
Há uma novidade rondando a comunidade blogueira. Huumm... Talvez nem seja tão novidade assim. Mas alguém começou a pedir a seis pessoas que escrevessem sobre seis de suas características. Chamaram isso de “etiquetar”.
E o negócio se alastrou, feito pereba em menino. A minha amiguinha Giulia recebeu o convite e na hora de passá-lo adiante, me incluiu entre os escolhidos.
Então tá. Convite feito, convite aceito.
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Escrever em blogs, de forma geral, é falar do próprio umbigo. Mesmo os que escrevem sobre temas específicos, acabam falando sobre o seu próprio ponto de vista. Particularmente, prefiro falar de mim aqui pelo viés de minhas saudades. Quem me conhece, sabe que nas minhas conversas nem sou tão ostensivamente saudosista. Não fico falando constantemente nas coisas “do meu tempo”. Pelo contrário. Falo bem mais de coisas contemporâneas e sobre diversos assuntos. Mas aqui, no Antigas Ternuras, resolvi fazer diferente. E aí está uma de minhas características. Gosto de fazer as coisas do meu jeito.
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Por conta disso, vou entrar na roda das tais etiquetas, mas falando de mim pelo ponto de vista do tema deste blog. Será eu por minhas antigas ternuras.
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A primeira delas tem a ver com essa própria decisão, de ser diferente. Não estou querendo ser superior a quem quer que seja. Apenas prefiro dar o meu toque pessoal. E por isso, elejo a minha escola de samba preferida, e especialmente o seu slogan, como primeira antiga ternura que me define. Salgueiro: nem melhor, nem pior; apenas uma escola diferente.
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Embora pragmático, embora cerebral na maior parte do tempo, sou também movido por paixões. E aí, para segunda característica, escolho a impessoalidade que mais me apaixona: meu amado Mengão, clube do meu coração, antiga ternura que me tira do sério, que me faz rir e chorar, que representa o meu lado apaixonado pelas coisas de que gosto.
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Sou um virginiano típico. Dado a silêncios, um eremita que busca entender o mecanismo das coisas. Mas que também sabe ser romântico e ver as coisas do amor além do cientificismo que tanto aprecio. Por isso acredito que o filme e a música “Somewhere in Time” (Em Algum Lugar do Passado) sejam ternuras que melhor expressam meu romantismo, a terceira característica que me explica. Por conta disto, vejo a mulher que amo com brilho renovado em meus olhos e procuro me fazer melhor a cada dia. Por ela.
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Sempre tive sede de conhecer. Especialmente de conhecer o que passou; tirar minhas conclusões; aprender com o já visto. O estudo da História sempre me apaixonou. Me fez virar pesquisador. E talvez daí venha meu amor pelos livros. Quando li “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo, minha eterna ternura literária, vi o que definitivamente me interessava: pesquisar sobre histórias e ajudar a construir a História. Aí está a minha quarta característica.
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Meus pais (mais especificamente minha mãe) me educaram dentro de regras rígidas de conduta. Eles sempre serão minhas ternuras inesquecíveis. Com isto, virei um sujeito que procura sempre seguir as regras, minha quinta face. O que, neste país, especialmente na minha cidade, me transforma em um ET, que desliga o celular dentro do cinema, não entra com compras no elevador social, respeita filas... Coisas assim.
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Da mesma forma que tenho profundo amor pelo estudo da História e pelos livros, as Artes sempre me fascinaram. Todas, mas com especial destaque pelo cinema e o Teatro (que sempre escrevo com maiúscula, pois o Teatro que acredito é maiúsculo), ternuras de minha vida inteira. Eis aí minha sexta característica, alguém que acha o cinema e o Teatro imprescindíveis como manifestações de expressão, que teria dificuldade de se encaixar no mundo sem eles.
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Bem, amigos do Antigas Ternuras, aí está. Marco vezes 6.
Agora, segundo as normas, tenho de escolher seis pessoas para fazer a mesma solicitação. Essa é a parte mais difícil. Como se sabe, tenho milhares de leitores, todos excelentes escritores. Como escolher só seis?
Como já disse que gosto de fazer as coisas de forma diferente, vou fazer o seguinte: não incluirei os que já foram convidados por alguém, os que estão de férias, ou não vem aqui com a regularidade de outros. Indicarei os seis blogueiros mais antigos que freqüentam, e os seis mais novos, entre os que me dão a honra.
Portanto, faço o convite para (em ordem alfabética):
Bruno Mutante, Claudia, Claudinha, Claire, Dira e Paulo/Evandro.
E também para: Ana Carla, Fugu, Luma, Roby, Saramar e minha parceirinha Yumi. (Acabei de ver que minhas amigas Eduarda, Janaína, Lili e Samara ficaram de fora dos dois grupos de seis. Pois, considerem-se incluídas. Nunca fui bom em matemática mesmo...)
Escrevam como desejarem (se desejarem...). Podem escolher filmes ou músicas que os definam (caso do Paulo e Evandro, que tem blogs sobre cinema e música), ou livros (caso da Claire, que na maior parte das vezes escreve sobre literatura) ou o que quiserem.
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Com a palavra, vo6...
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você está ouvindo o tema deste blog: “Somewhere in Time, de John Barry.