quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Não repara, não... É casa de pobre...


Vou confessar uma coisa: às vezes me bate uma curiosidade de saber como as idéias para post pintam na cabeça de vocês. Na minha, se alguém quer saber, em muitas ocasiões vêm a partir de uma mera observação de alguma coisa, algum detalhe que na visão de outros passaria batido.
Vou dar um exemplo:
Eu estava num shopping chique quando vi duas moças com vestidinhos que já tiveram seus bons dias, calçando sandálias havaianas. Sei perfeitamente que estes chinelinhos hoje são peças super na moda, que não deixam ninguém mal visto por calçá-los, mesmo em ambiente um pouco mais formal. Mas, não sei porquê, achei esquisito ali, naquele momento. E acreditem: foi como mágica! Em menos de um minuto um post inteirinho me veio na cabeça, já com tudo organizadinho!
Aí vai.
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Quando eu era menino, visitar tios ou receber a visita deles era um evento especial, com rituais muito bem estabelecidos. Eu gostava quando minha mãe dizia: “no domingo, vamos na casa do tio ou da tia tal!”. Uma vez resolvida a fazer a visita, entrava em ação a primeira fase do evento: a apresentação da intenção.
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(Quadro de Nadia Senyczak)
Hoje em dia, todo mundo tem telefone, celular, computador com e-Mail, Orkut, MSN, o escambau. No meu tempo de moleque, falar com um parente que morasse um tantinho mais distante era um pouco mais complicado. Primeiramente, nem todo mundo tinha telefone naquela época, só os com excelente condição financeira. Não era o nosso caso. Éramos uma família classe média média. Nem alta, nem baixa. Ali. Bem na média. Na cidade do Grande Rio em que morávamos, telefone era algo muito, muito caro. Quem quisesse falar ao telefone, o esquema era o seguinte: alguém ia na farmácia do seu Henrique e pagava uma certa quantia para usar o aparelho por três minutos. Interurbano era mais caro. Daí, minha mãe ligava para: a) a casa da tia (quando esta tinha telefone, até onde eu lembro, poucas tinham); ou b) para um vizinho da casa da tia, (“O senhor me chame a fulana na casa ao lado, faz favor? Muito obrigada!”). Ligação feita, tudo acertado, era só aguardar o domingo marcado para a segunda fase do projeto: colocar uma roupa elegante para não fazer feio.
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Ahhh... Lembro como se fosse hoje! Minha mãe mandando a gente tomar banho, ela própria dando uma geral para ver se os meninos tinham se lavado direitinho, escolhendo a roupa que usaríamos, tirando os cordões de ouro de cada um do porta-jóias, passando talco Regina, Petróleo Menelik nos cabelos e perfume ”Toque de amor”, da Avon na gente. Nós ficávamos mais cheirosos que filho de farmacêutico.
Depois de todo mundo arrumado, aí é que ela ia tomar o seu banho, não sem antes ameaçar cobrir a gente de porrada se alguém se sujasse (detalhe: naquele tempo as mães não tinham medo de “traumatizar” os filhos por conta de uns catiripapos de vez em quando...). E volta e meia um de nós fazia alguma merda, sujando a roupa que ela lavara, passara e escolhera com tanto carinho.

