quarta-feira, setembro 12, 2007
Dia de matar o porco
Naquele dia especial, a casa se alvoroçou desde muito cedo. O sol nem tinha se espreguiçado no horizonte e as mulheres já estavam agitadas. Era dia de matar o porco.
*
Toda aquela agitação acordou o menino, que mal tinha pregado os olhos naquela noite. Ele gostava daquele porco. Dava banho, amarrava lacinho e uma vez até passou perfume “Cashemere Bouquet”, recebendo imediatamente um esporro da mãe a quem ele não tinha pedido permissão para fuçar na penteadeira.
- Onde já se viu? Pegar o meu perfume para passar em porco?
Mas fazer o quê? Ele gostava dos bichos! Adorava a sua cachorrinha, era fascinado pelo galo branco e meio doido que andava pelo quintal, agitando a cabeça de lado, como se cabeceasse uma bola imaginária. Quando o menino sentava debaixo de uma das muitas árvores, o galo vinha, de onde estivesse, e deitava a cabeça no colo dele, esperando o cafuné, que nunca era recusado.
*
Mas já tinha sido decidido, desde uma semana antes, que o porco ia falecer naquele dia. Na véspera, o menino se despediu do bicho, que nem percebeu que estava condenado a morte no dia seguinte. Será que não percebeu mesmo? Ele tinha um jeito engraçado de mexer o focinho rosado de tomada. E, foi impressão ou ele estava com o olhar meio triste quando o menino lhe coçou a orelha?
*
E o garoto quis ver, quis participar de tudo. Tão apressado, que quase espremeu todo o tubo de pasta Kolynos na hora de tirar o gosto de sono da boca. Foi para a cozinha e de cara ganhou um passa-fora da mãe. Ali não era lugar de criança! A empregada riu e ainda implicou com ele: “fique perto de quem come e longe de quem trabalha!”
Foi para o quintal. Lá, via-se algumas pessoas em torno de um fogareiro a lenha feito com tijolos, onde ferviam uma lata quadrada com a inscrição “gordura de coco Dunorte” e outra de “Óleo Salada”, ambas cheias de água borbulhante. Os homens riam e bebericavam uma caneca de ágate com marcas escuras no ferro esmaltado. E riam, insensíveis ao destino do animal, fora do cercadinho, com as patas amarradas. O garoto preferiu não olhar dentro dos olhos do porco. O bicho estava mexendo o focinho, com jeito de quem não estava entendendo nada.
*
Os homens aguardavam a chegada de alguém. Justamente, aquele que iria dar cabo do condenado. Eis que ele chega, com passo devagar, valorizando a sua função. Não tinha pressa. Colocou a conversa em dia, riu com os homens, pegou uma das canecas com café, sorvendo a beberragem com olhos semicerrados na direção de sua vítima.
*
Tinha chegado a hora. Ele pegou a sua bolsa de napa, que já tivera seus bons dias, e retirou de lá um facão e um punhal com cabo de madrepérola esverdeada. O menino acompanhava tudo com olhos vívidos. O tal homem retirou da bolsa uma pedra escura e ovalada e pôs-se a amolar pacientemente o punhal. Depois o facão. Em cada um deles, ele mediu o fio do gume com o polegar grosso e encardido. Nenhum gesto era esperdiçado. Via-se logo que ele fizera cada movimento daquele ritual muitas vezes.
*
Com o punhal na mão, dirigiu-se até o quadrúpede amarrado no canto. Ajudaram-no a colocar o bicho sobre uma mesa gasta. O suíno protestou. Gritava num som agudo, clamava aos céus que tivesse piedade, que o poupasse. Em vão. O homem levantou-lhe a pata esquerda e, num movimento rápido, cravou o punhal até o cabo esverdeado desaparecer num jorro escarlate. Um último grito parou no ar. O porco estrebuchou e não mais mexeu o focinho rosado de tomada.
*
Ato contínuo, os homens entraram em ação. Água fervente sobre a carcaça do moribundo, uma faca começou a raspar-lhe os pelos. O sangue não parava de correr da ferida na altura do coração do porco e já era prontamente recolhido num vasilhame. Do porco só se perderia o berro. Mas nem este foi perdido de todo. Ficou gravado nos ouvidos do menino para sempre.
