quarta-feira, outubro 18, 2006

Filme Noir


Meu nome é Robert MacMoney. Pelo menos é o que está escrito na porta, sobre as palavras “DETETIVE PARTICULAR”. Meus amigos e meus inimigos me chamam de “Big Bob” ou de “Big Mac”. Os amigos, por causa do meu tamanho. Os inimigos, pelo tamanho da minha arma. Eu estava no meu escritório, concentrado, tentando lembrar quem ganhou o Campeonato de Basquete de 1969, quando a porta deixou passar o maior e mais suculento par de seios que eu já tinha visto.
Sem perder tempo, ela me perguntou, com aquele ar arrogante de Bette Davis em “A Malvada”.
- Robert MacMoney?
- Ponto para você - eu disse, cinicamente. Soube ler direitinho o que diz ali na entrada.
Ela caminhou na minha direção e eu pude sentir algo endurecido entre a minha virilha esquerda e a direita. E não era o cano da minha Magnum 45...
- O que posso fazer por você, benzinho? - disse eu, secamente, para não lhe dar maiores intimidades. Ela se debruçou sobre mim com tanta sensualidade que o meu velho problema de ejaculação precoce voltou com força total.
- Preciso que você encontre alguém para mim..
- Você já tentou a Lista Telefônica? - respondi, tentando, com a maior naturalidade possível, ocultar as provas de minha libido.
- Falo sério. E pago bem.

Ela respondeu isso enquanto subtraía um cigarro do maço. Eu falei:
- OK, benzinho. Você disse as palavras mágicas.
Mal conseguia disfarçar a superprodução das minhas glândulas salivares por aquelas tetas superdesenvolvidas. Então ela falou, acendendo o cigarro e me olhando de lado, fazendo com que me percorresse um arrepio da nuca até uma parte remota de minha anatomia traseira.
- Eu estou procurando o Diabo. Quero fazer um pacto com ele.
Eu senti ali que aquele não seria um caso normal.
- Certo, certo, benzinho. Por 50 dólares por dia mais despesas eu procuro até o filho bastardo do Papa.
Isso seria o que Humphrey Bogart diria. Não o que Robert MacMoney diria. Eu apenas olhei para aquela doadora em potencial do Banco de Leite Materno e disse:
- Desculpe, little baby. Mas não envolvo religião com negócios. Tente um terreiro de vudu ou a Casa Branca.
Ela me olhou com tanto gelo nos olhos que eu pensei que tinham ligado o ar condicionado da sala. Se eu tivesse um, é claro. Em seguida, virou as costas e foi deslizando pela sala na direção da porta.
Ao ver aqueles peitos fantásticos saírem de minhas retinas, balançando para baixo e para cima, como uma quicada de Michael Jordan, subitamente tive um lampejo de memória: “Lakers de Los Angeles. 1969. Na final em Dallas, com os Toronados, pelo Campeonato Nacional de Basquete!”
É como eu digo: Nada escapa a Big Bob. Ou Big Mac, como queiram...
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve dois caras chamados Miles Davis e John Coltrane tocando “In a Sentimental Mood”. Tá bom assim?

16 comentários:

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco! (PRIMEIRONA!)
Gostei demais! Muito legal, parace que eu via um filme enquanto lia...
Um texto gostoso de ler e no melhor estilo daqueles filmes dos anos 40/50, misturado com efeitos especiais de Uma Cilada para Rogger Rabbit, rsrs!
Parabéns! Beijo!

Anônimo disse...

Ola , passando para deixar um carinho e te oferecer o Award Perola da Net do Lua em Poemas, esta na lateral de meu blog. Aproveito e dou uma espiadinha por aqui. Adorei o texto..
Bjs e uma boa tarde.

Anônimo disse...

“Big Bob” ou “Big Mac”? “A Malvada” poderia chegar de bandeja! (rs*)
Cheguei a pensar em um filme noir, algo como Humphrey Bogart e Mary Astor em "O Falcão Maltês"
Nada escapa! Então ela [http://photos1.blogger.com/blogger2/4031/1064/1600/0353.jpg] volta!!
Vai ter continuação? Beijus

Anônimo disse...

Tentando lembrar quem ganhou o Campeonato de Basquete de 1969 me fêz embarcar numa densa história cheia de tesão e sensuais seios suculentos[?]
Ok Big Bob, você venceu!!
Amei Marco meu amigoparasempre, amei!!
linda noite querido
beijossssss

Jéssica disse...

