quinta-feira, dezembro 21, 2006
...E a gente ficou feliz a rezar.
Conta-se que em um certo Natal, o compositor Assis Valente estava em um quarto, em Niterói. Ele se sentia amargurado naquela noite por estar sozinho, quando muita gente festejava em família. Na parede do quarto havia uma gravura de Papai Noel. Ele disse para si mesmo: “eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel...”
Nascia ali a mais bonita canção natalina feita no Brasil. “Boas Festas” (Anoiteceu...o sino gemeu...)
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Vídeo com 2min e 37seg
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É uma canção linda. Muito mais que o tradicional “Jingle Bells” da vida que muitos insistem em preferir. É uma canção esplêndida e com uma particular afinidade com os brasileiros. Muitas crianças e adultos pensarão que Papai Noel já morreu... e até acharão que felicidade é brinquedo que não tem...
Todo mundo gosta de ganhar presente de Natal. Na noite de seu nascimento, Jesus ganhou alguns dos reis magos. Dois mil e seis noites depois daquela, dê você também um presente ao aniversariante. Não precisa ser ouro, nem incenso nem mirra. Mas, se você der de coração, será ainda mais valioso e de mais raro perfume para Ele:
Dê o seu perdão para quem te magoou.
Tenha um gesto de carinho para as pessoas que estão ao seu redor.
Deseje sinceramente o bem de todos aqueles que você conhece ou que venha a conhecer.
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Estes presentes não te custarão um centavo. Mas te exigirão um esforço sobre-humano, por incrível que pareça! Você até preferirá ir ao shopping e comprar qualquer coisinha a dar presentes como estes. Mas veja bem: estes são presentes que você dará a Jesus. Se não houver sinceridade Ele perceberá! E mais: você se sentirá muito bem por ter dado estas “lembrancinhas”...Faça a prova!
Tenha um Feliz Natal. E que no final de 2007 você possa dizer: “este foi um ano maravilhoso pra mim!”
Que a Paz e o Amor do nosso Amantíssimo Pai chegue aos nossos lares. E que encontre a gente “feliz a rezar”...
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Video com 2min e 10seg
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Na TV Antigas Ternuras, você assiste ao conjunto português Vozes do Rádio, cantando “Boas Festas”, de Assis Valente. E mais abaixo, Beto e Ênio, da Vila Sésamo, uma de minhas antigas e queridas ternuras, cantam “Have Yourself a Merry Little Christmas”, uma canção de Natal muito linda e pouco conhecida por aqui...
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Amigos, este é o último post de 2006. A partir de agora, o Antigas Ternuras entra em recesso até o início de janeiro do ano que vem. Tenham todos um Feliz Natal e um Novo Ano repleto de abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim...
segunda-feira, dezembro 18, 2006
A mágica está no ar!
Quando eu era pequeno, adorava ver os mágicos. Teve uma época em que eu dizia que queria se mágico quando crescesse. Também dizia que seria cientista, astronauta, Batman...
Eu ficava fascinado quando assistia números de ilusionistas. Podia ser o mais furreca possível, para mim, aquilo era mágica!
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Aqui no Rio tem dois filmes em cartaz que me reacenderam o interesse por mágicas, mágicos, truques etc.
Os dois filmes são excelentes. Um é “O Grande Truque” (The Prestige, EUA/Inglaterra, 2006, dir. Christopher Nolan). O outro, “O ilusionista” (The Illusionist, EUA/Rep. Tcheca, 2006, dir. Neil Burger)
Rapidamente, falemos de um e de outro.
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Batman x Wolverine
No primeiro que vi, “O Grande Truque”, temos como protagonistas Christian Bale, que no ano passado brilhou em “Batman Begins”, no papel do Homem-Morcego, e Hugh Jackman, o Wolverine da série “X-Men”. Bale interpreta o talentoso mágico Alfred Borden, que é bom como criador e como executor das mágicas. Jackman interpreta seu concorrente Robert Angier, excelente para executar os números, mas não tão bom criador como seu rival.
Vídeo com 2min 33min
No início do filme, que se passa no Século 19, na Inglaterra, Borden sem querer provoca a morte da esposa de Angier. A partir dali, inicia-se uma competição entre os dois que não tem limites. Não sabemos se eles estão competindo ou se vingando um do outro pela dor, sofrimento e mutilação que um causa no oponente. Onde vai acabar aquela disputa? Com a morte de um ou de outro ou de ambos, é claro.
Além dos protagonistas, temos Scarlett Johansson, no papel de Scarlett Johansson, ou seja, mais um filme onde ela entra, fala pouco e fica só acompanhando tudo com aqueles olhos de ovelha assustada. Michael Caine, sempre notável, e um surpreendente David Bowie (eu nem sabia que ele estava no elenco, fiquei achando que o cara que fazia o Nikola Tesla, o único personagem que realmente existiu na história, era muito parecido com ele e era ele!). Um aspecto interessante no filme: ele revela como os truques são feitos!
