sábado, agosto 07, 2010

Gotham: Batman e Robin Hood?


Se alguém lhe perguntasse, nobre leitor, quem tem mais a ver com Gotham: Batman ou Robin Hood? O que você diria? A resposta está na ponta da língua? Responderia de bate-pronto? Olha, eu devo lhe sugerir um pouco de calma. Para responder com exatidão, pergunte se é sobre a Gotham real ou a fictícia?
(Aí você me perguntaria: “Como? Existe uma Gotham de verdade?”)
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(Huum... Que tal ouvir uma musiquinha enquanto lê este post? Pois a Radio Antigas Ternuras – a Rádio que toca no seu coração – te oferece esta canção para ilustrar este modesto post)

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Por alguma razão, você já escreveu no procurador do Wikipedia – free encyclopedia a palavra “Gotham”? Não? Se você o fizer, surgirão informações referentes a pelo menos duas alternativas: real places (lugares que existem) e In media and enterteinment (nos meios de comunicação e entretenimento). Na primeira opção, vai aparecer um vilarejo em Nottinghamshire, na Inglaterra, que tem o nome de Gotham. Também vai informar que existe uma cidade com este nome no estado norte-americano de Wisconsin e uma aldeia no sul da Inglaterra, próxima à Verwood, Dorset. Ah, claro: Gotham é um apelido de New York City.
Logo, sobre a sua pergunta se existe uma Gotham real, a resposta é SIM. Até mais de uma.
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“Mas não é a cidade de Batman e Robin? O que o outro Robin, o arqueiro, o Hood, tem a ver com isso?”, é o que você está pensando, não é?
Bem, o vilarejo Gotham real e original pertence ao condado inglês de Nottingham, onde está a Floresta de Sherwood, local onde o lendário herói flechoso se escondia do Xerife de Nottingham e do Príncipe (depois rei) John.

Esse vilarejo está lá desde o Século 11, pelo menos. E o lugarejo é importante na História da Inglaterra por ter passado aos anais como a terra dos “homens sábios”. Ou dos “homens loucos”. Eu explico. Tão logo assumiu o trono da Inglaterra, em 6 de abril de 1199, o rei John I, o chamado João Sem Terra, exatamente aquele Príncipe John, que era infernizado pelo Robin Hood (olha ele aí de novo!), resolveu arrochar o povo inglês, soltando o faminto leão dos impostos para cima deles. A ordem era morder tudo ou quase tudo. O vilarejo de Gotham estava à beira da falência. Com a chegada de mais e mais impostos, os moradores tiveram que optar entre comer ou pagar ao rei e, consequentemente, morrer de fome.
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O João Sem Terra quando tomou conhecimento da insubordinação do povo de Gotham, mandou um baita exército para entrar lá e botar para quebrar. Os moradores quando souberam que o bicho ia pegar para o lado deles, tiveram uma louca e brilhante ideia: fariam o papel de malucos de pedra, daqueles que rasgam cocô e comem dinheiro, não necessariamente nessa ordem.
Quando os exércitos do rei chegaram lá, babando, querendo beber sangue de camponês com canudinho de bambu, encontraram umas coisas esquisitas: tinha vaca em cima do telhado, um relógio cuco pendurado numa árvore e com uma cerca em volta para o passarinho não fugir, um sujeito montado a cavalo e com duas sacas sobre os próprios ombros, dois homens tentando afogar um peixe, gente vestida da forma mais esdrúxula que tinham visto.
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Aquilo deixou os soldados do rei muuuuuito preocupados. Na época, achavam que loucura era contagiosa, que nem pereba de menino. Vai que um daqueles aldeães piroca das idéias babasse em cima deles... Certamente ficariam loucos! O melhor a fazer era passar sebo nas canelas e voar fora dali, correr e contar ao rei que não tinham como cobrar impostos daqueles lelés da cuca. Com isso, Gotham passou a ser conhecida como a “vila dos loucos”. Tempos depois, os menestreis de antanho cantariam em versos aquela história de heroísmo, quando simples camponeses passaram a perna no rei. Tem até um livro famoso, intitulado “Merrie Tales of the Mad Men of Gotham” (Contos divertidos dos homens loucos de Gotham), publicado no Século 16.
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Vocês devem estar achando que eu estou curtindo com a cara dos meus cinco leitores, inventando essa história maluca, não é? Hã-hã. Não estou, não! Querem ver minhas fontes? cliquem aqui e aqui.
Veja uma foto da Gotham real.
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Mas, pelas pelancas do Pinguim... como é que o Batman entrou nesta história? Seria mais uma charada do Charada? Uma das loucuras do Coringa? Quem sabe a gostosa da Mulher-Gato está metida no meio? Então, amigos, para saberem por que a cidade do Morcegão recebeu este nome, não percam o próximo capítulo aqui, neste bat-blog, na próxima bat-semana, no mesmo bat-canal...
M.S.
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Humor Vermelho 2 – A noite de autógrafos!
Amigos, o lançamento da antologia “Humor Vermelho Vol. 2” foi um tremendo sucesso! Foram vendidos naquela noite exatos 259 livros! Nós, os autores dos textos, saímos com a mão doendo de tanto escrever dedicatória. Eu, pelo menos, saí!
Eu fiquei muito feliz porque o meu conto do volume 1 é citado na peça promocional para despertar nos leitores o desejo de comprar o livro, e o mesmo aconteceu com o meu texto do segundo volume! Entre escritores famosos, roteiristas da Globo e o escambau, os meus contos foram citados! Puxa...
Quem quiser adquirir o livro, custa só R$ 20,00. Entrem na página da editora (aqui) e façam seu pedido.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Música Medieval (desconheço autor e quem toca).

