terça-feira, abril 01, 2008
Conheça-te a ti mesmo!
“Prudens in loquendo est tardus”.
Το αγαθό για τη γνώση αυτό πρόκειται να είσαι σιωπηλό, μέχρι την ύπαρξη χρόνος της ομιλίας
Ele levantara a cabeça para melhor pensar e seus olhos encontraram na parede em frente a placa em madeira, com a frase em latim e grego escalavrada com esmero.
Sorriu.
“Bom saber é o calar, até ser tempo de falar”, traduziu mentalmente, e esgarçou uma tentativa de sorriso. Tentou lembrar da última vez em que tinha ouvido a sua voz sem, contudo, chegar a uma conclusão.
Estava entretido com uma tradução em hebraico do “Guia dos Perplexos”, de Maimônides, quando lera na obra a recomendação: “Não o leia superficialmente, para não me ofender, e não extraia benefício para si mesmo. Você deve estudar extensivamente e ler sempre”. Era preciso refletir sobre isso.
Olhou em volta, cercado que estava por pergaminhos, e sentiu necessidade de ver o céu. Estava ali encerrado há tantas horas que não tinha certeza se já era noite ou se o sol ainda aspergia ouro pelos campos ao redor do mosteiro. Levantou-se e fez estalar as pedras do chão com seus passos medidos, no rumo do jardim. Foi recebido pelo perfume de glicínias, que se derramavam em cachos arroxeados sob a luz da lua, cercados por vaga-lumes a salpicar de estrelas o ar em derredor. Uma leve brisa fez tremelicar a barba grisalha, impregnando-a do perfume da flor. Deixara para trás milhares de palavras exaltando o Deus do Universo. E ali ele olhava um silencioso exemplo de milagre, que nem todas as letras que já escrevera na vida conseguiriam descrever. “Obrigado”, disse quebrando o silêncio. “Obrigado”, repetiu, porque sentiu que era tempo de falar.
*
Escrevi este pequeno e despretensioso conto a partir da resposta que li, consultando um certo site da Internet. Tinha visitado o blog da amiga Yumi e visto lá um link para um site que dizia o que a gente foi na última encarnação. Fiquei curioso. Tenho lido muito sobre vidas passadas ultimamente. Aliás, eu me interesso por isso desde muito tempo. Já tentei fazer regressão, para descobrir o que fui em outra vida. Não consegui. Eu até assisti a uma palestra do Brian Weiss, o “papa” das viagens astrais. Ele propôs à platéia um exercício para regredirmos. Pelo menos para mim, não funcionou. Fico imaginando o que um cara com sede de estudo e pesquisa não faria se soubesse quem e o que foi em encarnações passadas. Vai ver é por isso que eu não consegui. Certos segredos são para serem guardados.
*
Mas ali estava a resposta! Fácil, não é? Bastou eu preencher um formulário no site e pronto! Está ali, ao alcance de qualquer um. Não requer prática, nem tampouco habilidade. Querem saber o que fui no passado? Eis a resposta:
Olá Marco,
Na sua outra vida, você era um copista que nasceu no ano de 1215 d.C. na região onde hoje fica a Espanha.
COMO VOCÊ ERA?
Você era um monge copista. Silencioso, introspectivo e perfeccionista, acreditava que passar o dia concentrado, copiando livros, era uma forma de meditação. À noite, costumava transformar as palavras em poemas. Sua vida sempre fora muito solitária no silêncio do monastério. Mas Deus sempre esteve presente na sua vida. Você tinha orgulho em poder ajudá-lo, levando o conhecimento aos homens através dos livros que transcrevia.
QUAL LIÇÃO DO PASSADO VOCÊ PRECISA TRAZER PARA O PRESENTE?
Ficar em silêncio e meditar é um bom exercício de autoconhecimento. Nunca perca este costume! Porém, tente ser mais comunicativo, criar mais, ter idéias próprias. Continue ajudando a difundir o conhecimento, iluminar as mentes e transmitir mensagens positivas. Mantenha-se tranqüilo e conciliador.
*
Daí eu escrevi o pequeno conto para entrar no clima de minha encarnação.
Se isso é verdade? Fui mesmo um monge? Sei lá! Mas duvido que o site tenha acertado. O negócio soa um tanto a uma espécie de “Encarneitor Auto-Self-Conhecedor Tabajara”. Como no formulário a gente coloca data de nascimento, eles dão uma resposta que combine um pouco com o signo astrológico da pessoa. Sou virginiano e a galera deste signo é meio silenciosa, introspectiva, perfeccionista. Não é à-toa que minha carta-símbolo no Tarot é o “Eremita”.
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De qualquer forma, achei divertido. Pelo menos me rendeu um post, não é?
Querem brincar disso também? OK, basta clicar aqui.
