quinta-feira, maio 11, 2006

É o amor!


A festinha na casa do Jurandyr estava animada. Na madrugada, vitrola rolando um soul, tocando Al Green sem parar... Os casais dançando coladinhos sob a luz negra que transformava todos os pardos em gatos. Subitamente, um grito:
- Aaaaaiiii!!! Assim, não! Isso não!
A Maria estava dançando com o Alcir quando começou a gritar. Ato contínuo, largou-o no meio do salão. O cara veio cabisbaixo para o lado em que eu e outros amigos estávamos. Na festa, aquele climão. Todos queriam saber o que tinha acontecido.
Alcir pegou um copo com cuba libre e ali, de perto, nós percebemos a razão do escândalo. O cara parecia que estava com uma garrafa de coca-cola no bolso. O vergalhão chegava a latejar, ameaçando furar a calça de tanta excitação.
*
Nossa primeira atitude foi debochar do Alcir, mas intimamente estávamos solidários com ele. Aquilo podia acontecer com qualquer um. As meninas olhavam para ele com cara de reprovação. O pobre indivíduo parecia trazer na testa a palavra “tarado” em neon. Na verdade, aquela era uma situação-pesadelo que todos nós, rapazes com os hormônios em ebulição, temíamos com todas as forças. Quando a gente tirava uma moça para dançar coladinho, tinha toda preocupação do mundo em conter os arroubos do “Sr. Pinto”. Especialmente se ela fosse: 1) desconhecida na área; 2) boazuda. É, meus caros leitores...

Nos bailes atuais se dança desse jeito da foto ao lado.

Mas naquele tempo, a gente dançava fazendo exercício de Yôga para não despertar a serpente. Porque, se ela acordasse, a moça certamente largaria o cara no meio da pista de dança, deixando-o com o drops na mão, quer dizer, nas calças.
*
Mas, como disse, isso acontecia naquele tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça. Hoje em dia, tem cantor que vai no Domingão do Faustão com uma “45 engatilhada” na calça. Não acredita? Olha a foto abaixo, do Zezé di Camargo...

Se quiser ver o filminho, é só clicar

Não sei o que deve ter rolado no camarim ou nas coxias antes de o cara entrar para cantar, mas esse filho de Francisco apareceu diante de todo o Brasil, via Embratel, com a barraca armada, para assombro da tradicional família brasileira que assiste, refestelada no sofá, ao inocente programa dominical.
Ô, lôco, meu...
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “Let’s stay together”, na voz melodiosa de Al Green.

16 comentários:

Lena Gomes disse...

Oi, Doce Marco! Tudo bem? Acabo de chegar da escola com a cabeça a mil... vi seu recadinho e por enquanto vou dar resposta negativa pra este sábado... eu tenho um trabalho pra apresentar num curso q estou fazendo, e outras coisas agendadas... Luciana está propondo um encontro pra vermos o filme do casório no dia 20, mas também ainda não confirmei resposta, pois nesse dia tem uma reunião na minha escola do Estado e eu nem estava lembrando disso... pense sobre o dia 27, quem sabe? Até lá eu dou outra resposta, ok? Depois eu volto aqui pra ler este post, q parece estar interessantíssimo, hehehe... beijos, desculpe a pressa.
PS. Mas eu quero muito encontrar vcs, hein!!!

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!
Nossa, eu não sabia desta, eu não vejo Faustão mais e detesto sertaneja, mas esta valeria a pena assistir. Foi "O Mico", certamente. Deve ser uma situação constrangedora para vocês, nós meninas pelo menos podemos disfarçar. Mas aquela poesia dos bailinhos do "Melacueca" como dizia minha vó não existe mais, a coisa ficou muito grotesca, muito animal. Temo pelos meus filhos. Valeu pelo vídeo, dei boas risadas. (Acho que tudo é questão de marcketing, para passar a imagem de machão)
Beijos!(Vou seguir o link, obrigada!)

Anônimo disse...

Nossa, fiquei aqui 'toda toda' depois de ler "45 engatilhada", e cliquei mais do que depressa no vídeo e o cara me aparece cantando "sou apenas uma partícula"? Que balde de água fria, poxa! *risos - Marco, mandei pelo email que está no seu perfil aquela do cavalinho, ok? Um beijão mineiro procê.

Anônimo disse...

AFF! peraí que tô dando zoom pra ver mais de perto,kkkkkk,que nada Marco querido,eles colocam "o vergalhão"[adorei essa,kkkkkk]pra cima pra fazer volume naquela calça hipermegaultrajusta e parecer que saõ assim em estado natural, são nada,pura ilusão,kkk.
Quanto aos bailes nem me fala,lembro bem desse tipo de situação,pobre de vcs rapazes,tinham que fazer yoga mesmo,enquanto nós atentávamos e saíamos na boa,meninas,rss.
Linda noite meu ex[coloca pena nisso]vizinho,
beijosssssssssssss

Bruno Capelas disse...