Esporro dado, roupa trocada (quando era o caso), lá íamos nós para o ponto de ônibus (carro? Rá! Imagina...).
Fase seguinte: a chegada na casa dos tios.
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Era uma etapa que hoje também me deixa saudades, visto que quase todos os tios que a gente visitava já cantaram pra subir faz tempo. Os tios estavam sorridentes por nos receberem. “Olha quem chegou! Vão entrando gente, não repara, não, é casa de pobre...”
Minha mãe botava todos nós para o ritual “bença, tia!”, “bença, tio!”, beijávamos a mão deles e ouvíamos o invariável “Deus te abençoe!”. É claro, tinha também o “olha como ele está crescido! Noutro dia era um bebê! Está indo bem na escola? Isso, estuda mesmo, porque o estudo não ocupa lugar. Se quiser ser alguém na vida tem que estudar.”
Cumprimentos feitos, aí era a fase do “fiquem à vontade”.
Bem, finalmente chegamos no momento sandálias havaianas. Naquela época, a gente fazia visitas usando roupas elegantes e alinhadas. Uma vez tendo chegado ao destino, o próprio dono da casa insistia para a gente colocar uma roupa “mais a vontade”. Para minha mãe, sempre pintava um vestidinho mais simples, e uma sandália havaiana.
Para as crianças, a própria mãe levava uma muda de roupa, e as sandalinhas de cada um.
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Perceberam? A gente usava as havaianas em casa ou em momentos absolutamente informais. Jamais alguém usaria chinelo de dedo para sair, passear, ir ao cinema, como a gente vê hoje em dia. Não estou condenando, não. Só registrando. Mas, vamos prosseguir com o relato, porque eu estou gostando de lembrar dessas coisas do tempo das antigas ternuras.
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(Quadro de Marcio James)
Depois que todo mundo estava mais confortável, as criançada ia brincar e os adultos iam colocar o papo em dia. Pois é. Eu normalmente esperava para ver qual o rumo da conversa dos adultos. Se ficassem falando do “ai, minhas costas andam doendo tanto; Ah, a carestia está insuportável! onde nós vamos parar, meu Deus?”, eu ia caçar alguma coisa mais divertida para fazer. Se começassem a contar “causos” de família, eu me aboletava num canto só para escutar. Sempre gostei de ouvir relatos com histórias engraçadas, ou tristes, ou ambas.
Se estivéssemos na casa do Tio Jair, eu também podia visitar a estante com os livros e abrir a porta para uma outra dimensão chamada imaginação... Uma das chaves era a coleção “Tesouro da Juventude”...
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(Quadro de Adriana Vázquez)
Quando o almoço estava pronto, era a hora de chamar as crianças para a mesa (naquele tempo, as crianças comiam em uma outra mesa, ou comiam primeiro que os adultos). “Vamos lavar as mãozinhas, vamos, vamos, vamos!”, “ah, mãe, ta limpa, ó só!”, “não está não senhor, pode tratando de lavar! E com sabonete!”, “Ah...Tá bom...”
Na mesa, começavam as lamúrias: “mãe, num quero salada!”, “mãe, num gosto muito de bringela, não”, “galinha? Ah, não vou comer de jeito nenhum!”. Essa última frase era usualmente minha. Eu sempre detestei galinha, pato, peru, qualquer coisa que tivesse pena e estivesse numa panela. Não suportava (e não suporto) nem o cheiro! E não tinha chinelo, cinturão, nada me fazia comer aquilo. Preferia apanhar! E já tem mais de dez anos que eu não como carne vermelha também. Mas isso é outra história...
*
(Quadro de Noël Barker)
Uma vez decidido o que ia para o prato de cada um, vinha o momento de implicar com os irmãos, com os primos, roubar a batata frita do outro, passar a couve-flor adiante...
“Mãe, cabei! Quero mais Q-Suco!”
“Só se você comer tudo! Olha só, ainda tem comida no prato. Tanta gente passando fome no mundo e você desperdiçando!”
“Tiaaaaaa... o que tem de sobremesa?”, “Obaaaaaa! Gelatina com pedacinho de maçã!”
*