Depois me contem o que vocês foram na outra vida.
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve a minha melhor música de todas que existem. Meu eterno tema, a música que me define e com a qual quero ser lembrado: “Somewhere in time”. Bom, né?
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19 comentários:
Amigopratodavida, é um mistério que não tenho curiosidade de saber, não mudarei o que sou e não carregarei lembranças, então deixa como está né? Mas irei brincar por lá, depois volto pra contar.
Sobre a frase "Prudens in loquendo est tardus"[espetacular] a tradução é essa mesmo?
"Bom saber é o calar, até ser tempo de falar".
Queria usar essa frase lá no meu blog.
dia lindo
beijos
Márcia
Na sua outra vida, você era uma tecelã que nasceu no ano de 1200 a.C. na região onde hoje fica a Turquia.
...
Gostei disso, posso usar num post?
Direi que peguei daqui, ok?
beijos
.
amigopratodavida? o que eu fiquei fazendo desde o ano 1200 a.C. até agora? rss
Meu caro, tenho um amigo espírita, aqui em Natal, que costuma dizer que no passado fui um momge em plena Idade Média... De qualquer modo, gostei de seu conto. Abraços.
Olá,Marco!Primeiro parabéns pelo livro!Ganhei de presente e adorei!Depois pelo poste de hoje que estou rindo até agora...Sabe que meu filho e meu marido foram a mesma coisa na mesma época em outra vida?É...isto parece mesmo com "algumacoisatabajaradeoutravida".Um abração...Cris.
Anos atras eu fiz,num shopping,algo semelhante. Fiz mais por brincadeira,mas fiquei impressionadíssimo com o resultado.
Até hj não me sai da cabeça.
Vou la fazer o que vc indicou.
Será que bate??
Abração,MARCO!!
Olá Marco!
Ah, esta música... É linda e me traz imediatamente a cena do filme Em Algum Lugar do Passado, do mocinho olhando o retrato da atriz. Bela escolha!
Seu texto está esmerado, você sabe ser poeta e nos passar sua observação da natureza.
Eu só queria ter este dom de saber calar, realmente é grande sabedoria!
Bem, resolvi brincar com você e olha no que deu:
Na sua outra vida, você era um pintor ou escultor que nasceu no ano de 1569 d.C. na região onde hoje fica a França.
Mas, eu tive estas experiências de regressão, fiz cursos de viagem astral e tenho um caso em estudo ainda, porque há muitas evidências, mas nunca se sabe até onde o subconsciente nos engana. Mas no site eu creio que ém esmo brincadeira como você falou, mas não custa nada atiçar a curiosidade e conferir!
Ótimo post! Beijo!
Marcão, pode não ser verdade, mas os donos do site são bem espertinhos, fazem aanálise pelo IP. Fiz duas análises, ambas com meu nome verdadeiro, mas combinações diferentes e o resultado foi o mesmo: fui um lenhador australiano, hehe. Você foi um intelectual e eu, um braçal.
Marcos, não sei como, mas fui exatamente o que voc~e foi, um monge copista.
Na realidade, confesso que tenho um certo medo dessas coisas, por isso, prefiro olhar lá para o futuro.
beijos, saudades
Marco, querido amigo, obrigada por todo o carinho que tens por mim e demonstras lá no bloguinho. Todo o meu de volta para vc.
Gostei do conto!
E gostei do teste, mas você de monge...hmmmm SERÁ???
o meu resultado segue agora, não antes do meu beijo.
Olá Milena,
Na sua outra vida, você era um florista que nasceu no ano de 1818 d.C. na região onde hoje fica a Holanda.
COMO VOCÊ ERA?
Você era uma pessoa criativa, caprichosa e muito detalhista. Conhecia todos os tipos de flores e os seus significados. Sua especialidade era o plantio da tulipa, símbolo da amizade e da simpatia, duas palavras que regavam a sua vida. Tinha muita sensibilidade para ajudar as pessoas a escolher a flor certa de acordo com a ocasião e ótima coordenação motora entre mãos e visão, que lhe permitia produzir lindos arranjos.
QUAL LIÇÃO DO PASSADO VOCÊ PRECISA TRAZER PARA O PRESENTE?
Você carrega consigo uma facilidade imensa para se comunicar e interagir com clientes e fornecedores, pois sabe lidar com o fator humano. Procure explorar melhor sua habilidade manual e visual. Há um talento escondido dentro de você que está pronto para desabrochar. No trabalho, seja sempre criativo e prático.
uia! quanta coisa!
hahahaha!
oie meu querido Marco,poeta ,escritor carinhoso e gentil como sempre,que musica linda é uma das minhas preferidas,adorei esse negocio de outras vidas acho que vc era mesmo um heremita soliatrio como eu que coloca no papel os sentimentos em forma de palavras,brigaduuuuuuuuuuu por existir e estar na minha caminhada,te adoro,bjss
Amigopratodavida, acabei de postar e falo do seu blog, do site e de você, em forma de carta para uma amiga...
noite feliz
beijos
Oi Marco,
primeiro, meus agradecimentos tardios pelo selo que você me lascou! Estive fora do ar por alguns dias e só agora vim recolher o selo... que na verdade, não sou merecedor.
