terça-feira, julho 28, 2009

Ai, Jesus!

(Segundo cientistas, este é um provável rosto de Jesus)
Acho que este vai ser um post polêmico. Creio ser necessário deixar claro alguns pontos. Sou cristão, acredito em Deus, faço minhas orações diariamente, não tenho nada contra religião nenhuma, nem desdenho da fé de quem quer que seja. Isto posto, passemos a mais um capítulo da séria série “A História tem cada história!...”
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Vamos falar de um certo rapaz galileu conhecido, entre outras coisas, por secar figueiras, fazer aleijado levantar e sair correndo, produzir um bom vinho só com água, e distribuir uma espécie de sanduíche McFish para um monte de gente.
Não só sobre ele, mas vamos refletir sobre um movimento religioso criado a partir de suas andanças por três anos na antiga Judéia.
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Para tratar do mestre Jesus é necessário saber que existiram dois “Jesus”: o religioso, que está nos evangelhos; e o histórico, que se depreende do estudo das (poucas) fontes disponíveis. O da Bíblia, veio ao mundo na cidade de Belém, conforme estava previsto nas profecias. Para historiadores, entretanto, é muito pouco provável que ele tenha nascido lá. Com mais certeza, nasceu em Nazaré, na Galiléia, onde seus pais moravam (considerando José como seu “pai” terreno). A história de que os romanos exigiam que os judeus voltassem às respectivas cidades-natal para serem recenseados não se sustenta. Roma queria saber quantos haviam na Judéia, para cobrar impostos e, eventualmente, convocar a moçada para os exércitos do Império. Estivessem onde estivessem. Além disso, José não iria sair carregando a mulher grávida de nove meses através de uns 150km só para ser recenseado. E sobre a história da gruta, da manjedoura, essa então, não dá para acreditar de jeito nenhum. José tinha parentes em Belém, não precisaria procurar hospedagem se estivesse por lá. Logo, os evangelistas deram um torcicolo no pescoço da verdade para que a história de Cristo coubesse nas profecias do Torá (há estudiosos que asseguram que a vida de Jesus não cumpriu todas as profecias do Messias como está no Antigo Testamento, e, na verdade não cumpriu, mesmo...O caso requer fé).
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Jesus foi bem conhecido ao seu tempo e teve muitos seguidores. O que não deixa de ser surpreendente haver tão poucas fontes falando sobre ele e sua passagem no mundo. Muita gente acha que, sobre Cristo, só existe os quatro evangelhos. Não, tem outros cronistas que sequer eram cristãos e rabiscaram algumas coisas a respeito dele. Na Síria, um certo Mara bar Sarapiton escreveu palavras elogiosas sobre ele, no ano 73 d.C. Os historiadores Flavio Josefo (este na foto ao lado - no ano de 93 d.C.), Tácito (entre 100 e 110 d.C.) Suetônio e Plínio, o moço (em datas imprecisas) também escreveram sobre Jesus e o cristianismo. Mas, com certeza, alguns apóstolos pegaram da pena e contaram algumas histórias sobre o Cristo.
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Mas, por que estas histórias não estão na Bíblia? Eis a pergunta que não quer calar. Ah, aí é que está o busílis.