Texto dos melhores, á música pra se dançar juntinho, sem pressa, curtindo cada batida dos dois coração q agora são uma só... demais, adorei, gato... Beijo e ótima dia procê*.*

Anônimo disse...

Querido,

Eu adoro filmes desse tipo, com detetives e tal...fiquei aqui imaginando todo o cenário do filme...
Um beijo e linda quinta!

Roby disse...

Aiii adoro histórias desta época, anos 30, 40, 50...são fantásticas, e tu Markito, destes um arranjo especial nas tetas superdesenvolvidas da moça..rs
*
Não sei porque, mas lembrei deste filme FANTÁSTICO: Evil under the Sun, com o personagem o detetive: Hercule Poirot!
Bahhh, sem igual esta preciosidade.

Abraço Markito, amo suas histórias!!

Anônimo disse...

Como você conseguiu misturar cinema com quadrinhos? Bellissimo! Bravo!

Anônimo disse...

Minino,mas o que será que ela queria com o coisa ruim,hem??
Excelente,Marco.
Abraços!

Lara disse...

Esse post teve cara de filme anos 50 hein!! hehehehe

beijos

Vera F. disse...

Marco, ainda bem que a cabeça do Big Bob ou Big Mac(oh! dúvida cruel! não sei qual escolher...rssss) estava mais focada no jogo de basquete do que nos peitões da mulher misteriosa. Já o corpo...tremia mais que vara verde...que situação!

Adorei o texto, imaginei a cena.

Bjos.

Anônimo disse...

Uheuaheuaea... sinceramente me lembrou as crônicas do Ed Mort , aquele detetive do Veríssimo. Se quisesse transformar em Brasil , era só trocar os Lakers pelo Mengo. :D

Abração!

Saramar disse...

Ai, ai, desta vez, marco, meu querido, você exagerou!
Nem sei o que é melhor: se o texto, se a música. Nem consigo sair daqui (risos).
Esse Bob Mac é muuuito bom!
Eu me senti dentro do filme.
Bem que ele podia voltar de vez em quando. O que acha?

Beijos

P.S. Querido, muito obrigada por todos aqueles exageros no bloguinho. Você é um anjo!

Anônimo disse...

Graaande MARCO

Hoje é um dia especial por lá e conto com a visita dos amigos.
Abração!!

Jéssica disse...

Marco querido, desejo a vc e sua família um final de semana tranquilo, beijo*.*

Marco disse...

Minha doce Claudinha: Se você gostou do conto, fico imensamente feliz. Roger Rabbit? Huumm... Não tinha pensado nisso. Os filmes policiais em preto e branco dos anos 40/50 são minhas antigas ternuras.

Querida Nancy: Obrigado pelo seu Award. Não sei como colocá-lo aqui, mas fico muito feliz por recebê-lo. É sempre ótimo tê-la por aqui.

Querida Luminha: Se vai ter continuação? Huummm... Não tinha pensado nisso. Esse conto na verdade é uma cena de uma peça que escrevi em 1992. Não previ continuação, mas o personagem Big Bob (ou Big Mac) é bem interessante. Vamos ver o que rola...

Marcíssima, querida: Se você gostou, então fico contente. Faço questão de te agradar com meus posts, ó amigaprasempre.

Querida Jéssica: Gostou da dupla Coltrane/Davis? Mas eles~eram ótimos, mesmo! Que bom!

Querida Alê: Fico feliz por ter gostado.

Robyzita querida: Hum, o Big Bob (ou Big Mac) não tem nadica de nada do célebre Poirot da Agatha Christie. O meu MacMoney é muito cínico para ter a fleugma do Hercule. Mas se você gostou, isso é o que interessa.

Pois é, querida Lili: Quadrinhos e cinema são minhas deliciosas e antigas ternuras. Daí...

Grande DO: Vai saber o que a peituda queria com o Cramulhão... Melhor a gente nem se meter nisso. Já vou te ver no seu blog já, já.

E tem mesmo, querida Eduardinha!

Querida Vera: O Big Mac (ou Big Bob) pensava no basquete mas o air bag da lourona tirou a concentração dele.

Grande Mut: O Ed Mort do Veríssimo é um trapalhão ( e engraçadíssimo!). O meu Big Bob (ou Big Mac) é um grande cínico. Mas tanto eu quanto o veríssimo bebemos na mesma fonte, ou seja, os filmes noir dos anos 50. Que bom que gostou.

Querida Saramar: Quem sabe ele volta? Vamos ver.
E não exagerei nadica de nada sobre os seus predicados como escritora...

Valeu, moçada! Abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim!