de cinco cruzeiros, a nota do índio (esta aí ao lado). Está valendo pra vocês?
Olhem na imagem do lago com as vitórias régias e me digam: “Cadê o jacaré?” (Se não
conseguirem descobrir, abram os comentários que eu revelo lá)
*
É impressionante como a memória da gente é uma espécie de cristaleira de emoções. A aventura de recordar é quase tão prazerosa quanto a alegria de reencontrar alguém que não vimos há muito tempo. E talvez se aproxime do prazer de reencontrar quem estivemos procurando.
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você está ouvindo “João e Maria”, com Chico Buarque e Nara Leão.

20 comentários:

Marco disse...

Cadê o jacaré?
Ih...Afundou!
(Não precisa me xingar. Eu também caí nessa na primeira vez...Quem é desse tempo lembra)

Anônimo disse...

Marco querido,
dessa vez pegou pesado nas lembranças,rsss
Também tinha esses cadernos e sabia os hinos de cór e as notas ainda tenho uma de cada modelo [também mudava tanto né?]
No sábado escrevi sobre o delicioso encontro que só faltou você,uma pena,ia gostar do pessoal... :)
linda semana,
beijosssssssssssss

Vendetta disse...

No meu tempo de menina, as cédulas tinham Carlos Drummond de Andrade!!! Olha a minha alegria de ficar olhando o Carlos... o Carlos de toda a minha vida... hoje em dia essas cifras só tem valor no meu coração! Beijos, Marco, meu amigo querido, queridíssimo... a quem abraço agora e sempre com muito carinho...

Janaina disse...

Hahahahha!! Eu já sou da época das capas mais bonitinhas. Mas lembro bem do Hino Nacional na contra capa. Adorei a lembrança.

Luma Rosa disse...
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Luma Rosa disse...

Naquele tempo o regime militar fazia os brasileiros aderirem ao pensamento ufanista. O governo usava de propagandas para seduzir o povo. Diziam até que o Brasil era a oitava nação...balela. Tudo para esconder as mazelas do regime.

Lembra da frase
"Brasil, ame-o ou deixe-o"?

do hino futebolístico:
"Pra frente Brasil"

e a musica:
"As praias do Brasil ensolaradas,
O chão onde o país se elevou,
A mão de Deus abençoou,
Mulher que nasce aqui tem muito mais amor.
O céu do meu Brasil tem mais estrelas.
O sol do meu país, mais esplendor.
A mão de Deus abençoou,
Em terras brasileiras vou plantar amor.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Ninguém segura a juventude do Brasil.
As tardes do Brasil são mais douradas.
Mulatas brotam cheias de calor.
A mão de Deus abençoou,
Eu vou ficar aqui, porque existe amor.
No carnaval, os gringos querem vê-las,
No colossal desfile multicor.
A mão de Deus abençoou,
Em terras brasileiras vou plantar amor.
Adoro meu Brasil de madrugada,
Nas horas que estou com meu amor.
A mão de Deus abençoou,
A minha amada vai comigo aonde eu for.
As noites do Brasil tem mais beleza.
A hora chora de tristeza e dor,
Porque a natureza sopra
E ela vai-se embora, enquanto eu planto amor."

Provei que também sofri, fiz colônia de férias!!

Nem todas as lembranças são doces! Tenho um primo que trabalha na biblioteca nacional. Naquela época ele se escondeu em Minas. Foi uma época de muita apreensão.

As capas, melhor usar a criatividade e fazer a sua! (rs*)

Boa semana!! Beijus

Lara disse...

E pensar que eu fiquei um tempão olhando pra nota tentando encontrar o bendito jacaré! Só você mesmo hahaha!!

Beijos

ps: O time inteiro do Vasco nem precisou encher a cara pra perder o jogo.. argh!

Anônimo disse...