*
O homem que matara o animal começou a trinchar a carne com o outro facão. Gestos medidos de assassino profissional que conhece o seu ofício. Pedaços pequenos da pele com gordura iam sendo jogados com desleixo dentro de uma das latas que tinham fervido a água usada para escanhoar o porco. À medida que esquentava os nacos de gordura, eles se derretiam formando um caldo grosso. E boiando nele, pedaços de torresmo e pururucas bailavam na fervura. Uma das mulheres vinha com a escumadeira e pescava um a um. Ela olhou para o menino:
- Quer um?
Ele aquiesceu.
- Cuidado. Está muito quente.
O petisco viajava da palma de uma mão para outra, entre jatos de ar assoprado até que finalmente esfriou. O garoto colocou na boca o pedaço do antigo amigo, deixando escapar o croc-croc das mordidas.
*
Em pouco tempo, o bicho estava retalhado e com postas já destinadas:
- Esta é para Dona Filhinha, esta para o Seu Leonardo...
Quem juntara lavagem fazia jus a um pedaço do porquinho.
*
Depois do esquartejamento, água para limpar tudo. Os homens e mulheres que vieram ajudar preparavam a saída. O matador, já tinha ensarilhado seus objetos de morte. No chiqueiro, o silêncio do ausente substituído pelo odor de feijão com costelinha, a devassar narinas e instilar apetites.
A tudo o menino acompanhava com olhos de nada perder. Ele nem imaginava que num certo dia nublado, ele despejaria lembranças sobre as teclas, contando esta história a outros que valorizam antigas ternuras como ele.
M.S.
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Tive o máximo prazer e honra de receber das amigas blogueiras Nena
e M. Martha
o prêmio Schmooze, criado pelo blog do Mike
e que tem por objetivo destacar blogs que se dedicam a difundir a amizade e a boa comunicação na rede. Segundo o criador do prêmio, os “schmoozers têm uma habilidade natural, dentro e fora da blogosfera, de fazer amigos novos ao longo do caminho”. Com muita alegria eu fui escolhido para receber o Schmooze. E agora me cabe seguir as regras do post-corrente:
1. Se, e somente SE, você receber o "Thinking Blogger Award" ou "The Power of Schmooze Award", escreva indicando 5 (cinco) blogs que tem esse perfil "schmoozed".
2. Acrescente um link para o blog que te indicou e para o blog do Mike, criador do prêmio, para que as pessoas conheçam a origem do post-corrente.
Meus indicados (difícil... muito difícil indicar só cinco):
Luzes da Cidade
O Apanhador de Sonhos
Politicamente Incorreto
Oncotô
A Sul
Aos indicados, colem o selo e sigam e divulguem as regras, caso queriam participar. Vocês são schmoozers! E são ótimas pessoas. Eu me sinto honrado em conhecê-los.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “Pedacinho do céu”, do e com o sempre fantástico Waldir Azevedo.
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36 comentários:
Bem...
Estou emocionada[mesmo], comecei a ler e tudo que vivi[antigas ternuras]veio a tona com o perfume Cashemere Bouquet [cheiro da minha avó] e o gosto da pasta de dente Kolinos que não se podia apertar no meio, senão desperdiçava[tempos de crise,rsss], daí visualizei a enorme lata de 5 litros de banha Dunorte[que depois servia de vaso pra roseira]. Lembrei não do facão mas da caixinha de jóias de Madreperola esverdeada[comigo até hoje]e do grito do porco que sempre me recusei ver morrer [nem galinha eu ficava perto quando matavam,rss].
Amigopratodavida, hoje foi phoda segurar tanta emoção...putzzz
lindos dias,
beijos
ai eu chorei por causa do porquinho :ó(
chorei demais... que dó.... eu nunca teria coragem...
Marco querido, parabéns pelo prêmio.. seu blog difunde carinho, emoção, calor.. é este o espírito, sempre... tão bom vir aqui.. te 'encontrar' sempre.