Depois do almoço, a gente doido para voltar para a correria.
“Nããão, nada disso! Vocês acabaram de almoçar. O sol está muito quente. Pode dar congestão. Vão ver televisão.”
“Ahh, mãããe...”
Era a hora do Teatrinho Trol, da turma do Pica-Pau, ou do desenho que estivesse passando. Passado o período regulamentar para não dar congestão, de volta para o pique, para pular corda, para o que fosse mais agitado possível.
*
(Quadro de Henry Rousseau)
No início da noite, era o momento das despedidas.
“Mas jááá??? É cedo ainda! Vou passar um café!”
“Não, já está na hora. Chega de incomodar. Crianças! já pro banho!”
“Ah, mããe...”
“Não tem mãe, nem pai. Já pro banho!”
E assim, banho tomado, cabelos penteados, roupa de sair novamente no corpo. Era a hora das despedidas.
“Bença tio!”, “bença tia!”
“Deus te abençoe. E vê se você se comporta! Você já é um homenzinho!”
Algum tempo era gasto nas despedidas, agradecimentos, “desculpe qualquer coisa”, “vê se aparece lá em casa! É casa de pobre, não repara...”
*
Lá íamos nós para o ponto do ônibus. Dentro do veículo, não dava nem cinco minutos e minha irmã já se esparramava no colo da minha mãe. Os meninos, tombavam de lado e faziam a mesma coisa que ela. Dormíamos de babar na camisa!
Chegando em casa, pijama, ida para a cama que no dia seguinte tinha escola bem cedo.
“Bença, mãe.”
“Deus te abençoe. Durmam com os anjos.”
*
Pois é.
Tudo isso me veio na mente assim, tlec!, num estalar de dedos. Bastou olhar as moças no shopping chique com sandalinhas.
Nossas lembranças são como um cachorrinho de estimação que pula no nosso colo inesperadamente. E as minhas ainda lambem o meu rosto, me fazem festinha, e nunca me deixam esquecer que eu era feliz e sabia perfeitamente disso.
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Angela Maria cantando “Gente Humilde”, canção que é uma perfeita narração de meus tempos de garoto.
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Eu ganhei mais um selo, desta vez da Dominique que me fez essa gentileza. Obrigado, amiga! Fico grato mesmo. Bem, as regras deste post-corrente dizem para escolher àqueles para quem eu vou passar. Ultimamente tenho passado para todos os amigos blogueiros que me dão a honra de visitar. Mas hoje eu gostaria de destacar alguns. Então repasso o belo selo “Esse Blog é Show de Bola” para os seguintes blogueiros:

Devaneios e Desabafos da sempre tão gentil Renatinha;
Luz de Luma, Lino Resende;
Clínica da Palavra da Maristela. O que eu mais admiro nestes três blogs é o senso de cidadania e solidariedade que os três têm, além de escreverem bem pra caramba!
Luzes da Cidade, do Francisco Sobreira;
O Apanhador de Sonhos, do Bené Chaves;
Politicamente Incorreto, do Bosco Sobreira. Vejo estes três amigos meus que muito respeito e admiro como uma espécie de Três Mosqueteiros. Gostaria muito, mas MUITO mesmo de poder me sentar um dia com eles e conversar sobre tudo o que pintar no papo.
E ainda tem o "D’Artagnan" dos mosqueteiros, meu ex e sempre professor Moacy Cirne, doBalaio Vermelho para quem dou o selo também.
Para a minha amiga Erika do sempre ótimo Oncotô, vai um selo também porque se tem uma pessoa show de bola é ela!
E selo também para o do meu novo amigo de infância J.F.
Vocês dez são DEZ!
Agora se quiserem repassar o selo para outros, deixo ao critério de vocês.

32 comentários:

Nayara Lobo disse...

Nuuussa... só de ler esse post me deu uma saudaaaade de quando eu era criança! As coisas eram bem assim msmu!!! A vida era feliz, sem tantos probleminhas!
O defeito dessas crianças atuais (as mimadas, chatinhas, manhosas e birrentas) é que os pais não as educaram com essa sutileza e inocência que muitos foram criados.
bjin...

Anônimo disse...

Muito boa essa lembrança Marco.Comigo se dava a mesma coisa.Minha mãe levava uma sacola com roupas para "ficar à vontade" e nós trocávamos de roupa e nos divertíamos.Naquele tempo era bom pq a gente se divertia com pouco, mas hj, todos crescidos, perdi a conta de quando vi meus primos e de quando estive com todos eles juntos.A minha familia tem esta característica, não somos muito próximos,e nos perdemos com o tempo.Acho que por isso é tão doído lembrar desse tempo de festa e alegria.Um beijo!

Anônimo disse...

Com a gente era levemente diferente, mas os comentários sobre a comida, de que tem crianças passando fome no mundo e que era mottainai (desperdício, em japonês) e que a gente deveria comer tudo, era uma ladainha diária...
Excelente a seleção dos quadros que ilustram esse post!!!
Um grande abraço!