Realmente vc tem razão,MARCO,relembrar nos traz muitas sensações e bons sentimentos,heheh
Mas no caso dos cadernos atuais...francmente,será que ninguém é mais criativo?
Ou está explicado o motivo de sermos governados pelo Pinócchio???
Rssss

Abraços!

Anônimo disse...

Nem preciso dizer que eu sabia onde estava o jacaré... Boas lembranças, apesar do regime, como lembra a Luma, mas fizeram parte de nossas vidas. Fazer o quê? Beijos e terna semana.

Claudinha ੴ disse...

Ai que saudade... Eu tinha destes caderninhos e minha mãe encapava com plásticos de desenhos Disney.Depois vinham uns tais caderflex de capa mole e ruins de virar a página. Mas a minha grande saudade eram os cadernos de capa dura, laranjas e de outras cores bem arregaladas, que surgiram no começo dos anos 70 para nós. Eram meus blogs...
É uma lástima a falta de patriotismo, muita gente não sabe o Hino Nacional, quanto mais os outros. A gente tinha momento cívico toda semana...
Eu colecionei dinheiro algum tempo, mas nunca sei o nome da moeda da época, mudaram tantas vezes que me confundo.
Ah, e eu caí na história do jacaré, viu seu engraçadinho?
Que a sua cristaleira de emoções continue a nos brindar com estas preciosidades, fazendo-nos encontrar muito de nós também. Beijo!

Anônimo disse...

Marco... meu tempo é hoje, querido!! rs... E simplesmente amo de paixão essa música! Beijão!!

Fugu disse...

Eu sabia onde estava o jacaré. Tinha caderno Avante, usava sapato Vulcabrás para ir à escola ou Conga nos dias de educação física. E cantava Vila-Lobos na aula de música ... "Oh, manhã de sol .. Anhagá fugiu .." rssss "Oh, Tupã, rei do Brasil, que o céu enche de sol ... rsss". Uma dica, Marco, esqueça esses cadernos ridículos (embora tenho um pretinho do No Stress que é simpático). A papelaria União ainda existe. E seus cadernos maravilhosos também! beijos de papel e memória

Saramar disse...

rssss.

Marco, você me levou longe, muito longe, lá para minha infância feliz.
Também usei esses cadernoscom o hino nacionla na contra-capa e gostava de cantá-lo em voz altíssima quase todos os dias, sem entender nadinha do que dizia.
Ah! a infância! Coisa maravilhosa.

Quanto aos cadernos de hoje, ai, ai! às vezes, temos vergonha de andar com um deles.

Beijos

Anônimo disse...

antigas ternuras...
isso sim é antigas ternuras...

lindo post...
amei.

um beijo querido

Anônimo disse...

oieeeeee,meu querido Marco,nossa vc é muito especial ,que coisa eu penso a mesma coisa desses cadernos ,meu querido vim deixar meu carinho e te avisar que o endereço do meu blog mudou agora é o que to deixando aqui e gostaria que mudasse o link no seu blog ,senao vc nao irá me ver né.rs.te adoro bjss


http://www.paginasviradas.blogger.com.br/index.html

Anônimo disse...

No meu tempo também era assim!!! Gostei de recordar dos cadernos antigos, querido Marco... grata por mais essa ternura. Beijos

Anônimo disse...

z zzz ... oi...z ZZZZ

ZZZZ zzzz ... tá tudo zzzzzz ...


beleza?


zzz ... ZZZ ..... nem consegui .... zzz ler

só quero ....


dormir, dormir, dormir


zzzz

Marco disse...

Caíram na pegadinha do jacaré? Mil desculpas... Mas foi a minha forma de vocês viajarem nessa velha brincadeira daqueles tempos. Vamos aos comentários:

Marcíssima querida: Imagino o quanto o caderno Avante tenha despertado lembranças em você, assim como os dinheirinhos daquela época. Pois é. O antigas ternuras é um espaço para quem gosta de lembrar de coisas boas.

