quinta-feira, dezembro 14, 2006
Lua e Mar - o reencontro
(Da série: Contos avulsos)
Amando noites a fio
Tramando coisas sobre os jornais
Fazendo entornar um rio
E arder os canaviais
(Amando sobre os jornais, Chico Buarque)
E lá estavam eles, na mesma rodoviária, no mesmo país, no mesmo planeta, na mesma vibração cósmica.
Cabeças cheias de sonhos, os olhos inundados de desejos e promessas.
Ele a viu primeiro. Ela estava sentada, lendo. Com os olhos, ele a beijou nas mãos, nos cabelos... Seu olhar parecia a abelha que anda sobre a corola da flor, brincando com o pólen, bebericando néctar sem pressa...
Talvez pelo calor do olhar do homem, a moça sentiu e ergueu os olhos. Sorriu.
Aquele sorriso lindo ainda haveria de incendiar um ônibus...
*
- Oi, Lua...
- Oi, Mar...
Tinham o mesmo nome: Lucimar. Mas ela era a Lua. Ele era o Mar.
- Você veio, mesmo...
- Eu não devia ter saído daqui... Não sem você comigo.
O rapaz tinha nas mãos uma bolsa em listras brancas e azuis. Ela tinha os olhos da cor da avelã madura. Ambos tinham o sorriso da cor da paixão.
- Vem comigo?
Claro que ela iria. Sentia-se com forças para ir ao Calvário de joelhos ao lado daquele homem. Entraram no ônibus e suas mãos se buscaram como se fossem serpentes ensinadas. Sem dizer uma palavra, eles eram sorrisos. As estrelas que moravam no fundo dos olhos de Lua se refletiam na placidez dos olhos do Mar.
*
Subiram as escadas com a pressa de quem tem urgências a sanar. No quarto, o primeiro beijo veio com a fúria das ondas do mar sob a lua das marés. Despiram-se. Tiraram o pó dos séculos em que estiveram afastados.
O amor foi doce. Repetidamente doce. Até a Lua perder o fôlego de tanto mergulhar no fundo do Mar.
Ele, hipnotizado pela face oculta da Lua, sentiu seus fluidos deixarem o seu corpo e se misturarem aos fluidos dela. Quem era ela? Quem era ele? Eles não sabiam. Ninguém saberia.
*
Aí veio o momento em que o dia afasta os reflexos da Lua da superfície do Mar. Mas eles sabiam que, mais cedo ou mais tarde, novamente a prata se misturaria ao azul. Como tinha que ser. Como sempre vai ser...
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Armandinho e seu “Ursinho de Dormir”.
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Se você não leu o primeiro encontro da Lua e o Mar – a mais bela história de amor, clique aqui e vá rolando até chegar ao post de 5 de setembro.
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21 comentários:
oieeeeeee meu querido Marco,saudades vc sumiu,nem ficou sabendo que pegaram o endereço do meu blog,mas meus amigos lutaram por mim e a pessoa devolveu ,to muito feliz e vim te ver,adoreii seu poema ,emocionante como tudo que vc escreve,deixo meu carinho e uma linda sexta feira iluminada como a luz da lua,bjssss
nossa!!!!
mas isso aqui tá muito romântico
um beijo querido
no coração
Amor a flor da pele...
Chega nos arrepiar de emoção Marquinho!
*
Upa grande procê amigo!!
Bom finde.
Deliciosamente terno!
Saudades do meu escriba predileto... Final de ano chegando e todos assoberbados e atarantados, e as visitas vão ficando mais esparsas: espero que não se incomode com a minha demora, querido Marco, pois sei que também está assoberbado com os seus afazeres.
Deixo aqui o meu carinho e um beijo especial.
Que lindo!!! Lembrei rapidinho do primeiro texto. Marco, você é um homem muito romântico!!
Não consegui comentar no texto anterior dias atrás. O sistema de comentarios não abria.
Não se lembra de George, No Party?? Naquele dia por causa de uns martinis, acrescentei ao Luz, yes party!!
Pediram que ficasse e ficou!! Entendeu agora o porquê do nome? (rs*)
Bom fim de semana! Beijus
Adorei o romantismo,MARCO.
Alias,sempre adoro,heheheh
Abração!
Ei Marco!
Que post mais lindo! Me encanta esta imagem de lua e de mar, eu sou uma apaixonada pelos dois. Vou ficar aqui suspirando, seu conto é muito romântico! Imagens como sorriso da cor da paixão, estrelas que moravam dentro do olhar, o prata da lua se esparramando sobre o mar...Muito especial, muito lindo meeessmooo!
Beijos e um excelente final de semana!
Ai, Marco, que lindo! Suspiros... Beijo, querido, e ótimo fim de semana!
Se é assim que você fica após uma mega turnê, então acho que deve atuar mais vezes.