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Espíritos mágicos
No outro filme, temos o habitual show de bola dos atores Edward Norton e Paul Giamatti. O primeiro faz o personagem-título, o mágico Eisenheim; o segundo, o inspetor de polícia Uhl. A Áustria do Século 19 fica intrigada com os números de magia de Eisenheim, incluindo o príncipe Leopold (Rufus Sewell) e seu cão de guarda Uhl. Ambos tentam desmascarar o mágico, mas isso não é tarefa fácil. A condessa Sophie (Jessica Biel) é um antigo amor do ilusionista, sendo atualmente a noiva do herdeiro do trono austríaco, o violento Leopold. Ela tenta desfazer o compromisso com o príncipe, mas este não aceita e o corpo morto da moça aparece sobre um cavalo e depois na beira de um rio.
O policial Uhl se apressa em prender alguém que diz ter “confessado”. Mas todos desconfiam que Leopold é o assassino. Eisenheim apresenta um número onde espíritos vêm ao palco. Incluindo a moça assassinada...
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Vídeo com 2min 33seg
Ambos filmes têm história contadas em ritmo alucinante, de fazer perder o fôlego. Ambos escondem segredos que só serão revelados nas últimas cenas.
E eu lá, assistindo a um e a outro, lembrando do tempo em que um “Mister M” da vida encantava aquele menino de olhos vívidos ao transformar uma flor numa pomba branca.
Mesmo hoje, quando vou a alguma festinha e vejo um mágico fazer suas maravilhas, não posso deixar de lembrar que eu já quis fazer tudo aquilo, já quis ganhar a vida mostrando que a mão é mais rápida que os olhos...
M.S.
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Na TV Antigas Ternuras, você assiste aos trailers de “O Grande Truque” e de “O Ilusionista”.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Lua e Mar - o reencontro
(Da série: Contos avulsos)
Amando noites a fio
Tramando coisas sobre os jornais
Fazendo entornar um rio
E arder os canaviais
(Amando sobre os jornais, Chico Buarque)
E lá estavam eles, na mesma rodoviária, no mesmo país, no mesmo planeta, na mesma vibração cósmica.
Cabeças cheias de sonhos, os olhos inundados de desejos e promessas.
Ele a viu primeiro. Ela estava sentada, lendo. Com os olhos, ele a beijou nas mãos, nos cabelos... Seu olhar parecia a abelha que anda sobre a corola da flor, brincando com o pólen, bebericando néctar sem pressa...
Talvez pelo calor do olhar do homem, a moça sentiu e ergueu os olhos. Sorriu.
Aquele sorriso lindo ainda haveria de incendiar um ônibus...
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- Oi, Lua...
- Oi, Mar...
Tinham o mesmo nome: Lucimar. Mas ela era a Lua. Ele era o Mar.
- Você veio, mesmo...
- Eu não devia ter saído daqui... Não sem você comigo.
O rapaz tinha nas mãos uma bolsa em listras brancas e azuis. Ela tinha os olhos da cor da avelã madura. Ambos tinham o sorriso da cor da paixão.
- Vem comigo?
Claro que ela iria. Sentia-se com forças para ir ao Calvário de joelhos ao lado daquele homem. Entraram no ônibus e suas mãos se buscaram como se fossem serpentes ensinadas. Sem dizer uma palavra, eles eram sorrisos. As estrelas que moravam no fundo dos olhos de Lua se refletiam na placidez dos olhos do Mar.
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Subiram as escadas com a pressa de quem tem urgências a sanar. No quarto, o primeiro beijo veio com a fúria das ondas do mar sob a lua das marés. Despiram-se. Tiraram o pó dos séculos em que estiveram afastados.
O amor foi doce. Repetidamente doce. Até a Lua perder o fôlego de tanto mergulhar no fundo do Mar.
Ele, hipnotizado pela face oculta da Lua, sentiu seus fluidos deixarem o seu corpo e se misturarem aos fluidos dela. Quem era ela? Quem era ele? Eles não sabiam. Ninguém saberia.
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Aí veio o momento em que o dia afasta os reflexos da Lua da superfície do Mar. Mas eles sabiam que, mais cedo ou mais tarde, novamente a prata se misturaria ao azul. Como tinha que ser. Como sempre vai ser...
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Armandinho e seu “Ursinho de Dormir”.
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Se você não leu o primeiro encontro da Lua e o Mar – a mais bela história de amor, clique aqui e vá rolando até chegar ao post de 5 de setembro.
domingo, dezembro 10, 2006
Surdo como uma porta
Lá vamos nós para mais uma explicação sobre a origem de expressões que usamos cotidianamente.
Hoje falaremos de...
Ser surdo como uma porta
Essa vem do tempo da Antiga Roma dos Césares. Naquela época, eles atribuíam divindade a tudo. Existia até um templo consagrado ao “deus desconhecido”. A idéia era cobrir todas as possibilidades!
Pois é.
