(Ivan Lins e Vitor Martins)
Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço
Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim
Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo
Perdoem a falta de amigos, os dias eram assim
Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha, os dias eram assim
E quando passarem a limpo, e quando cortarem os laços
E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim
Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma
Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas
Quando colherem os frutos digam o gosto pra mim
*
Esta obra-prima foi composta no final dos anos setenta do século passado. Eram anos de chumbo e os autores estavam pedindo desculpas aos filhos pelo legado que aqueles tempos de ditadura militar, de censura, de violência deixavam para eles. Eles tinham a esperança de que, passados aqueles tempos terríveis, haveria água limpa para lavar as mágoas, flores e frutos brotariam. Embora o contexto original seja totalmente diferente, parece que o Ivan e o Vítor fizeram esta música ontem, visando este tempo que vivemos.
Acompanhando o texto que escrevi acima, Marcos Valério, Renilda, Silvio Pereira, Delúbio, José Genoíno, José Dirceu (que sentiram a barra daqueles anos!), quando acabar este processo, poderão cantar esta música para seus filhos. Dá certinho. Não precisa nem mexer na letra.
M.S.
Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço
Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim
Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo
Perdoem a falta de amigos, os dias eram assim
Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha, os dias eram assim
E quando passarem a limpo, e quando cortarem os laços
E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim
Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma
Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas
Quando colherem os frutos digam o gosto pra mim
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Esta obra-prima foi composta no final dos anos setenta do século passado. Eram anos de chumbo e os autores estavam pedindo desculpas aos filhos pelo legado que aqueles tempos de ditadura militar, de censura, de violência deixavam para eles. Eles tinham a esperança de que, passados aqueles tempos terríveis, haveria água limpa para lavar as mágoas, flores e frutos brotariam. Embora o contexto original seja totalmente diferente, parece que o Ivan e o Vítor fizeram esta música ontem, visando este tempo que vivemos.
Acompanhando o texto que escrevi acima, Marcos Valério, Renilda, Silvio Pereira, Delúbio, José Genoíno, José Dirceu (que sentiram a barra daqueles anos!), quando acabar este processo, poderão cantar esta música para seus filhos. Dá certinho. Não precisa nem mexer na letra.
M.S.
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