Obrigada pela indicação, meu querido, pelo carinho, pelas visitas, pelo agrado, por tudo.
Vc é um doce de gente.
Beijos
Em primeiro lugar, obrigada pelo prémio. Não sei se é merecido, mas que me enche de orgulho, isso enche.
Porém, devo avisar-te que nunca faço continuação dos prémios. Não gosto de seleccionar as pessoas. Desculpa!
Em segundo-lugar. Nunca vi matarem um porco, mas ouvi. E depois apenas me lembro de o ver na mesa, as pessoas a rasparem o pêlo... E o cheiro? Nunca mais esqueci!
Nunca chorei por causa da morte de animais, e via matar galinhas, ajudei a minha avó a esfolar os coelhos. Acho que tudo tem um propósito. Uns são caçadores, outros são caçados.
Beijinhos e obrigada, mais uma vez, por te lembrares de mim! :)
*.*
p.s.- acho que já disse isto, mas aqui vai: Caramba, curto muito o teu blog! loool
Pena que,desta vez,as antigas ternuras não foram agradáveis,não é Marco?
Uma coisa é a gente comer carne dos bichos. Outra,bem diferente,é ver o que vc presenciou.
Não conseguiria,não.
Grande abraço!
Marco, você publicou uma narrativa admirável pelo cuidado com as frases, as quais ofertam uma cadência empolgante ao texto. Acho que é um dos mais belos posts que já li no seu blog, apesar do tema meio fúnebre...rs.
Parabéns pelo prêmio que merecidamente recebeu e vou conhecer, tãologo possa, aos seus indicados.
Abraços.
Trouxe várias lembranças, Marco. Da fazenda do meu avô, dos gritos horríveis que os porcos davam quando iam ser mortos, de não comer galinhada porque todos os pintinhos tinham nome... Adorei. Beijos.
Ah, suas lembranças, Marco... Fizeram-me retornar ao tempo e nestes momentos eu me escondia em meu ultra-secreto esconderijo debaixo da cama de minha mãe, para evitar o choro do porquinho. Sua narrativa nos remete à nossa infância, vi aqui que não fui a única a lembrar de cenas há tempos guardadas no baú da memória.
* Bom saber que não era só eu a perfumar animais, também perfumava minha bicicleta e meus brinquedos preferidos.
Adorei seu post, beijo!
Ai MArco... eu passei o blog inteiro rezando para não matarem o porquinho! Ainda mais com aquela foto do bebê vestido de porco que vc colocou!!! :(
beijos
Menino, eu tô é muito feliz com esse prêmio que vc ganhou!! Que bom!! Olha, adorei o porquinho e queria muito saber como é que vc conseguiu colocar aquele contador de acessos no seu blog!! Beijo, Bella.
Caríssimo Marco,
Primeiro, quero dizer da minha satisfação imensa em ter o meu "Luzes" entre os 5 blogues indicados por você. Muito obrigado, amigo. Vou tentar seguir as instruções, mas sou um quase analfabeto em informática e provavelmente terei que pedir ajuda a alguém para colar esse valioso selinho , etc. Segundo, gostaria muito de presentear você com o livro, mas, como disse à nossa amiga Claudinha, que se mostrou interessada por ele, só disponho de um único exemplar. E o livro está esgotado. Lamento. Por fim, mais um texto que nos pega pela escrita, pela sensibilidade do garoto que você foi e da oportunidade de voltar à infância (embora num episódio triste) com a menção ao Cashmere Bouquet e à pasta Kolinos. Não me lembro, felizmente, de ter assistido a nenhum "assassinato" porcino, mas presenciei o de galinhas. Um grande abraço e um excelente final de dia.
Marco, meu amigo querido, vc tem todo schmoooooooooooze do mundo!
eu agradeço o carinho constante do teu blog com o meu. Agradeço o prêmio do post abaixo!!!!
Só ainda estou na correria, correria...