Entre as muitas coisas a que eles atribuíam divindade, a porta era um exemplo. Os romanos a consideravam como deusa (o nome era exatamente este: deusa Porta). E lhes dedicavam oferendas, faziam-lhes pedidos... Fico imaginando um romano ajoelhado diante de uma porta, rezando:
“Ó divina Porta, fazei com que eu ganhe a aposta que eu fiz lá no Coliseu! Se perder não tenho dinheiro e o cara com quem apostei não é dois, mas é forte pra caramba!”
Um pedido dos mais comuns era mulher suplicando para arranjar marido.
“Portinha do meu coração, me tire do caritotus (caritó, em latim). Preciso arranjar um homem, senão vou ficar louca, entrar no primeiro cortejo em homenagem a Baco e me acabar numa bacanal!”
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Quando os pedidos eram atendidos, ah, era festa! Beijavam as portas, davam presentes, choravam abraçados com elas, faziam carinho... mas se a porta não atendesse às súplicas (o que acontecia na maioria dos casos...), se ela se fizesse de surda, ah, os caras a cobriam de xingamentos, era um tal de "porta safada" pra cá, "sua surda sem-vergonha" pra lá...
Daí, se uma pessoa não atendesse às solicitações, ou mesmo se fosse deficiente auditiva, diziam que ela era surda como uma porta.
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E aí está uma coisa interessante. De forma geral, somos piedosos e tolerantes com os cegos. Mas não é todo mundo que tem paciência para lidar com gente surda. O surdo gera nos outros impaciência. Talvez, até por conta da tradição da porta dos romanos. Além disso, a “surdez” - não a deficiência física, falo sobre aquele que não quer ouvir - é uma característica dos teimosos. E poucas coisas causam mais irritação que lidar com gente teimosa. Desde que não sejamos nós, é claro... Nós nunca somos teimosos, temos firmeza de caráter e defendemos com solidez o nosso ponto de vista. Teimosos são os outros...
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E você? Tem paciência com quem não escuta direito?
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras você está ouvindo (se não for surdo...) Astor Piazzola magistral em “Adiós Nonino”.
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Queridos amigos: me desculpem por não ter aparecido como de costume em seus blogs. Mas com a mega turnê mundial (que se encerra, pelo menos neste ano, hoje, na aprazível cidade de San Juan Del Merity, e outros afazeres que estão me consumindo o escasso tempo que tenho, fica difícil para eu visitá-los como tanto gosto de fazer.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Santo seriado, Batman! - Parte 2
Na capítulo anterior, vimos que Burt Ward estava com problemas envolvendo a Liga da Decência (que, provavelmente, era comandada pelo Coringa...) e o short apertado de seu uniforme, que revelava volumes proibidos.
Bem, pra resolver a questão, a Fox entregou um balde de gelo para o ator e disse: “se vira!”. O cara botou o “menino-prodígio” pra fora e o afogou no balde de gelo, na esperança de que, com o frio, ele se reduzisse a condição de uma bat-verruga (brrrrrr! Essa tortura nem o Sr. Frio tinha imaginado...).
O ator voltou para o estúdio, com o intuito de continuar gravando, mas os representantes da Liga da Decência, continuaram achando que o “pingüim” estava aparecendo no esconderijo (imagino com que interesse os representantes da Liga da Decência ficavam investigando a mala do Robin...).
A solução que a Fox arrumou foi uma injeção pra diminuir pinto (cruz-credo! o pesadelo de todo homem!). Foi isso mesmo que vocês leram! Deram um remédio para o Burt Ward com a intenção de fazer com que as jóias da família ficassem menores durante a gravação do episódio. E não é que isso agradou à Liga da Decência?
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Mas passou um tempo, Ward começou a ficar preocupado. E se reduzisse de vez? E se escangalhasse o mecanismo do brinquedinho? Foi quando ele se rebelou e disse ao estúdio que não tomaria mais aquele remédio, nem se o Charada o obrigasse. O ataque de piti acabou colando. A Liga de Decência não apareceu mais e o Robin pode enfrentar os bandidos com todas as armas.
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Muita gente acreditava que existia um componente homossexual entre o Batman e o Robin. Ô maldade...
De qualquer forma, o ator Adam West se encarregava pessoalmente de que a reputação do herói do seriado não chegasse até ele. O cara era um devorador de mulheres! No auge do sucesso da série, a mulherada ficava doida com os atores da série. Burt Ward estava recém-casado e preferia ficar comportado. Adam estava casado, mas acreditava que boi amarrado também pasta... E não faltavam moças para oferecer a bat-caverna pro rapaz estacionar o bat-bilau.
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No programa Biography, no canal A&M Mundo, eu assisti ao especial sobre a série Batman. Teve um momento em que o Burt Ward contou que, num dia, entrou no camarim do Adam West pra ensaiarem juntos o texto e levou um baita susto. Tinha uma moça ajoelhada diante do West, "cantando no bat-microfone", se é que vocês me entendem...
Disse também o Ward que o companheiro de galinhagem de West era o Frank Gorshin, o ator que fazia o personagem Charada. Teve uma noite em que os dois saíram pra caçar. Passaram diante de uma animada festa. Entraram de penetras, na maior cara de pau. Quando a dona da casa descobriu que o “Batman” e o “Charada” estavam ali, obviamente não os mandou sair. Pelo contrário: Aí mesmo foi que a festa começou!