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!
Puxa assim é que se conta uma lembrança! Também tenho muitas saudades das nossas reuniões de primos, que fazemos até hoje quando podemos. Tinha uma birra danada com o ato de beijar as mãos e tomar "a bença".(coisa mais humilhante) Mas isto era obrigatório só com os tios paternos, com aquele cheiro de cigarro e de rapé, arghhh. Você escolheu perfeitamente a música e as imagens. Ficou excelente!
Agora só uma consideração: Quem foi que disse que filho de farmacêutico é cheiroso?
Hahaha, o meu BB já teve épocas de tomar banho se ameaçado de morte!
Parabéns pelas escolhas, os mosqueteiros são nota dez!
Beijo.

Anônimo disse...

Marco, ímpar, eu também era e também sabia...rssrs... a diferença é que fui criada por um libertário, nunca beijei a mão de nenhum tio, muito menos pedia a bênção, lembro-me da frase de papai: - Deixa, é criança, elas tem que ser livres... E éramos...
beijos de mim

Anônimo disse...

Ahhhhhhh meu amigo, show de bola é vc, tá legal... e nem me conteste hehehehee..

Vc merece todos os prêmios, acho que já disse isso... to me tornando repetitiva? isso é coisa de velha.. ahahahhahaha.. brincadeira...

O Oncotô é honrado com as suas visitas, meu querido, é casa de pobre, simples, mas limpinha e cheia de carinho, sempre... vc merece.

Muito obrigada a Ele por vc.

Mondibeijos

Moacy Cirne disse...

Mais uma boa postagem, meu caro. Aliás, parece-me redundância dizer que você fez uma boa postagem, tantas são aquelas que realmente se destacam quando editadas por você. De resto, obrigado pelo Selo. Valeu... Um abraço.

Anônimo disse...

Passeando de links em links acabei aqui num retrato de família.
Minha família era igualzinha, bom, pelo menos a parte italiana dela. Aí no domingo a vó fazia macarronada e a criançada comia até ficar com a cara vermelha...
Bons tempos e tanta saudade...

E respondendo como surgem as idéias dos meus posts, surgem de várias formas. Pode ser uma conversa com alguém onde eu conto alguma coisa que aconteceu e de repente vejo um post ali. Aconteceu recentemente com o meu post "A Lampada".
As vezes eu fico vejo algo, escuto algo e deixo o pensamento livre... e converso comigo mesmo... e quando vejo, tem outro post prontinho totalmente anotado dentro da minha mente. Daí, é só passar pro computador.

Bjocas!

Anônimo disse...

Mas vc foi longe, hein? Benditas havaianas....rs

Eu bem lembro quando bacalhau era comida de pobre!!!!
Beijos Marco, lindo o post.

Jacinta Dantas disse...

Li seu texto de um fôlego só. Assim, sem parar. Legal a honestidade nas palavras - com clareza no que tem que ser dito.
A frase final é fantática. Eu era feliz....
Com sua licença, vou continuar olhando seu espaço.
Um abraço
Jacinta

benechaves disse...

Marco: muito boa a sua composição de idéias e que nos deu uma bela postagem, feito este já de nosso inteiro conhecimento. Tudo você descreve nas lembranças de um menino e nos diálogos pertinentes à sua geração. Ótimas reminiscências, narrativa que flui com o sabor de seu humorismo que delicia a uma boa leitura.
Muito grato pelo selo, vou ver se ainda sei colocar no meu espaço.

Um abração...

Francisco Sobreira disse...

Marco,
Vou fazer minhas as palavras de Moacy, sobre a redundância de manifestar o meu prazer em ler as suas postagens (principalmente as que falam da origem das expressões e das lembranças infanto-juvenis). E como a nossa amiga Claudinha, me pergunto: filho de farmacêutico é cheiroso? Olhe, mais uma vez agradeço a sua generosidade, me ofertando mais um selinho, que deverei colocar na próxima postagem. Um grande abraço.

Anônimo disse...

nossaaaa que tempo bom que nao volta mais ne querido Marco vc é inigualável sabia,perfume toque de amor ahhh lembro muito usei tb muitoo,rissss,mas fiquei fascinada com a historia da musica do meu blog "Contigo en la distancia" é minha favorita mas nao sabia do historia linda de amor,realmente o amor a moda antiga era de verdade ,e essa musica me traz lembranças lindas que nao voltam mais, e com Luiz Miguel na minha opinião é maravilhosa ,brigaduuuuuuuuuuuuuuu por existir na minha estrada,te adoro,bjss

ninguém disse...