A Lua e o Mar, dois seres entrelaçados pela paixão.
Lindo!
Beijos meditativos.
Ummm...reencontro, bom é...gostei e voltarei...meu rasto____________
Cõllybry
Marco querido, quero te agradecer o carinho e as belas palavras. Um beijo grande e fica combinado assim: a gente agora é amigo visível ;) um natal superfeliz pra você.
Ai,ai..Lua minha fonte de inspiração, meu alento pras noites mal dormidas de solidão..
Que menino mais romântico sô! Bom demais amigopratodavida, bom demais.
Lembrei do outro conto, fresco ainda na memória ;)
Feliz da sua companheira que pode escutar tudo isso ao pé do ouvido,rss
Lindo final de semana[que eu sei que será maravilhoso,rs]
beijosssssssssssss
Hoje num tô boa pra ler romance... coração, de tão apertado, sangra...
Beijo, bom fds!
oi meu querido Marco,brigaduuuuuu pela presença em meu cantinho sabes que te adoro,e sinto sua falta,brigaduuuuuuu pelas gentis palavras que sempre encanta meu blog ,vim deixar um carinho e tem um cartaozinho de natal pra vc e para todos meus amigos é o primeiro do post ,é muito simples mas cheinho de amor,Feliz Natal com muito amor,saúde paz e felicidade é o que desejo do fundo do coração a vc,bjsssss
Êêêêêê! Lua e Mar se reencontraram! Você fez a seqüência do jeito que os românticos de plantão que acompanham o Antigas Ternuras esperavam! Final feliz? Começo feliz? Fica a critério do freguês, né? De minha parte, torço por mais desta belíssima história de amor. Grande abraço!
Rapaz, em primeiro lugar, peço desculpas pela prolongada ausência. Conselhos de Classe, preenchimento de diários...muita burrocracia! Graças a Deus isto passou.
Quanto ao conto, só posso admirar a sua facilidade em escrever de forma tão poética sobre o amor. Certamente é um dom valioso!
Um grande abraço!
Marco, diretamente do Ao da Loba, passo para conhecer teu blog. Muito bonita essa história, vou devagar até seu começo, lá no dilúvio. Abraços,
Ceci
Eiii trago flores p/ vc do mais marcante dos perfumes, da cor mais linda de seus sonhos,e que expresse a mais singela mas sincera gratidão dos humanos.
Um gde abraço e um feliz Natal com um Ano repleto de flores e alegria.
Ofereço a vc o selo natalino do Lua em poemas.
bjs
meu carinho
beijosssssssss
Marco Querido,
Saudades tuas, mas tbém andei sumidinha.,..
Simplesmente lindo esse conto!
Amei!
Beijos e linda semana
Olá, linda menina Samara: Já fui no seu blog e soube da tentativa de roubar o seu endereço. A Luma já tinha contado coisas desse tipo... Incrível!
Fico feliz por tudo terminar bem.
Obrigado pelo seu carinho comigo.
Querida Claudia: A gente faz o que pode, querida...
Querida Roby: É uma histórias para corações enamorados. Como o seu, por exemplo...
Querida Giulia: Tenho andando em falta com vocês, meus amigos. mas já perceberam que até aqui já não consigo postar na freqüência de antes... Que bom que gostou de meu conto despretensioso.
Querida Luminha: Sim, sou romântico que chega a dar nojo. Não precisa me explicar, querida. É que ando nacionalista demais e não entendo como valorizam tanto a língua inglesa e desvalorizam o português, que é mais bonito e elegante, quando bem escrito...
Que bom que gostou, grande Do.
Mnha doce Claudinha: Imagino o quanto a história de Mar e Lua tenha te emocionado. Você é romântica por natureza e seus escritos o revelam. A Lua namora o mar com seus reflexos de prata sobre azul.
Que bom que gostou, querida lili.
Querida Claudia Bruxinha: Fazer Teatro me mexe com a sensibilidade, com certeza. mas manter o coração cheio de amor, mexe muito mais.
Obrigado por vir, Colibri.
O prazer foi meu em tê-la tirado, querida Adelaide.
Marcíssima, querida amigapratodavida: Bem sei o quanto a lua e o mar te inspiram. e leio nos seus belos textos oresultado desta inspiração...
Ô, querida Karine...Que foi? Fala pro tio, fala?...
Grande Paulo: Pois é. Eles voltaram a se reencontrar. Quem sabe se encontrarão mais vezes...
Tudo bem, grande Evandro. Também ando atarefadíssimo.
Que bom que gostou, querida Ceci.
Obrigado, querida Nancy. Sempre tão gentil.
Querida Alê: Estou visitando os amigos aos poucos. Leio tudo e comento. Mas não sei quando apareço...
Valeu, moçada! Abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim!
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