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Vocês conseguem imaginar o Batman dançando numa festinha de embalo dos anos 60? Não? Vou ajudá-los nesse exercício. No primeiro episódio da série, o Batman foi a uma boate para procurar pistas sobre o Charada. Lá, ele pede um suco ao bartender (lógico! Já imaginou o Batman do seriado tomando uma cachaça?). Nisso, uma moça o tira pra dançar. E ele vai. E começa a fazer a dança do morcego, que virou um tremendo sucesso posteriormente, sendo conhecida como “Batusi” (ah, aqueles anos 60...). Ela foi criada pelo próprio West. Era assim: a idéia do ator era simular um ato sexual (ah, tarado!) de forma dissimulada. Uma espécie de dança de acasalamento. Batman levantava os braços, como se eles fossem cobras; depois, passava os dedos em “V” pela máscara, mexendo os braços de modo insinuante, levantando a capa como se fosse um Drácula pronto para dominar a vítima, mexendo a cabeça pra frente e pra trás, como se estivesse fazendo saliência... Até que começava a ver as coisas turvas, pois o suco tinha narcótico. E ele cai.
Achou que essa dança não te é estranha? Pois é. Em “Pulp Fiction”, John Travolta a imitou e depois foi imitado por trocentos desenhos animados (FormiguinhaZ foi um, que eu me lembro...). E você achando que tudo era uma invenção do Quentin Tarrantino... Rá!
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Agora eu queria falar dos vilões da série. Eram um capítulo a parte. Tinha os quatro principais, que apareceram mais vezes: Coringa (César Romero), Pingüim (Burgess Meredith), Charada (Frank Gorshin) e Mulher-Gato (Julie Newmar, em duas temporadas, Eartha Kitt na terceira, e Lee Meredith, a Dra. Ann, de “O túnel do tempo”, no Batman, o longa-metragem). Mas além deles, houve outros, alguns representados por pessoas famosas, como Vincent Price (o Cabeça de Ovo), Roddy McDowell (o Traça), o pianista bandeiroso Liberace (Chandall), Victor Buono (Rei Tut. Quase que o Charlton Heston e o Yull Brinner fizeram o personagem...), Zsa Zsa Gabor (Minerva), Joan Collins (Lorelei), Eli Wallace (Sr. Frio) etc.
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Vou fazer um breve resumo dos quatro atores que fizeram os vilões mais famosos:
César Romero (1907-1994), que fazia o Coringa, era neto do libertador cubano Jose Marti, mas nasceu em New York. Era um exímio dançarino e fez vários musicais, principalmente com a nossa Carmen Miranda.
Além de Batman, ele atuou em outros seriado famosos, como em O Zorro, A Feiticeira, Magnum e Agente 86. Morreu em 1 de janeiro de 1994, aos 86 anos, de complicações respiratórias.
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Frank Gorshin (1934-2005), o Charada, desde menino se envolveu com Teatro. Adorava fazer imitações de ídolos do cinema, como James Cagney, Cary Grant e Edward G. Robinson.
Apresentou-se como comediante em clubes noturnos até entrar para a TV e se apresentar no famoso Ed Sullivan Show. Por sua atuação como Charada, foi indicado para o prêmio Emmy. Participou, mais tarde, de Jornada nas Estrelas, onde ganhou mais uma indicação. Atuou na Broadway e nas séries televisivas Combate, Chaparral e As Novas Aventuras de Superman. Faleceu recentemente, em 17 de março de 2005, vítima de câncer no pulmão.
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Burgess Meredith (1907-1997), o Pingüim, foi um reconhecido ator teatral nos anos 30. Estreou no cinema em 1936 e a partir dali fez inúmeros filmes (incluindo a série “Rocky”, com Sylvester Stallone e Dois Velhos Rabugentos, com Walther Matthau e Jack Lemmon).
Combateu os nazistas na II Guerra e depois foi considerado como “testemunha hostil” no Comitê McCarthy de atividades anti-americanas, por se recusar a entregar colegas. Graças a isso, teve a sua carreira interrompida, só conseguindo trabalho nos anos 60. Era ecologista e defensor do meio ambiente. Como o “Pingüim”, o seu “Querk! Querk! Querk!” ficou famoso. Morreu em 1997, de Mal de Alzheimer.
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Julie Newmar (nascida em 1935), a mais famosa Mulher-Gato. Era dançarina exímia, tendo atuado dançando na Los Angeles Opera Company. Por ser extremamente linda, participou de inúmeros concursos de beleza. Estreou no cinema, em 1952, e em 1954, participou do célebre “Sete Noivas para Sete Irmãos” (dir. por Gene Kelly). Atuou com brilho na Broadway, em diversos musicais. Foi convencida a virar a Mulher-Gato por seu irmão menor. Foi uma sensualíssima Catwoman. Tem um diálogo dela com o Batman que é inesquecível:
Batman: eu farei tudo para reabilitá-la, Mulher-Gato.