Por en quanto, vou só agradecer o premio de amigo, porque vindo de você um elogio desses, fico vermelha de vergonha! Depois, volto com calma pra comentar este post memorial. bj

Anônimo disse...

Teatrinho Trol? Desse n�o me lembro, mas sim daquele "7 e 7 s�o 14, com mais 7=21, todo dia da semana tem programa pimpampum" :p Poxa, tb tenho muitas dessas lembran�as tipo cachorrinho que vem nos acarinhar... (perfeita a imagem que vc fez). Bom demais! Lendo seu texto, acabei me lembrando de coisas do arco da velha...rs. Belo post!
Marco, vim agradecer sua visita la no meu cantino e suas gentis palavras.
Tenha um �timo final de semana!
:)

Bosco Sobreira disse...

Meu caro amigo Marco,
Mais uma vez sua generosidade! Sinto-me honrado por suas palavras e, agradecido por sua lembrança.
Infelizmente, retirei o blog do ar. Não estou em condições de mantê-lo atualizado. Deixá-lo "em aberto", sem poder visitar os amigos com a frequência que gostaria, me parece um desrespeito aos que me honram com suas visitas.
Quem sabe, um dia volte. Queiram os deuses!
Um forte abraço, meu amigo.

Anônimo disse...

Marco:
Adorei a história da visita aos tios, pois lembrou-me minha infância e as visitas aos tios e amigos dos meus pais. Parabéns.
E muito obrigado pelo mimo. Ser visto como solidário e cidadão é muito bom.

Anônimo disse...

Acredite,MARCO,deu uma saudade este seu post. Não pelos detalhes ,que eu não passei,mas pela impressão de,naquela época,os contactos humanos serem mais "afetuosos e sinceros".
O avanço da tecnologia está tornando as relações humanas muito frias.
Concorda??

Abração!!

Anônimo disse...

Adorei este post!!! ADOREI! O tempo de infância é mesmo maravilhoso, não é? :)

Falas das expressões portuguesas, mas vocês também têm umas bem engraçadas: "cantaram pra subir faz tempo"!!! loool Ri imenso com essa!

Um óptimo fim-de-semana!
Beijos!!
*.*

Anônimo disse...

Pelamor amigopratodavida, viajei nessas lembranças, já fiz tudo isso, só que eu ia de lotação[enjoada com o cheiro de óleo queimado] até a Penha Circular onde morava o Tio Arthur e seu bando de filhos, todo domingo eu era obrigada a usar meu sapatinho-maldito-de-verniz que rangia e fazia bolhas que nunca saravam, aff! e comer macarrão com galinha[nem frango era,rss]
Adorei, voltei no tempo e senti o cheiro do perfume da Avon, maravilhosas lembranças, mas eu não tinha sandália havaiana, levava minhas alpargatas, lembra? rssss
dias lindos meu querido amigo
beijos

Marcos Pontes disse...

Nunca convivi com parentes, mas teu post trouxe um montão de boas memórias. acho que todas as famílias classe média agiam assim. O respeito dos pais era conquistado desde o berço e, em caso de filhos mais reticentes, na base da chinelada. O gozado é que ninguém se tornou assassino por conta disso. Depois que criaram o trauma infantil, até ralahar com um rebeldezinho é motivo para olhares duros do vizinho.

Lulu on the sky disse...

Obrigada pelo comentário carinhoso, eu sinto muitas saudades da minha infância.
Big Beijos

Anônimo disse...

Post da saudade e dos bons tempos!!
Uma ótima semana!
Beijos
http://cara-nova.zip.net
http://sex-appeal.zip.net

Anônimo disse...

Ôôôô, Marco!

Como é gostoso ler um texto assim, transbordando ternura! Enquanto lia fiz uma enorme viagem ao passado, pelo país das lembranças, norteado pela saudade.
Viví tudo isso e também sabia que era feliz... ôôôô saudade da minha infância querida, de tempos que não voltam mais...

Grande abraço.

Stella disse...