Venho te ler com calma, prometo
beijo cheio de saudade e carinho
ui, marco. lembrei de minha avó materna, que quando nos visitava, levava uma galinha do quintal dela, toda faceira (ela, não a galinha), pra preparar um risoto. era uma torcida no pescoço e o bicvho ficava lá, batendo asa, pendurado pelos pés atados, numa das varas da cerca! e nem era de estmação. mas como doía comer a tadinha depois.
bj
Amigo Marco, acertaste, telemóvel é celular. E, alfinete de peito, é broche. Nós usamos as duas expressões! Porém, como broche também significa outra coisa cá em Portugal, e para evitar piadinhas ou confusões, escrevo alfinete de peito. O que significa... Não tenho coragempara escrever. loool
Um óptimo fim-de-semana!
Beijos *.*
bom, Marco...
Isso me lembrou a infância que passei indo à fazenda do meu pai todos os fins de semana;
Que ódio quando cismavam de matar os porquinhos (barulhão...) e os carneiros...
e eu nem como carne! ahahahaha... talvez por isso.
belo texto.
Desculpe a ausência, mas andei meio doentinha.
te beijo
Vou de férias!
Volto dia 24!!!
Aleluia, sossego! looool
Quando regressar, vejo cá visitar-te!
Beijossssss *.*
p.s.- começa a programar a viagem para Portugal! loool
Você sabe que quando li o título pensei logo no lance do Renan Calheiros. Este porco, infelizmente, continua vivinho da silva.
Meu caro Marco,
Estou em falta com os amigos. Não que tenha querido assim. Mas, o fato é que só hoje pude tomar conhecimento da honraria que me foi concedida, graças a sua generosidade.
Agradeço muito. A gratidão é imensa, mas, não me julgo digno de recebr um prêmio de tamanha imporãncia.
Espero que as coisas melhorem e que possa, com a frequência deseja, voltar a ler seus textos que sempre me acrescentam muito.
Um gorte abraço de gratidão, meu caro.
Olá! Marco você é hilário. ó você para me fazer rir neste momento triste/doído... Pó de arroz fácil “Cashemere Bouquet”... Atchimmmm... Este post me deixou com vontade comer chouriço, hummmmmmm... Gosto de tudo que você escreve. Mas este post é o máximo. Tudo de bom!!!!!!!! Beijos MM
Meu querido, apesar do triste fim do porquinho, garanto que você nunca mais comeu porco igual. Digo porque, quando criança, comia umas certas galinhas do quintal de minha avó (detalhe: quando era dia de "matança de galinha", nós, os netos, escolhíamos a infeliz da hora rsrs), e nunca mais senti sabor igual. Nada como uma galinha abatida na hora. E feita à cabidela, como dizemos por aqui, é tudo de bom! E olha que eu sou meio vegetariana...
Um beijão e ótimo fim de semana!
P.S.: "À cabidela" é mesma coisa de "ao molho pardo".
Marco, detestei essa história...tadinho do porco, foi me dando uma agonia...rsr..rs...
vim lhe desejar um ótimo fds!!!
bj
Oi, Marco! Sua história me lembrou a galinha do conto de Clarice. Deve ser bem difícilpra uma criança ver matarem o bicho a que ela se apegou tanto. Um trauma!
Obrigada pelo comentário e um beijo amigo.vggt
Marco agradeço sua visita.
Bom final de semana.
Big beijos
Meu caro Marco: estava hoje pela manhã a escrever aqui e de repente a luz apagou, faltou energia e perdi tudo. Mas, dizia, antes de tudo, que fiquei muito honrado em ser indicado por este 'Antigas Ternuras', um espaço literário que brilha com narrativas deliciosas e muito além de uma simples imaginação. Muito grato mesmo pela lembrança. Verei agora se saberei colocar o dito selinho, pois não sou 'expert'em informática.
Sobre a postagem atual, mais um exemplo do seu estilo já peculiar e que me agrada sempre. As suas lembranças vindo à tona em um memorável exercício de tempos passados e não esquecidos.
Um abraço...
Obs: acho que não ficou como o comentário perdido, mas pesquei algo do mesmo.
oieee meu querido Marco,vim te ler como sempre fico vidrada em suas historias adoro,quero deixar meu carinho e um lindo fim de semana iluminado,te adoro e essa musica é lindaaaa,Carpe Diem,bjss
História emocionante.