Mulher-Gato: Case comigo.
B: Eu disse tudo,mas menos isso. Uma esposa, por mais linda e carinhosa que fosse, prejudicaria demais a minha luta contra o crime.
MG: mas eu o ajudaria. Eu posso me reformar, eu juro.
B: E quanto a Robin?
MG: Robin? Ah, já sei, o mataremos!
Em 1983, ela teve um filho com Síndrome de Down e se afastou da carreira. Mas às vezes aparece em Convenções de antigos seriados para alegria dos fãs (veja no foto ao lado).
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Quando o sucesso da série estava decaindo, tentaram inserir uma Bat-Girl para dar uma forcinha aos Cruzados Embuçados. Não deu muito certo. Mas era um prazer ver a Yvonne Craig, um verdadeiro avião!, entrar em cena com aquela roupinhas justas (ainda bem que a Liga da Decência já tinha parado de encher o saco!) que faziam a delícia e a fantasia dos garotos. Yvonne nasceu em 1937 e era bailarina antes de se transformar em atriz. Chegou até a dançar no Balé Russo de Denham.
Uma vez, estava jantando num restaurante, em Los Angeles, quando Patrick Wayne (filho de John Wayne) a abordou, perguntando se era atriz. Não era. Mas o seu acompanhante disse que sim e assim estreou no cinema. Quase fez o papel principal em West Side Story. Além de atuar em Batman, ela participou de outras séries, como Viagem ao Fundo do Mar, Dr. Kildare, Agente da U.N.C.L.E., Meu Marciano Favorito e Jornada nas Estrelas. Com o tempo, ela parou de receber propostas e hoje só costuma aparecer em convenções de seriados. Escreveu sua auto-biografia “From Ballet to the Batcave and Beyond”.
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Além dos heróis e dos vilões, ainda apareciam regularmente na séria o Comissário Gordon (Neil Hamilton 1899-1984), Chefe O’Hara (Staford Repp 1918-1974), Alfred (Alan Napier 1903-1988).
Muita gente quis e fez participações especiais naquela famosa cena da janela, quando Batman e Robin subiam pela bat-corda e alguém aparecia para dar um alô. Os mais famosos, que eu lembro, foram Sammy Davis Jr., Besouro Verde (Van Williams) e Kato (Bruce Lee), que também atuaram com a Dupla Dinâmica num episódio, Jerry Lewis, Edward G. Robinson, Ted Cassidy (o Lacraio –ou Tropeço- da série Família Addams), entre outros. Teve um artigo em que li, afirmando que Frank Sinatra e até Bob Kennedy andaram perguntando se dava para aparecer também...
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Em 1968, com baixos índices de audiência, a série foi cancelada pela Fox. Algum tempo depois, a NBC quis produzir o seriado, mas a Fox tinha destruído os cenários e ficaria caro demais reconstruí-los. Que pena...
Mas ela sempre seria reprisada (aliás, a Fox a está reprisando pela TV a cabo...). Nenhum quarentão esquece aquela musiquinha famosa, que hoje faz enorme sucesso como ringtone de celular... Ah! Santa saudade, Batman!
MS.
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Na TV Antigas Ternuras, você vê o Homem-Morcego dançando...Santo mico, Batman!
sábado, dezembro 02, 2006
Santo seriado, Batman!
Vídeo com 1min e 43seg.
Poderíamos, sem medo de incorrer em erro, localizar na década de 60 a Era de Ouro dos Seriados clássicos de TV. Muitas daquelas séries hoje fazem parte do imaginário até de gente que passou a assistir televisão nas décadas seguintes.
Uma das mais famosas fez 40 anos agora, em 2006.
O primeiro episódio desse seriado foi ao ar na rede ABC americana, em 12 de janeiro de 1966. E causou um absoluto espanto! Já parecia esquisito ver dois homens adultos mascarados, em collants, parecendo levar muito a sério aquilo. Mas nas cenas de lutas, os espectadores começaram a “ler” os sons dos socos e bordoadas. Exatamente como nos quadrinhos. Mas era TV, em um show de entretenimento. Um personagem dos gibis, que tinha sido criado como uma criatura sombria, aparecia enfrentando vilões impagáveis, num tipo de espetáculo nunca visto. Pelo menos não daquele modo...
O sinal do morcego brilhou no céu! Estava na hora de Batman e Robin entrarem em ação!
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Eu sempre fui fã do herói Batman. Até hoje é o meu favorito. Criei o login “batmarco”, em 1997 e hoje sei que já fui copiado. Não consegui abrir um endereço Gmail com este login. Nem no Yahoo. Alguém deve ter visto meu endereço e clonou na maior cara de pau.
Quando eu assisti ao primeiro episódio do Batman que passou num sábado, à noite, na TV Globo, lembro que fiquei estatelado! Aquilo não era como no gibi. Era...engraçado! O episódio tinha como título “Descongelamento Instantâneo” (Instant Freeze, no original). Ver o Batman lutando com o Sr. Gelo, naquele festival de “sock!”, “pow!”, “ouch!”, “zap!”...Era fantástico! Virei fã. A partir dali, veria todos os episódios que pudesse. E acho que vi todos os 120 da série.