Marco, depois de ler seu texto parei com tudo e me deixei levar pelas lembranças.
Nossa, acho que infancia de criança é tudo igual mesmo! Pelo menos a nossa foi.
E, o pior, nas visitas aos tios e tias, era sempre eu a que se sujava toda antes de sair. E, lógico, era sempre eu quem levava uns beliscões enquanto minha mãe me (re)arrumava. Mas isso nunca tirou o prazer destes passeios. E percebo que para voce também não.
Fico feliz em ler sobre suas lembranças pois sempre percebo que, em algum lugar e/ou tempo, as minhas se esbarraram nas suas e cada uma percebeu o quanto era parecida com a outra.

Parabéns pelo texto! Ficou muito criativo e engraçado!

P.S.: Quanto às havaianas, usá-las fora de casa é só moda; igual a ônibus, vai uma e logo vem outra ainda pior! :)

Até mais, meu querido!

Luciana L V Farias disse...

Marco, eu adoro vir aqui e ler seus textos, ô delícia... sabe que lá em casa tínhamos o Tesouro da Juventude? Esses eu não tenho mais, mas a coleção do Sítio do Pica-Pau Amarelo, que era da minha mãe, mantenho até hoje.

Agora que trabalho só em casa, perdi uma de minhas fontes de inspiração, que era o trajeto a pé daqui de casa até o escritório dos meus pais. preciso voltar a andar. URGEEEEENTE.

Achei muito fofo você dizer que o meu pai é seu novo amigo de infância. Ele ainda está sem internet lá no sítio, e completamente maluco com isso. Mas acho que essa semana a coisa já deve normalizar...

beijão!!!!

J.F. disse...

Marco,
Que você continue indo aos shoppings! Que inspiração! Valeu. Excelente, também, a seleção de imagens. Obrigado pela indicação para o selo. Fiquei muito feliz. Estou sem internet no sítio há uma semana (problemas com raios!). Assim que voltar, faço a minha indicação de novos ganhadores. Abração.

Luma Rosa disse...

Marco, obrigada pelo selinho!!

Esses vestidinhos que já tiveram seus bons dias, também são modinhas. Tudo em prol do conforto!

Falar verdade, eu me sinto desconfortável vestida com um simples chinelo no shopping. Chinelo só uso para ir à praia e tenho uma coleção deles.

Tudo fruto da criação. Minha mãe não nos deixava usar "Chinelas"

Marco, lembrei das minhas tias! Até hoje peço "bença" para a minha mãe. Ás vezes em pensamento.

E lembro do dia que fui cheia de vontade comer uns bolinhos. Coloquei uns 5 no meu prato. Eles todos douradinhos!! Dei uma mordida era jiló empanado! Comi na força porque não podia fazer desfeita. Nunca mais comi jiló.

Boa semana! Beijus

dade amorim disse...

Marco, era tudo igual, só mudava o endereço ;)
Adorei o post e as ilustraçoes, que estão dez e que guardei para posteriores postagens, mas só daqui a muito tempo, tudo bem?

:)) Beijos e Deus te abençoe,menino!

Mimi disse...

Ternurinha querido, minha infância foi bem parecida, eu também gostava de ouvir o que EU chamo de fofoca de família. Ainda gosto, muito embora eu seja alvo de várias delas atualmente. hahahaha!

Muito gostoso de ler esse teu posts, assim como todos os outros.

Te deixo um beijo feliz e o link do meu mais novo bloguinho. Sim, outro blog, afff!

www.mentequemdiz.blogspot.com

quem sabe esse vai para frente!

Inté

Karina disse...

Delícia de lembranças, o cachorrinho também fez festa no meu colo. :D
Todo domingo era o dia de irmos pros sítios, visitar os tios e era essa gostosura que vc descreveu. Bateu uma saudadinha gostosa agora.
Bjks carinhosas

Da benção, sempre lembro da história de um parente de SP dizendo como os mineiros eram inteligentes, pois já falavam inglês desde pequenos. Chegavam tímidos e estendiam a mão com um "bemms", que pro parente, tbém criança, era inglês.

Príapo disse...

Caramba... era assim mesmo.
Mesma, mesma, mesma coisa.