E quem iria adivinhar que um dia contaria para tantos a morte do porquinho de estimação?
Toda vez que venho aqui resgato muitas coisas: se não as que vive...as que ouvi alguém contar.
Bom final de semana!
Também me lembro de uma história muito parecida com essa na minha infância... mas eu não aceitava nada que viesse do porquinho... e todos os anos prometia que não me havia de apegar ao próximo...
Marco essa história do porco lembrou-me a minha da galinha que por muito tempo não conseguia comer a carne de animal que mais gostei e ainda gosto. Foi uma antiga ternura que agradeço por tê-la compartilhado.
Fica bem.
Beijos de Lua Nova.
Oi Marco!
Nunca vi um blog com um nome tão original e bonitinho como o seu,Antigas Ternuras !
Apesar de muitas coisas nao serem do meu tempo eu adoro,porque eu sempre falo que naqsci na época errada,queria tewr sido do tempo dos meus pais!rs.
Tadinho do porquinho!!
Essa foto desse porquinho tá uma gracinha!
Adorei seu blog!
Virei fã!
Virei sempre!
Beijos!
Ah,se quiser conhecer meu blog fique a vontade www.aliceeventos.blogspot.com
Nossa, tadinho do porco!
Bjosss!!!
Nossa, Marco, que texto mais triste! Fiquei imaginando o sofrimento do bichinho!!! Pq um post tão triste???
Sobre o filme do Indiana Jones, eu não sabia que esse tema já havia sido explorado no cinema...
Kisses
Oi, demorei um tempão para conseguir postar um comentario aqui. Mas ainda bem que deu certo agora.
Eu assiti pessoalmente uma historia semelhante de perto.
A morte do porquinho do meu primo. O animalzinho fez um enorme escandalo, meu primo so tinha sete anos e chorou muito. Passou muito tempo sem comer carne de porco.
Eu fiquei revoltada com os pais dele que deixaram o menino se envolver emocionalmente com um animal que seria abatido.
Eu jamais faria isso com um filho meu.
Voce sempre tras boas lembranças. gosto muito da maneira como conta suas historias
Um abraço
Si
Também me dedico a essas coisas. No meu blog de poesia há uma foto do ritual e um poema que irá para um livro chamado "Algarve Ontem".
Se quizer dar uma olhadela...
Bom Domingo.
Marco:
Já vivi esta cena. E ao ler o seu texto as imagens da minha infância, e do dia de matar o porco, voltaram com toda força.h
Me ví na pele desse menino quando vasculhei minhas antigas ternuras e me deparei com uma faca sem corte a degolar um coelho de minha criação e a ouvir seu grito agonizante que até hj não me sai da lembrança quando tem algum coelho na estória. Abraços e esse seu blog está parecendo a sala de troféu do SPFC, kkkk.
E os gritos do porquinho? É terrível ouvir porco morrendo, ainda mais tão amigo. Seu canibal!!
hoje é dia de festa!! Parabéns!! Quero que você cresça sempre, porém conservando essa criança tão viva que existe dentro de você!
Beijus, Luma
Nossa, q viagem boa! O tema é triste, mas quem viveu no interior sabe o ritual q é quando se mata um porco, vaca ou garrote. Os vizinhos ajudando, enfim.
Tenho pouquíssimas lembranças da infância antes dos 6 anos, uma delas é do barracão onde meus avós guardavam adubo, mantimentos e onde matavam-se porcos. Lembro de correr pros braços do meu pai ao ver o porco dando passos cambaleantes na minha direção, com sangue saindo do focinho. Não sei se ele estava realmente dando esses passos ou se o medo era tanto q achei q ele vinha na minha direção. Os adultos riam, mas não sinto mágoa disso. Afinal, naquele tempo usava-se muito do medo pra educar as crianças.
O q ficou foram essas lembranças q vc descreveu tão bem, a reunião, a divisão do trabalho, dos pedaços do porco.
Cashemere Bouquet tbém lembra minha avó. Eh, saudade!
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