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Com o seriado, eu e meus amigos de infância começamos a conviver e a usar expressões como “na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal” com que o locutor terminava cada episódio. “Santa qualquer coisa!”, era o que dizíamos, imitando o Robin. Nas brincadeiras infantis, todos queriam ser o Batman. Só meu irmão pedia para ser o Robin. E lá íamos os dois, eu e meu irmão, com toalhas amarradas nas costas, descendo pelo cano que ficava num canto do nosso quintal (ah, sim, era a nossa bat-caverna...), ambos com máscara feita de retalho de tecido preto, lá iam os dois: Batmarco e RobinJoão! Defensores da justiça!
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Mas, falemos do seriado e seus protagonistas. Começando por...
Adam West – Ele fazia o Batman. Seu nome original era William West Anderson, nascido em Walla Walla, no estado de Washington, em 19 de setembro de 1929. Tem um irmão, John. Ele se formou em Literatura e Psicologia na sua cidade natal. Trabalhou em Rádio (foi disc-jóquei!) Antes de se tornar ator. Começou sua carreira nos sets de filmagens fazendo uma pontinha em “A Ilha do Terror”, em 1957. Algum tempo depois fez algumas participações em seriados de TV, como Maverick, 77 Sunset Strip e Os Detetives. Fez também alguns comerciais, em um deles, de um produto da Nestlé, ele fazia uma paródia de James Bond. E foi justamente a sua atuação neste comercial que despertou a atenção dos produtores de “Batman”. Eles queriam exatamente um ator que dissesse aquelas falas malucas como se tivesse declamando Shakespeare.
Adam era (é) extremamente vaidoso e egocêntrico. Achava que ele era o protagonista da série e que tudo deveria girar à sua órbita. Em sua autobiografia (Back to the Batcave, 1994), ele, com a maior cara de pau, distorceu alguns fatos para ficar bem na fita.
Com o fim da série, ele tentou outros trabalhos, mas descobriu que estava marcado pelo personagem. Ninguém queria contratar o “Batman” para um filme sério... Embora Albert Broccoli, produtor da série 007, o tenha chamado para substituir Sean Connery como o novo James Bond. Adam recusou, alegando que a Inglaterra em peso o crucificaria por ser um americano tentando interpretar um inglês. Broccoli, então, chamou o insosso do George Lanzeby (um australiano) que não conseguiu fazer mais que um filme da série.
Sua carreira foi de mal a pior depois de ser o Homem-Morcego. O máximo que conseguia eram pequenas participações em comédias, algumas até parodiando a si mesmo. Sem alternativas, passou a ganhar a vida fazendo aparições em programas de TV e em feiras de aficionados por antigas séries. E até mesmo em festinhas, voltando usar a mesma bat-capa, o mesmo bat-uniforme, só que agora com uma baita bat-barriga. Fez dublagens em desenhos do Batman e dublou a si mesmo em desenhos dos Simpsons.
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Burt Ward era o Robin. Na verdade foi seu primeiro trabalho como ator. Seu nome original era Bert John Gervis Jr., nascido em 6 de julho de 1945. Quando menino, foi um astro patinador no gelo no show de seus pais, o Rhapsody On Ice. Curiosamente, era apresentado como “The Boy Wonder” (O Menino-Prodígio).
Burt foi assistente de produção em Teatro, disc-jóquei em Rádio e agente imobiliário. Tentou a carreira como ator, mas como não tinha experiência alguma, ninguém o contratava para nada.
Até que por volta de 1965, seu agente conseguiu um teste junto ao produtor William Dozier, nos estúdios da 20th Century Fox Television. Ele fez o teste usando uma roupa colante, parecida com a do Robin, sem sequer saber para que papel estava concorrendo. Dois meses depois, quando já nem mais lembrava daquilo, foi chamado para assinar contrato para a nova série.
Como era um novato, a produção abusava dele. Ele ganhava um salário abaixo do piso sindical da classe. Quando foi reclamar, Dozier o ameaçou de demissão e ele teve que engolir aquele bat-sapo. Por usar uma máscara que cobria muito pouco o seu rosto, o seu dublê quase nunca era acionado nas cenas de perigo. Com isso, ele levou muitos tombos e estabacos, chegando a baixar ao hospital várias vezes.
No elenco, seu principal problema se chamava Adam West e seu bat-ego monumental. Eles viviam disputando atenções, espaço de camarim, e até falas. Burt, em sua auto-biografia Boy Wonder: My Life in Tights (algo como: “Menino-Prodígio: Minha vida em malha de ginástica”), revela que Adam, sempre que podia, sabotava a sua atuação. Por exemplo: ele sempre dizia as suas falas leeentameeente para deixar pouco tempo para o Robin falar as suas e, no ritmo veloz que o seriado tinha, correr o risco de ser cortado na montagem. Acontece que Burt Ward era especialista em dizer muitas palavras velozmente, tinha até ganho prêmio nisso. E mesmo com o pouco tempo que tinha, conseguia dizer suas falas. Quando Adam percebeu, passou a interrompê-lo, atropelando seus diálogos (Santa sacanagem, Batman!).