Mais um post da série que vai agradar ao progenitor daqui de casa... ele comentou o assunto comigo depois de ler aquele post dos bailinhos e disse que era assim mesmo. Fiquei tão espantado , já acostumado com essa zona que são as "baladas" hoje.

Um abraço!

Anônimo disse...

Mano Marco:

Formidável post este. Até porque,semelhante à Claudinha,não vejo mais o programa do Faustão desde há muito,o que,modéstia à parte,não deixa de ser elogiável bom senso... E fui confrontar a binguinha de fazer pipi do chatonildo em questão. Patético.

Esperemos que tal desgraciosidade televisa não se repita e torne-se insípida e banal como os mistérios resolvidos.

Sabe que eu ainda alcancei a lâmpada de fluorescência violeta?

Era uma sensação aqui na província. Me lembro bem de uma frase da moda naquelas já priscas eras,recomendando siso às meninas: cuidado! Com essa luz,tu pode dar a luz...

E quanto ao embaraço da intumescência "faloal" do adolescer,fiz altas manobras para disfarçar o indisfarçável. E tome fôlego para chegar até o fim de: "I don't wanna dance
Dance with you baby no more
I'll never do something to hurt you, though
Oh but the feeling is bad
The feeling is bad..." sem que uma gotícula transparente se assomasse
onde devido.

Bons tempos do "cuba libre" e da Tina Charles.

Abraço arretado.

Anônimo disse...

Hehehe... se vc gostou da piadinha lá no blog, imagine o quanto me diverti com esse vídeo!!
Tenha uma sexta-feira maravilhosa!!

Anônimo disse...

oh lôco meu! Marco realmente bons tempos aqueles que não voltam mais, hoje a moçada não sabe o valor de ouvir um Scorpions dançando com aquela gata que todo mundo era doido para namorar, mas ela gostava do cara do segundo grau e vcs na oitava série. Quanto ao filho de Francisco deve ter sido um gay do quibeloco que reparou, pq eu não iria reparar isso nunca, repararia com certeza se fossa a filhinha dele deixando aparecer a calcinha, rs. Um abraço
ps.: primeiro post, de vários que viram, no antigas ternura

Y. Y. disse...

auhuhUHAUHAUHuhauhahu bom... sorte que eu não tenho esse problema!! ahuauhauhauhuhUHAUHauhauh

Anônimo disse...

rs...

eita...

beijos de fim de semana...rs

Júnio disse...

Bom nssas horas deixa rolar ou então colocar as mãos nos bolsos é a solução.
Abraços.

Fugu disse...

Ninguém me garante que aquilo não era uma meia enrolada enfiada no bolso - truque usado por alguns meninos do meu tempo ... rsssss Marco, acho que temos alguma coisa em comum além do papel de fundo do blog ... rsss Estou em tempos de falar dos cheiros do tesão. Tudo por causa de uma lembrança que tive da primeira vez que dancei colada com um menino. Ele foi educado, justiça seja feita aos tempos idos. Mas a boca do menino exalava um aroma absolutamente estonteante. Eu tinha 12 anos e até hoje lembro disso. Da vontade que aquele cheiro provocava em mim. Muito mais sutil do que uma meia velha colocada no bolso pelo departamento de marketing ... rssssss Beijo.

Anônimo disse...

Meu querido Marco,
passando pra desejar lindo findi, deixar meu carinho à todas as mamães e dizer que fiz uma pequena carícia as minhas memórias em nome de minha mãe!
lindos dias [amado/ex/quase/quem sabe/] vizinho,rsss
beijosssssssssssss
*Vendetta é filha queridíssima de alma e coração,amo-a, mas dá um trabalho,rsssss

Anônimo disse...

Caro Cléber:

A frase minha foi uma alusão brincalhona à de um certo coronel no romance "Tereza Batista Cansada de Guerra",quando a personagem principal passou pela rua,e um jovem bacharel raquítico e baixinho,"débil,debilóide,pobre sangue decante,disse": '(...)que coisa essa crioula,ai quem me dera,ai se a tivesse por debaixo,e eu por cima.'

Ao que o velho fazendeiro,respondeu:

"Ah,seu doutorzinho,isso é mulher para muita competência,não é xibiu para qualquer binguinha de fazer pipi,de verter água,nem para p... já pururuca como o meu. Para mim não serve mais; para vosmicê não servirá jamais!"

Não sou gay,digo para seu governo.

Acho que essas indiretas agressivas como a vibração do dardo das ébonas não cabe bem neste espaço elegante.

Não saia depositando seu espólio miserando e pleno de leviandade ao deus-dará,tentando ferir quem não te conhece pessoalmente,com palavradas de barregã.

Tenho pena de criaturas assim,que usam a net para extravasar seu hálito mefítico de miasma.

