terça-feira, agosto 16, 2005

Horizonte Perdido

Dia desses, passou num HBO desses da vida a reprise de “Horizonte Perdido” (Lost Horizon, USA, 1973), refilmagem de um outro lançado em 1937, desta vez musical com trilha sonora de Burt Bacharach e Hal David.
Só as músicas compõem um caso a parte. A história, baseada no romance de James Hilton, publicado em 1933, é um libelo pela paz e pela convivência harmônica. Mostra que é possível “viver juntos, crescer juntos”, como diz na letra de “Living together, growing together”.
Na época de seu lançamento, lembro que o filme não fez sucesso, que a crítica caiu da pau, certamente porque viu o filme com a cabeça e não com a emoção. Filmes servem para entreter, mas quando eles nos fazem pensar entram na categoria de obras de arte imprescindíveis. E “Horizonte Perdido” faz até um insensível refletir sobre como seria bom viver em um lugar como aquele.
O elenco é multiestelar: Peter Finch, como “Richard Conway”, um pacifista que sempre sonhou com uma utopia como aquela; Michael York, como seu irmão “George Conway”, pragmático e ambicioso; Liv Ullman, como a meiga e doce professora “Catherine”; Olivia Hussey, como a inocente e tola “Maria”. Ela está linda como sempre. Ela foi uma de minhas “paixonites” cinematográficas de adolescência. Há muito não sei dela. Vejo na gracinha da Kristin Kreuk, de “Smallville”, uma sósia dela quase perfeita. Ainda compondo o elenco George Kennedy, sempre correto; Sally Kellerman, etérea especialmente cantando e dançando; Bobby Van, o comediante e mais a coadjuvância luxuosa de John Gielgud e do veteraníssimo Charles Boyer, em seu último filme americano.
Como escrevi, a trilha sonora é um caso a parte, mas algo de tão bom que lembro de ter saído do cinema cantando pela rua “there`s lost horizon, waiting to be found...” quando assisti pela primeira vez. Não há uma música que não seja absolutamente perfeita: “The World is a Circle”, “Question me a Answer”, “Reflections”, “Share the Joy”, “The Things I Will Not Miss”, e outras além das citadas antes. Sempre fui fã de Burt Bacharach. Tenho quase todos os seus discos lançados no Brasil. Foi com enorme felicidade que vi seu show, em sua mais ou menos recente visita ao Brasil.
Noutro dia estava lendo um post no blog Mente Inquieta da minha querida amiga (e madrinha deste blog), Isabela Saes – aliás, recomendo a todos visitas constantes porque ela escreve muitíssimo bem - onde ela citava os tiroteios e o clima de insegurança do Rio de Janeiro. E nada como sonhar com um “horizonte perdido onde o som de armas não estoura mais em seus ouvidos”. Ah, mas em algum dia irei para a minha Shangri-La, esteja onde ela estiver...
M.S.

5 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Só não esqueça de convidar seus amigos (óbvio que me incluo, conjuntamente junto com a Marne)para pegar aquele bendito avião!

Marco disse...

Você é irmão, Luiz. É claro que está dentro!

Eu? Eu sou o Éverson, ué. disse...

Engraçado. tem gente que simplesmente não se sensibiliza com a mensagem do filme. E eu melembro muito bem que, adolecente, ou até entrando na adolecência, fiquei sensibilizadíssimo com a idéia de "existir um lugar onde uma arma não estoura em seus ouvidos". Devo admitir que é uma das pequenas jóia que guardo com carinho de um tempo que não volta mais. Recentemente consegui baixar uma cópia digital da fita VHS desse filme e foi como se tivesse uma década e pouco de idade novamente. Sorvi cada segundo da história novamente, prazerozamente. Daí saí procurando referências sobre o filme e a trilha e me deparei com seu blog. Parabéns. Acho que voltarei mais vezes.

Kaàyarê disse...

Olá amigo.
sou também como tu, um sonhador e sonho com uma Xangri-lá.
Poderia o amigo me orientar em como conseguir uma cópia deste filme??? faz anos que ando atrás.
Obrigado de coração.
Contato com:
jbgfernandes@dmae.prefpoa.com.br
ou, kaayarecruzeirodosul@gmail.com