Depois da série, Burt não conseguia emprego pelo mesmo motivo que Adam. Durante a série, ele até chegou a ser chamado para um papel que o projetaria, mas a produção de Batman não o liberou, e assim, o produtor Larry Truman chamou Dustin Hoffman para o filme “A Primeira Noite de Um Homem”.
Depois do fim da série, Burt só conseguiu pequena participações em alguns filmes classe Z e em seriados. Também dublou Robin em desenhos para a TV.
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Há inúmeras curiosidades envolvendo a série Batman. Uma delas é absolutamente risível:
O personagem Robin tinha que usar aquelas meias de malha e o shortinho apertado. As meias davam alergia ao ator Burt Ward, daí, ele teve que depilar as pernas. Mas o pior não foi isso: a Liga da Decência (existia isso nos EUA, acredita?) foi ao set de gravação e vetou a aparição do Robin daquele jeito. É que com o short apertado, aparecia por baixo a marca do “vergalhão” proeminente do ator. Exigiram que “aquilo” fosse disfarçado, senão eles não liberariam o programa.
Céus, o que fazer? Que problema, heim Menino-Prodígio?Não percam a solução deste intrincado problema e as revelações sobre os vilões da série no próximo bat-post, na próxima bat-semana, no mesmo bat-blog.
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Na TV Antigas Ternuras, você vê o trailler anunciando a estréia de Batman.
Poderíamos, sem medo de incorrer em erro, localizar na década de 60 a Era de Ouro dos Seriados clássicos de TV. Muitas daquelas séries hoje fazem parte do imaginário até de gente que passou a assistir televisão nas décadas seguintes.
Uma das mais famosas fez 40 anos agora, em 2006.
O primeiro episódio desse seriado foi ao ar na rede ABC americana, em 12 de janeiro de 1966. E causou um absoluto espanto! Já parecia esquisito ver dois homens adultos mascarados, em collants, parecendo levar muito a sério aquilo. Mas nas cenas de lutas, os espectadores começaram a “ler” os sons dos socos e bordoadas. Exatamente como nos quadrinhos. Mas era TV, em um show de entretenimento. Um personagem dos gibis, que tinha sido criado como uma criatura sombria, aparecia enfrentando vilões impagáveis, num tipo de espetáculo nunca visto. Pelo menos não daquele modo...
O sinal do morcego brilhou no céu! Estava na hora de Batman e Robin entrarem em ação!
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Eu sempre fui fã do herói Batman. Até hoje é o meu favorito. Criei o login “batmarco”, em 1997 e hoje sei que já fui copiado. Não consegui abrir um endereço Gmail com este login. Nem no Yahoo. Alguém deve ter visto meu endereço e clonou na maior cara de pau.
Quando eu assisti ao primeiro episódio do Batman que passou num sábado, à noite, na TV Globo, lembro que fiquei estatelado! Aquilo não era como no gibi. Era...engraçado! O episódio tinha como título “Descongelamento Instantâneo” (Instant Freeze, no original). Ver o Batman lutando com o Sr. Gelo, naquele festival de “sock!”, “pow!”, “ouch!”, “zap!”...Era fantástico! Virei fã. A partir dali, veria todos os episódios que pudesse. E acho que vi todos os 120 da série.
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Com o seriado, eu e meus amigos de infância começamos a conviver e a usar expressões como “na mesma bat-hora, no mesmo bat-canal” com que o locutor terminava cada episódio. “Santa qualquer coisa!”, era o que dizíamos, imitando o Robin. Nas brincadeiras infantis, todos queriam ser o Batman. Só meu irmão pedia para ser o Robin. E lá íamos os dois, eu e meu irmão, com toalhas amarradas nas costas, descendo pelo cano que ficava num canto do nosso quintal (ah, sim, era a nossa bat-caverna...), ambos com máscara feita de retalho de tecido preto, lá iam os dois: Batmarco e RobinJoão! Defensores da justiça!
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Mas, falemos do seriado e seus protagonistas. Começando por...
Adam West – Ele fazia o Batman. Seu nome original era William West Anderson, nascido em Walla Walla, no estado de Washington, em 19 de setembro de 1929. Tem um irmão, John. Ele se formou em Literatura e Psicologia na sua cidade natal. Trabalhou em Rádio (foi disc-jóquei!) Antes de se tornar ator. Começou sua carreira nos sets de filmagens fazendo uma pontinha em “A Ilha do Terror”, em 1957. Algum tempo depois fez algumas participações em seriados de TV, como Maverick, 77 Sunset Strip e Os Detetives. Fez também alguns comerciais, em um deles, de um produto da Nestlé, ele fazia uma paródia de James Bond. E foi justamente a sua atuação neste comercial que despertou a atenção dos produtores de “Batman”. Eles queriam exatamente um ator que dissesse aquelas falas malucas como se tivesse declamando Shakespeare.