Use sua garganta rachada de requinta velha para gritar numa freguesia mais vulgar,que aqui só freqüentam almas inconhas na gentileza respeitosa!

PS: por obséquio,tenha um dicionário à mão,cavalheiro...

Passar bem.

Marco disse...

Doce Helena: A Luciana ainda não me falou nada sobre a reunião para assistirmos ao filme do casório. Quando rolar, estou dentro, lógico. Pelo visto o nosso encontro blogueiro (mais Evandro e Paulo) fica adiado até um outro dia.

Doce Claudinha: Acho que qualquer um que tenha mais o que fazer não assiste ao Faustão. Mas seria muito engraçado ver a cara dele entrevistando um sujeito em estado de excitação tão visível. E olha que o cara disse que aquilo é só uma partícula! Mas você me chamou a atenção para algo que não tinha pensado: uma jogada de marketing! É possível, é possível...Esses caras tem cérebro de ameba, daí terem imaginado entrar desse jeito para passarem uma imagem de machão é sempre uma possibilidade.

Querida Suzy: Talvez ele tenha se referido ao cérebro dele quando disse que era uma partícula.

Querida Marcia: Tudo bem, a calça estava muito justa, mas que o bicho estava ereto, ah, isso estava! Aquilo não está mole de jeito nenhum! Pode ser falso, um enchimento para passar a imagem de macho.
Mas que nós, rapazes, sofríamos ao dançarmos com as moças, ah, sim. Especialmente com as que atiçavam e, como você disse, depois saíam de fininho deixando o cara com o taco na mão, em completa sinuca.

Grande Bruno: Seu pai deve ser da minha geração. Logo, vivenciamos experiências semelhantes. Acredite: era assim, mesmo.

Mano Paulinho: Pois é...Já estou até propenso a concordar com a Claudinha e achar que tudo foi uma encenação para passar uma imagem de macho. Pra você ver o que vai na mente destes cantores sertanojos. De qualquer forma, por mais engraçado que eu tenha achado a cena, admito que é desrespeitosa para com o público.
Ah, bons tempos os que dançávamos coladinhos!...

Querida Ana Carla: Fico feliz por ter gostado do post. Eu também dei boas gargalhadas com o seu.

Cleber: Há muito tempo não vou a boates ou danceterias. mas sei que não se dança mais agarradinho.
Acho que não é preciso ser gay para reparar no acinte do moço. Até onde sei, o excelente humorista responsável pelo Kibeloco não é gay. (Mas mesmo se fosse, não teríamos nada com isso, não é?) A cena é ridículamente risível. TODO mundo naquele auditório deve ter reparado, mas, é claro, mantiveram as aparências. O que deve ter deixado a cena mais patética.

Querida Vendetta: Sou fã número 1 da sua mãe do coração. Pode abraçar apertado que eu aprendi a controlar a cobra. (Embora o controle às vezes falhe...Ré! Ré! Ré!...)

Querida Yumi: Pois é, eu sei...O nosso brinquedinho é de armar e em muitos casos nos deixa nessa situação...

Doce Claudia: Eita, mesmo, querida...

Doce Claire: As mulheres levam inúmeras vantagens sobre nós, homens. Também levamos algumas sobre vocês em outros aspectos. Por isso, juntos, homens e mulheres, são quase imbatíveis, não é?

Caro Júnio: No tempo em que se usavam calças mais largas, a gente tinha o recurso de enfiar a mão nos bolsos para eventualmente disfarçar o drops. Com essas calças apertadas, fica meio difícil.

Doce Fugu F.: Já estou admitindo que houve "montagem" na cena...
Imagino que você tenha escrito sobre a experiências com o tal menino. Vou já no seu blog para ver isso...

Grande Evandro: Tudo é possível, quando se trata desses cantores sertanojos...Tudo é possível...

A todos, abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim. Feliz Dia das Mães para todos.

Anônimo disse...

Doces tempos aqueles das festinhas nas casas dos amigos, embaladas por cuba libre e iluminadas pelo globo de luz negra que deixava as roupas brancas faiscantes. Na vitrola, long plays ditavam a dança.
Naquela época era impensável um mancebo usar calças claras, pois era comum o que aconteceu com o Alcir. Ainda lembro de vários casos em que a coisa ia tão longe que o coitado precisava encontrar uma forma de disfarçar manchas espalhafatosas que denunciavam qualquer pensamento menos puro... e se o troço fosse como uma garrafa de coca-cola (naquela época de vidro grosso), valha-me Deus! Sair da enrascada era um problema quase insolúvel. A menos que se usasse um sobretudo. Mas isso, apenas no inverno... no verão, só nos restava mesmo "segurar o bicho" tanto quanto possível. Ou então, sair de fininho...

Ah! Agradeço mais uma gentil e simpática apresentação. O Paulinho Patriota. Boa praça, o cara!

Abração