8 comentários:

itiro disse...

Parabéns pelo novo livro! Vou comprar um já já. Gostaria de ter estado aí para ganhar um autógrafo. Vai ficar para quando for para o Brasil!
Um grande abraço!

Francisco Sobreira disse...

Pois é isso, Marco. Quando a gente pensa que você vai dizer se é o Batman, ou o Robin, aquele que está mais ligado a Gotham City, desponta uma aula de informações sobre a existência da Gotham real, sempre com o seu estilo inconfundível, em que o humor irreverente é uma presença habitual e agradável. Mas não serão os dois? Aguardemos o "próximo capítulo". Um abraço.

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!

Parabéns pelo Humor Vermelho nº2!Sucesso!
Ah, só mesmo você para me trazer de volta o Errol Flynn e lembrar de Robin Hood (para mim ele será sempre o próprio). Eu não sabia desta quantidade de 'Gothams'! Mais uma vez você enriquece nossa cultura! Quanto à cidade do homem morcego, fico aguardando para saber o motivo. Será porque é o apelido de NY? Uma fantasia sobre um NY sombria após a perda dos pais?
Bem, espero você dizer na mesma bat hora, no mesmo bat blog esta bat informação!
Beijos!

Luma Rosa disse...

Suas conquistas são merecidíssimas!! E as menções são mais que honrosas, são necessárias para o sucesso da empreitada!! Eu acho!
Você conhece a editora "FACES"? Me responde por e-mail. :P
Deu um nó na minha cabeça, pois sempre associei Gothan City com Nova York e agora essa em terras inglesas?! Vou esperar ansiosamente o próximo postezito!! Boa semana! Beijus,

Julio Cesar Corrêa disse...

Engraçado, até há pouco tempo, eu pensava que a produção de Batman fosse inglesa. Também levei um tempo para entender que o apelido de NY não nasceu por causa do seriado. Foi o contrário. Gothan City é uma cidade muito louca, mas acho que tem mais a ver com Londres. Não consigo imaginar Batman e Robin chegando no sul do Bronx ou em certas áreas do Lower East Side com aquela roupinha pra enfrentar traficantes de crack, máfia russa, neonazistas ou radicais mulçumanos.
Quanto ao seu livro, parabéns! Tentei adiar uma viagem que faria naquele dia, mas como eu iria voar pela GOL e estava problemático, não quis arriscar. Vou comprar pelo site.
Sucesso!
abração

J.F. disse...

Marcão, meu amigo. É por isso que dizem "Antigas Ternuras" também é cultura. Fico no aguardo da explicação. Um bat abraço.

Érica disse...

aah, hahuahua. Adorei saber sobre uma Gotham real, fiquei até querendo conhecer. Sim, a rádio antigas ternuras, que toca no seu coração, foi muito feliz com a canção. rsrsrs

Beijos e até.

Andreia Arantes disse...

Acompanhava seu blog sempre, mas cadê as atualizações: (