O negócio é o seguinte. A Bíblia, como conhecemos, como a junção do chamado Velho com o Novo Testamento, foi reunida bem posteriormente ao tempo de Jesus e do nascimento da chamada seita do cristianismo. Deixo claro que Cristo não quis fundar religião nenhuma. Ele era judeu, conhecia as escrituras hebraicas como poucos, praticamente só pregou para judeus – embora seus ensinamentos valessem e valem - muito - para todo mundo. Quem criou uma religião chamada Cristianismo foi Saulo, depois Paulo, de Tarso (o São Paulo, este da imagem). Ele, com seus argumentos, convenceu os demais apóstolos que a mensagem do Cristo servia para judeus e gentios (claro que vale). A maior parte do Novo Testamento é composta por suas cartas ensinando como ser cristão. Mas no momento em que as redigiu não estava pensando assim: “bem, agora vou escrever um pouquinho de Bíblia...” De jeito nenhum. São cartas com admoestações (ele precisava dar uma dura na moçada que estava se excedendo em alguns aspectos), ensinamentos e também procurando animar os seguidores do Cristo espalhados pelo Império Romano.
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A Bíblia, como a conhecemos hoje, foi “montada” no Concílio de Nicéia, em 325 d.C (Concílios são reuniões convocadas pela igreja para se decidirem assuntos doutrinários), especialmente quantos e quais evangelhos que entrariam - embora já existisse o fragmento de Muratori, de 170 d.C., uma espécie de rascunho da Bíblia, que recomendava quatro e somente aqueles quatro evangelhos. O Concílio de Nicéia foi reunido pelo imperador romano Constantino, o que tornou o cristianismo a religião oficial do Estado. Com a força que o imperador estava dando, os bispos começaram a dizer o que podia e o que não se podia fazer. O que cultuar e como fazê-lo. Aliás, o sentimento anti-semita começou ali. Os caras nem levaram em consideração o fato de que Jesus era judeu assim como todos os apóstolos. A partir daquele momento, o couro iria comer pra cima dos hebreus. E mais: a partir deste concílio, a Igreja passaria a intervir na ciência, dizendo o que era aceitável e o que era heresia. Quem sabia de tudo era o papa e pronto.
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Outros apóstolos também escreveram sua versão do evangelho de Cristo, mas eles focaram aspectos humanos de Jesus e o que a Igreja queria era elevar o Messias à categoria de Deus, formando com o Pai e o Espírito Santo a Santíssima Trindade (aliás, uma história complicaaaada!). Em 1945, um pastor de ovelhas achou, numa região desértica do Egito, um vaso contendo papiros com outros evangelhos, chamados pela Igreja de “apócrifos” (obras cuja autenticidade não foi provada)e escritos por outros apóstolos. Na verdade, estes textos batiam de frente com os rumos que os bispos queriam dar ao cristianismo e por isso foram condenados pela Igreja oficial. Os papiros tratam da importância do autoconhecimento, desconfiam de religiões, valorizam a opinião das mulheres... ou seja, tudo o que eles não queriam!
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Existem um sem-número de teorias sobre Jesus. Desde a que garante que ele viveu na Índia antes de ir para a Palestina, até a que assegura que ele não morreu na cruz, sendo retirado com vida, fugindo em seguida para o Oriente, adotando o nome de Yuz Asaf. (na Índia, este nome significa, em língua local, “líder dos curados das feridas”). Há até uma sepultura com este nome na Caxemirra. Fala-se que este Yuz Asaf era um judeu que passava os dias orando, pregando a existência de um único Deus e que viveu até os 70 anos.
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Não estou aqui fazendo pouco das Sagradas Escrituras. Só tenho dentro de mim a nítida impressão de que a passagem de Cristo na Terra não foi exatamente como contam. Bem sei que de jeito nenhum descobriremos o que aconteceu exatamente. E se alguém descobrir...
Isso dá matéria para uns dez “Códigos da Vinci”, né não?
M.S.
Depois de lerem algumas de minhas reflexões e estudos, convido-os a ouvirem a palavra deste pastor. É uma gravação em áudio, mostrando... digamos... uma outra opinião...

M.S.

quarta-feira, julho 22, 2009

Futuro do pretérito


Nos meus comentários nos blogs amigos, sempre termino com as frases: “Carpe diem. Aproveite o dia e a vida”. É uma espécie de marca pessoal, para saberem que aquele Marco que comentou sou eu mesmo. Mas tem uma outra razão, esta mais filosófica.
É uma recomendação para que as pessoas cuidem de seu presente, para que no futuro, quando ele se tornar passado, se transforme em uma doce e antiga ternura. O nosso futuro do pretérito é construído hoje, é preciso lembrar sempre disso. Um deslize cometido no presente, manchará nosso futuro e se tornará uma nódoa indelével em nosso passado. E arrepender-se não vai adiantar muito.
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Há algum tempo eu escrevi um post falando sobre viagens no tempo e desenvolvi uma hipótese onde afirmei que se uma pessoa entrasse em coma e depois de algum tempo despertasse, faria uma espécie de viagem no tempo. E que isso talvez trouxesse um certo choque cultural. Criei até uma historinha para exemplificar isso, onde um homem brasileiro entrou em coma em 1986 e despertou em 2006, no auge do “mensalão”, ao lado da esposa e do médico.
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- Uhnn...Onde estou?
- Waldemar! Você acordou? Olha só, Dr. Duarte! O Waldemar acordou! Ô, meu querido! Você esteve em coma por 20 anos!
- 20 anos? Então já estamos no Século 21?
- Desde 2001, meu bem. Aliás, um ano bem complicado...
- Tivemos a nossa odisséia no espaço? O Brasil já foi ao Cosmos?
- Já, já...E o assunto já encheu o saco. Ninguém agüenta mais o astronauta de Bauru.
- O que? O Brasil mandou um astronauta de Bauru pro espaço? Uau! Deve ter custado muitos milhões de cruzados para...
- Reais.
- Hein?
- Reais. A nossa moeda é o Real. Não é mais Cruzado. Aliás, deixou de ser Cruzado, deixou de ser Cruzado Novo, deixou de ser Cruzeiro... e sei lá mais o quê. A moeda mudou tanto que nem lembro mais quais foram.


