segunda-feira, setembro 12, 2005

Ela é muito metida

Li no jornal de sábado sobre o lançamento da autobiografia da bailarina australiana Toni Bentley. O título é “A entrega – Memórias eróticas” (No original: “The Surrender”). No livro, ela fala da sua “libertação física e espiritual encontrada por meio do sexo anal”.
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A matéria traz um trecho da obra. Achei melhor não transcrever. Ela diz que não faz propaganda do sexo anal, mas, olha, não parece. A impressão que passa é de tentar convencer às mulheres que entubar uma brachola tem os seus encantos. Veja só o que ela disse na entrevista de divulgação da sua obra:
“Com este tipo de sexo, experimentei uma sensação física, psicológica e espiritual única de me deixar levar, me soltar”.
Viu só? Sentar num banquinho de carne pode dar um barato maior que LSD!
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A matéria tem fotos e causa uma certa surpresa ver aquele corpinho magro de bailarina agüentar uma pemba com tanto altruísmo. Pela resenha, ela descreve o chouriço de seu parceiro – que ela chama de “Homem A” – como algo “definitivamente muito grande” (sic!). Olha, pela foto dela de costas que está na matéria, com aquele corpitcho, algo me diz que ela extraiu as amígdalas num dos...hum...intercursos com seu parceiro. E no texto ela dá mostras de que encara de frente (quer dizer, de costas) a clava forte, não foge à luta e ainda vê o lábaro estrelado!
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Até aí tudo bem. Sexo anal para ela é pinto. Metaforicamente, os políticos vêm fazendo muito pior com o povo há muito tempo. O que me deixa ensimesmado (sempre quis usar esta palavra...) é outra coisa. A moça gosta de alguém que lhe empurre a janta de volta para a goela, mas e daí? Botou suas ...hum...reflexões no papel e conseguiu editora. A esta altura já virou best-seller. Lamento que outras pessoas com outras reflexões e doidas para publicar um livro não tenham a mesma sorte da moça, que é muito metida e bem gozada. Eu adoraria publicar, por exemplo, a minha dissertação de mestrado. Ela demonstra a importância da Imprensa para a realização do histórico censo de 1920 e na comemoração do Centenário da Independência, em 1922. Tenho também vários contos, um premiado inclusive, e estou certo de que não terei facilidades de conseguir editora. Outras pessoas, talvez mais talentosas do que eu, também têm dificuldade para chegar ao livro.
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Mas se para conseguir publicar é preciso esticar a veia do pescoço, morder o travesseiro e sentir uma unha no calcanhar, vou logo avisando: ESTOU FORA!
M.S.

2 comentários:

Anônimo disse...

Qual é Marco?! Publicar tese de Mestrado, sobre o quê mesmo? Quem vai ler? Talvez eu, quando retomar meus estudos para a Diplomacia (sou brasileiro e não desisto nunca, pelo menos até completar trinta e dez anos). Agora, o bom é saber sobre o que passa entre quatro paredes, a vida sexual dos famosos, ela não gravou nada não? Um making off? Poderia ter como título: "O Poder da Djeba!!!!!" kkkkkkkkkk

Marco disse...

É, Ronie...Você tem razão. Por mais que eu tenha escrito minha tese com escrita ágil de jornalista não dá para competir com a moça descrevendo minuciosamente como foi a primeira vez em que ela "liberou a chocolateira"... Acho que ela só publicou o livro. Não tem DVD junto com os "melhores momentos" de sua pesquisa de campo.