Quanto a mim, fui uma pastora de ovelhas no Canada, há somente três séculos! Eu não ligo muito pra essas coisas, mas a minha mulher devora tudo que ela encontra pela frente que diz respeito a mistérios da mente e da alma. Entretanto, de minha parte, procuro ter a mente aberta..
Abraços!
Essa internet tem de tudo!
o problema é que ficamos tentados em cacreditar. Mas isso é do ser humano.
O que seria de nós se não acreditássemos em nada?
te beijo
Taís
Achei engraçado saber que o Marco brincalhão, irreverente, com um humor que nos encanta, ter sido um monge copista em outra vida. Mas, caro amigo, eu não acredito nesse negócio de reencarnação, mas respeito quem acredita. Afinal, cada um tem suas crenças, seus gostos, suas preferências. Um abraço.
Marco, deixei teu mimo a mostra lá no meu espaço. Ficou tudo bonito!
E vim aproveitar e deixar um abraço e te perguntar "quando vai ser o lançamento em Sp???"
;-)
só para não perder a mania!
ahahahhaah
Marco, eu fui lá e deu algo totalmente diferent de tudo o quanto me disseram até agora e que eu pressinto: UMA FLORISTA NA HOLANDA.
Mas talvez tenha fundamento por que já estive naquele pais várias vezes e toda vez me sinto em casa.
Com eu tenho instinto cigano devo ter vagado pela atmosfera por milhares de ano ate chegar ao que estou e descobrir que AINDA VOU TER QUE COMER MUITO FEIJÃO PARA SER UM ESPÍRITO LAPIDADO, MAIS HUMANO E GENEROSO COMIGO E COM OS DEMAIS
Dias felizes para ti.
www.eueorenascerdascinzas.blogspot.com
Oi, Marco, adorei saber sobre sua entrevista com o Sérgio Britto. Fiquei louca para assistir mas como tenho aula no mesmo horário na faculdade, vou tentar gravar e ver mais tarde. Mesmo assim, parabéns e espero que a audiência seja alavancada pela sua presença no canal!
Quanto à minha vida passada, torci bastante para ter sido um monge também, é bem mais a minha praia ser um do que o que saiu. Olha só:
"Na sua outra vida, você era um pintor ou escultor que nasceu no ano de 1569 d.C. na região onde hoje fica a França.
COMO VOCÊ ERA?
Você tinha amor à arte, colocava seu coração em suas obras. Era uma pessoa que tinha muita dificuldade em falar sobre seus sentimentos e conversar com outras pessoas. Assim, se exprimia através das suas esculturas e dos seus quadros. Seu estilo era o maneirismo, que preservava elementos do renascimento, acrescidos de um certo distanciamento da realidade. A sua arte era um reflexo do seu inconsciente, que tentava escapar ao real e mergulhar num mundo onírico, despido das dificuldades do dia-a-dia.
QUAL LIÇÃO DO PASSADO VOCÊ PRECISA TRAZER PARA O PRESENTE?
Continue sendo criativo e fazendo arte. Esta é a sua válvula de escape para aquelas coisas que não consegue transformar em palavras. Porém, tente se abrir mais, conversar mais e discutir seus problemas com os outros. Não é bom interiorizar os problemas e frustrações, pois isso poderá lhe causar doenças. Seja mais realista, não fuja para o mundo dos sonhos ou procure idealizar muito uma pessoa. A vida pode ser difícil, mas o nosso desafio na terra e enfrentá-lo com coragem, superando todos obstáculos."
Ri muito depois de ler porque se eu fui isso, melhorei e muito nesta vida presente!
Bom, deixo um abração para ti e bom fim de semana!
Gostei da brincadeira. Mas pelo que ví de repetições nas "regressões" acima, só pode ser brincadeira mesmo! Em todo caso, fui sapateiro no México, em 1569. Através do meu trabalho, ajudava as pessoas a seguirem em frente, transmitindo segurança e estabilidade. Preciso ser menos autoconfiante, assumir minhas fragilidades e pedir ajuda. Não devo ser uma rocha. Acho que esses conselhos cabem em qualquer manual de auto-ajuda, não acha? Mas confesso ter gostado da brincadeira. Abraços.
Na casa espírta que eu frequentava, sempre se dizia: pelo que a gente é dá para ter uma idéia do que se foi em outras vidas! hehehe.
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