- O que você está me dizendo, Dirce... Quando eu apaguei o presidente era o bigodudo, o que fez o Plano Cruzado. Quem mudou pra Real?
- O topetudo. O Itamar Franco.
- Heim? O Itamar foi presidente depois do Zé Sarney?
- Não. Depois do Sarney veio o Fernando Collor...
- Collor? Ué! Não era aquele governador que caçava corrupto em Alagoas?
- Era. Virou presidente e foi impichado.
- Por que?
- Porque era corrupto.
- O que você está me dizendo, Dirce... Mas essa festa vai acabar quando o socialismo sair da União Soviética e chegar ao poder no resto do mundo. Aí essa...
- Waldemar, a União Soviética acabou. Não existe mais desde 1990. A Rússia, a China, a Cortina de Ferro, virou tudo capitalista, adorando a economia de mercado!
- Mas...mas...O que você está me dizendo, Dirce... E depois do Itamar? Quem foi presidente?
- Fernando Henrique Cardoso.
- Aquele sociólogo metido a besta? Meu Deus... Só rico vira presidente nesse país! Ah, mas um dia o PT vai chegar ao poder. Quando um trabalhador chegar na presidência esse país vai ter jeito, vai acabar a roubalheira...
- Er...Waldemar...
- ...Não, Dirce, eu tenho esperança de que um dia um companheiro chegará à presidência e aí os corruptos vão ver só...
- Waldemar...
- ...É isso aí, Dirce! Só o PT no poder para acabar com a bandalheira!...
- Doutor Duarte! Vamos fazer o seguinte? Bota ele em coma novamente!
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Vamos supor que o Waldemar dessa história não acordasse em 2006 e sim hoje, julho de 2009. E alguém dissesse para ele que Lula tinha chegado à presidência. Certamente ele ficaria feliz. Mas e se lhe mostrassem essa foto aí ao lado, com a legenda: “Lula diz que o senador Collor tem sido um apoio para ele no Senado”. E que exibissem para ele um outro jornal, onde o mesmo Lula diz que o senador José Sarney – a quem ele muitas vezes chamou merecidamente de “ladrão, safado” - não é uma pessoa qualquer, é uma pessoa especial. O choque destas revelações não poderia ser fatal para o pobre doente?
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É por isso que eu recomendo a todos: “Carpe Diem. Aproveitem o dia e a vida”. Escolham hoje o seu presente. O seu futuro e especialmente o seu passado, dependem disso. Para que haja antigas ternuras é preciso que seu presente seja igualmente terno. Seu passado começa hoje.
M.S.

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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “O Amor”, de Caetano Veloso e Ney Costa Santos com letra do sempre ótimo Vladimir Maiakovsky.