Adam era (é) extremamente vaidoso e egocêntrico. Achava que ele era o protagonista da série e que tudo deveria girar à sua órbita. Em sua autobiografia (Back to the Batcave, 1994), ele, com a maior cara de pau, distorceu alguns fatos para ficar bem na fita.
Com o fim da série, ele tentou outros trabalhos, mas descobriu que estava marcado pelo personagem. Ninguém queria contratar o “Batman” para um filme sério... Embora Albert Broccoli, produtor da série 007, o tenha chamado para substituir Sean Connery como o novo James Bond. Adam recusou, alegando que a Inglaterra em peso o crucificaria por ser um americano tentando interpretar um inglês. Broccoli, então, chamou o insosso do George Lanzeby (um australiano) que não conseguiu fazer mais que um filme da série.
Sua carreira foi de mal a pior depois de ser o Homem-Morcego. O máximo que conseguia eram pequenas participações em comédias, algumas até parodiando a si mesmo. Sem alternativas, passou a ganhar a vida fazendo aparições em programas de TV e em feiras de aficionados por antigas séries. E até mesmo em festinhas, voltando usar a mesma bat-capa, o mesmo bat-uniforme, só que agora com uma baita bat-barriga. Fez dublagens em desenhos do Batman e dublou a si mesmo em desenhos dos Simpsons.
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Burt Ward era o Robin. Na verdade foi seu primeiro trabalho como ator. Seu nome original era Bert John Gervis Jr., nascido em 6 de julho de 1945. Quando menino, foi um astro patinador no gelo no show de seus pais, o Rhapsody On Ice. Curiosamente, era apresentado como “The Boy Wonder” (O Menino-Prodígio).
Burt foi assistente de produção em Teatro, disc-jóquei em Rádio e agente imobiliário. Tentou a carreira como ator, mas como não tinha experiência alguma, ninguém o contratava para nada.
Até que por volta de 1965, seu agente conseguiu um teste junto ao produtor William Dozier, nos estúdios da 20th Century Fox Television. Ele fez o teste usando uma roupa colante, parecida com a do Robin, sem sequer saber para que papel estava concorrendo. Dois meses depois, quando já nem mais lembrava daquilo, foi chamado para assinar contrato para a nova série.
Como era um novato, a produção abusava dele. Ele ganhava um salário abaixo do piso sindical da classe. Quando foi reclamar, Dozier o ameaçou de demissão e ele teve que engolir aquele bat-sapo. Por usar uma máscara que cobria muito pouco o seu rosto, o seu dublê quase nunca era acionado nas cenas de perigo. Com isso, ele levou muitos tombos e estabacos, chegando a baixar ao hospital várias vezes.
No elenco, seu principal problema se chamava Adam West e seu bat-ego monumental. Eles viviam disputando atenções, espaço de camarim, e até falas. Burt, em sua auto-biografia Boy Wonder: My Life in Tights (algo como: “Menino-Prodígio: Minha vida em malha de ginástica”), revela que Adam, sempre que podia, sabotava a sua atuação. Por exemplo: ele sempre dizia as suas falas leeentameeente para deixar pouco tempo para o Robin falar as suas e, no ritmo veloz que o seriado tinha, correr o risco de ser cortado na montagem. Acontece que Burt Ward era especialista em dizer muitas palavras velozmente, tinha até ganho prêmio nisso. E mesmo com o pouco tempo que tinha, conseguia dizer suas falas. Quando Adam percebeu, passou a interrompê-lo, atropelando seus diálogos (Santa sacanagem, Batman!).
Depois da série, Burt não conseguia emprego pelo mesmo motivo que Adam. Durante a série, ele até chegou a ser chamado para um papel que o projetaria, mas a produção de Batman não o liberou, e assim, o produtor Larry Truman chamou Dustin Hoffman para o filme “A Primeira Noite de Um Homem”.
Depois do fim da série, Burt só conseguiu pequena participações em alguns filmes classe Z e em seriados. Também dublou Robin em desenhos para a TV.
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Há inúmeras curiosidades envolvendo a série Batman. Uma delas é absolutamente risível:
O personagem Robin tinha que usar aquelas meias de malha e o shortinho apertado. As meias davam alergia ao ator Burt Ward, daí, ele teve que depilar as pernas. Mas o pior não foi isso: a Liga da Decência (existia isso nos EUA, acredita?) foi ao set de gravação e vetou a aparição do Robin daquele jeito. É que com o short apertado, aparecia por baixo a marca do “vergalhão” proeminente do ator. Exigiram que “aquilo” fosse disfarçado, senão eles não liberariam o programa.
Céus, o que fazer? Que problema, heim Menino-Prodígio?Não percam a solução deste intrincado problema e as revelações sobre os vilões da série no próximo bat-post, na próxima bat-semana, no mesmo bat-blog.
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Na TV Antigas Ternuras, você vê o trailler anunciando a estréia de Batman.
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