Querida Vendetta: Obrigado pelo seu carinho, você sempre tão atenciosa com este velho moço. Eu lembro das notas de cinqüenta mil cruzeiros, com o Drummond na efígie. No mesmo livro que vi essas notas, tinha essa também.

Querida Janaína: Que bom que você teve uma saudadinha gostosa...

Luminha, querida...O caderno Avante é bem ANTERIOR ao golpe de 1o. de abril de 1964... Minha mãe estudou neles, pra você ter uma idéia.
Particularmente, acho injusto atribuir o monopólio do nacionalismo ao governo militar. Antes deles e depois deles, exitiram e existem pessoas com amor pela pátria. No meu modo de ver, cidadania é uma forma de nacionalismo. E isso deveria ser mostrado nas escolas. Os EUA, a França, por exemplo, são países onde o sentimento nacionalista vem de berço e não por intervenção do Estado.
Os cadernos tinham atrás o Hino Nacional, bem mais bonito que esta marchinha do Dom e Ravel, não acha?
Concordo que nem todas lembranças são doces. Mas, como disse Álvaro Moreyra em seu livro, "As amargas, não!"

Querida Eduardinha: Desculpe... Mas fico feliz por você levar na esportiva.

Grande DO: Os cadernos, como muitas coisas, foram cooptados pela sociedade de consumo. A moçada acha mais legal ter o Dado Dolabella que a bandeira do Brasil, fazer o quê, né?

Querida Lili: Conhecia a pegadinha do jacaré? Bons tempos, heim?...

Minha doce Claudinha: Huuummm...Você lembrou bem! Tinha o capítulo encapagem dos cadernos! A minha mãe encapava os meus com papel bege e colava uma etiqueta com o nome da matéias; Português, Matemática etc... Coisa boa lembra disso, né?
Sobre o Hino, pois é, Até entendo que os seus versos parnasianos dificultam um pouquinho, mas deveria ser mais estimulado o ensino do nosso Hino.
Desculpinha pela pegadinha, tá? (Você não conhecia essa? Ré! Ré! Ré!...)

Ana Carla, querida... O meu tempo é SEMPRE!
E, realmente, a música é linda mesmo.

Querida Fugu: Ah, conhecia essa do jacaré, né? Ré! Ré! Ré!... Eu também já fiz e usei tudo isso. MENOS o Canto do Pajé! Menina! Você me barrou nessa! Eu participei de uma peça, certa vez, em que se cantava o "Manhã de sol, Anhangá fugiu...", mas essa eu não peguei nos tempos de escola. Puxa! Adorei o seu comentário. Você pegou bem o espírito da coisa...

Coisa boa, né, querida Saramar? Quantas lembranças boas... Também não vejo graça nenhuma nesses cadernos de hoje em dia...

Doce Claudia: Que bom que você gostou e lembrou daqueles bons tempos...

Linda Samara: Olha, fico muito feliz por saber que você pensa como eu a respeito desses cadernos de hoje! Vou trocar o link e te visitar rapidinho!

Querida Giulia: Que bom que o post te trouxe boas lembranças...

Grande papai Ronie: Rá! Rá! Rá!... Tá com soninho, é? A isadora está te dando canseira? Pois é. Neném é assim! De três em três horas acorda e quer mamar. Não quer nem saber se vai deixar o pai que nem zumbi no dia seguinte! Mas, aqui pra nós, Quando você vê aquela pequerruchinha no berço, tão dependente de nós, não dá um orgulho danado? Aproveite todos esses momentos. eles são rápidos. Logo virarão antigas ternuras pra você e para a sua esposa.
Parbéns pela princesinha e...ACORDA, RAPÁ! TÔ FALANDO CONTIGO!!!

Valeu, moçada! Espero que tenham curtido essas antigas ternuras como eu curti. Abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim!

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Eu não sou dessa época... e fiquei meia hora aqui 'firmando as vistas' procurando o jacaré...
Francamente, seu Marco!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Beijo!

Anônimo disse...

Voltei pra deixar monte de beijossssssssssss