terça-feira, julho 14, 2009

Merci beaucoup e outras saliências


Deu com os costados por aqui a escritora francesa Catherine Millet, famosa por ter escrito o livro “A vida sexual de Catherine M.”, onde narra os muitos, e bota muitos nisso!, intercursos sexuais que teve com diversos homens anônimos ou não. Desta vez, ela veio ao Brasil para divulgar sua mais recente obra: “A outra vida de Catherine M.”
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A moça não é fraca, não... Pelo que descreveu no seu primeiro livro, ela botou a baratinha no espeto mais vezes e com mais pessoas que o número de parentes do Sarney empregados no Congresso.
Eu não li o livro. Meu tempo é precioso demais para gastá-lo com publicações de sacanagem. Mas o curioso é ver a crítica se referir a ela como intelectual respeitada. Dizem que é crítica de arte, especialista em arte renascentista. Mas ela não escreve sobre a simetria nas obras de Leonardo da Vinci, por exemplo. O negócio dela é outro. Se mostram um Picasso para ela, a moça mostra a “Gioconda” e ainda geme: “Boticelli! Boticelli!”
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Não sei exatamente o que a levou a escrever sobre sua intensa vida sexual. Nas suas entrevistas, ela despeja um monte de frases de efeito, do tipo: “todo livro é uma garrafa que o autor joga ao mar”; “escrevo para me livrar de mim mesma”; “escrever é partilhar significados”; “não sou devassa, apenas me dei liberdade sexual”...
Sei... Claro... Enquanto isso, ela aproveita para temperar o chouriço, martelar o bife, e botar a perereca para tomar leite de canudinho, e depois narrar, sem poupar os detalhes sórdidos, aos seus dois milhões de leitores taradões. (Não se choque, querido leitor, ela só faz, privadamente, o que os nossos bravos políticos fazem publicamente com o Orçamento do País e a nossa paciência há muito tempo, se é que vocês me entendem...)
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A Catherine me lembrou uma outra escritora, de nome Toni Bentley, também chegada numa saliência. Há alguns anos, quando esta lançou seu livro “A entrega – Memórias eróticas”, falando de sua “libertação física e espiritual encontrada por meio do sexo anal”, eu escrevi um post intitulado “Ela é muito metida”, comentando isso. Vejam só um trecho do meu texto:
Pela resenha, ela descreve o chouriço de seu parceiro – que ela chama de “Homem A” – como algo “definitivamente muito grande” (sic!).
Olha, pela foto dela de costas que está na matéria, com aquele corpitcho, algo me diz que ela extraiu as amígdalas num dos...hum...intercursos com seu parceiro. E no texto ela dá mostras de que encara de frente (quer dizer, de costas) a clava forte, não foge à luta e ainda vê o lábaro estrelado!

(quem quiser ler o post inteiro, basta clicar aqui)
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Não tenho como negar que tanto o livro da Catherine quanto o da Toni fariam a alegria de nós, adolescentes no tempo das antigas ternuras... Nossa! A gente espirrava hormônios pelos ouvidos só de ver os caprichados desenhos do Carlos Zéfiro nas famosas revistinhas de sacanagem. Imagina lendo uma descrição tão detalhada de um casal afogando a cobra caolha...(se é que vocês me entendem)
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No post que eu escrevi em 2005, eu me admirava de ter editora para este tipo de livro. Eu tinha acabado o mestrado e buscava publicar minha dissertação, sem no entanto conseguir alguma editora que se interessasse. O meu livro “Popularíssimo – O ator Brandão e seu tempo”, que levei cinco anos escrevendo, pesquisando, entrevistando, refletindo que nem um alucinado, juntando informações sobre o Teatro do final do Século 19/início do 20 nunca reunidas numa publicação, também não despertou interesse editorial. Agora, o livro da tal que escova as tripas e o da outra que destronca o pescoço da girafa (se é que vocês me entendem...), ah, para esses sempre tem editoras interessadas e leitores mais ainda.
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No livro atual que a Catherine Millet está lançando no Brasil, ela conta que depois de combinar um casamento aberto com o marido e em seguida cair no mundo “dando um tapa na coelha” sem pena e sem dó com metade dos homens de Paris, quase morreu de ciúmes quando soube que o seu digníssimo esposo estava “botando o Jabaquara em campo” com uma e outra moça dadivosa. Vai entender esse povo! Disse Catherine que não soube se desvencilhar do sentimento de posse. Ou seja, ela não era de ninguém, mas ele tinha que ser só dela. Então tá combinado assim...
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E no mais, ela pode ter escrito um livro enorme sobre o ciúme, mas não acredito que ela tenha sequer chegado perto da concisão e brilhantismo de Roland Barthes em seu “Fragmento de um discurso amoroso”, que escreveu sobre o ciúme:
“Como ciumento, sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo em sê-lo, porque temo que o meu ciúme magoe o outro e porque me deixo dominar por uma banalidade. Sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum”
Bingo.
M.S.

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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Serge Gainsbourg & Jane Birkin, na famosa “Je t’aime... moi non plus”. Para fazer a moçada ir ao delírio (Se é que vocês me entendem...).

segunda-feira, julho 06, 2009

"Who is bad?"

(Video com 55 seg)

Na semana passada, eu escrevi um post sobre o assunto (que era) do momento: Michael Jackson. Infelizmente não pude postá-lo já que meu modem e minha linha de banda larga entraram em parafuso e eu fiquei dias sem internet. Não pude atualizar meu blog, nem visitar os blogs amigos.
Postar o meu texto agora já não faria mais sentido. O assunto está tão batido que ninguém mais tem paciência para ler mais uma opinião sobre o tal cara que nasceu preto, morreu branco e vai acabar virando cinza, como diz aquela piada que está rolando pela internet até hoje.
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Mas por outro lado, não posso deixar de falar de um artista que cresceu comigo (somos da mesma geração), cujas músicas dancei, tanto as do gênero mela-cueca, quanto as mais agitadinhas, e mesmo uma e outra de suas baladas me consolaram males de amor. Não, quer queira, quer não, Michael Jackson (na foto acima, como era e como seria se não tivesse feito tanta plástica) faz parte de minhas antigas ternuras e não posso deixar passar em branco (sem trocadilho) a oportunidade de escrever sobre sua importância na minha vida.
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No post que escrevi, eu contava sobre a primeira vez que eu o ouvi, falava dos desenhos animados do Jackson 5 que assistia nas tardes de TV, mencionava uma ou outra história desse tal "rei do pop", que desde muito já tinha virado uma espécie de personagem do seriado "Lost". Ou do "Arquivo X", sei lá... Previa que a família dele iria transformar o seu velório num circo, que o pai cafajeste iria procurar faturar algum com o evento (não deu outra!)...
Bem... Deixa pra lá. De qualquer forma, mantenho o que escrevi no final do post:
Descanse em paz, Michael. Contudo e apesar de tudo, você foi um dos maiores artistas do Século 20. Sua música, sua dança, sua arte, alegraram tantas pessoas em todos os países. E isso não é pouca coisa. Se você era boa ou má pessoa... Se você se envergonhava de sua cor, de sua raça... nem sei até que ponto a sociedade em que você viveu, que nós vivemos, que direta ou subliminarmente diz que “branco é bom, preto é ruim” tem responsabilidade nisso... Depois de tanta caridade que você fez, depois de tanta emoção, de tanta inspiração, nesse mundo tão louco e, onde como disse Caetano, “de perto, ninguém é normal”, repito suas palavras na canção "Bad", aquela que muito esquisitamente começa com a frase “Your butt is mine” (“Sua bunda é minha”. Êpa!):
“E o mundo inteiro tem que responder agora
Só para lhe dizer de novo,
Quem é mau?”
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Pois é. Who is bad?
Vejam este vídeo curtinho, só 1min e 8seg.

Quem ensinou a estas crianças que ser negro é uma coisa ruim? E se elas crescerem, se transformarem em pessoas bem sucedidas financeiramente e quiserem ficar "boas", fazendo plásticas, alisando o cabelo tóin-nhóin-nhóin e branqueando a pele? Michael Jackson é um excelente exemplo de alguém que fez muito bem à música negra e muito mal às lutas da raça negra. Em algum momento, ele foi como um destes meninos. Se fosse chamado para apontar o boneco "feio" certamente apontaria o mesmo que elas.
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No jogo semifinal da Taça Libertadores, parte da torcida do Grêmio gritava de forma ensandecida para o jogador Elicarlos, do Cruzeiro: “Macaco! Macaco!”. Tinha crianças naquele estádio. Inclusive crianças negras e elas certamente ouviram essa barbaridade.
Pois é. Todo mundo achando um absurdo a esquisitice daquele eterno menino talentoso de branquear a pele, atenuar as características da raça negróide, pagar a duas mulheres louras para gerarem filhos (estes três da foto acima) para ele com esperma de homens louros. Que doideira, Michael!
Então vemos um vídeo com essa experiência, cujo resultado é provavelmente fruto de anos de massacre de marketing subliminar, mostrando que ser branco é mais vantajoso.
E aí? Who is bad?
M.S.
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Da Série: “Esse povo não presta... Ô raça!” (piadinhas que circulam por aí...)
1) Michael Jackson morre e vai pro céu. Lá ele avista São Pedro e corre na direção dele, perguntando: “Cadê o Menino Jesus?”
2) Dentro do elevador cheio, entra um rapaz e encontra um conhecido.
- Ih, cara... Sabe quem acaba de morrer?
- Não.
- O Michael Jackson!
- Ele deve ter comido alguma criança estragada...
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Na TV Antigas Ternuras, você vê “I’ll be there”, com Michael cantando, em ótima montagem, com ele mesmo quando menino. E também um vídeo com uma interessante e apavorante experiência com crianças negras e dois bonecos.