
Por conta do meu envolvimento com um projeto de trabalho que tem me absorvido totalmente, deixei de postar os vencedores do “Prêmio Pipoca Fumegante e Refrigerante Sem Gás e Sem Gelo” referentes ao ano de 2009, agraciando as melhores e piores produções de TV e do Cinema ao longo do ano passado. Bem sei que fica meio esquisito falar da premiação depois até do Oscar. Mas, pessoal, eu não posso quebrar a série histórica! Vou falar rapidinho, mas tenho que falar.
PRÊMIO REFRIGERANTE SEM GÁS E SEM GELO PARA PIOR PROGRAMA DE TV EM CANAL FECHADO (quase não vejo a TV aberta)
Entre uma bagaceira de dar nojo, escolhi...
Papo Calcinha, do Canal Multishow.
Teve um programa desse onde um punhado de mocinhas discutiam a melhor forma de se fazer sexo oral. Não, você não leu errado: as fogosas potrancas falaram as maiores sacanagens num programa de TV que pode ser acessado por qualquer criança ou adolescente com o controle remoto na mão!!! Quem ainda não sabe o que estou falando, veja o link. Mas que fique bem claro: Eu não recomendo! Assista por sua conta. Agora vejam só o detalhe: eu fui no you tube pegar o link para este programa e vi lá que existe outros sobre assuntos de arrepiar cabelos em pedra!
É óbvio que eu não sou nenhum puritano, é mais do que claro que eu gosto de uma saliência... Mas daí a ir para um programa de TV e debater como é que eu gosto de “dar um tapa na coelha”, inclusive descrevendo minuciosamente a “coelha”??? Dando todos os nomes aos bois (e coelhas)?? Vai me desculpar, mas é um pouco demais...
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PRÊMIO PIPOCA FUMEGANTE PARA MELHOR PROGRAMA DA TV FECHADA
Bem, aí o buraco é mais embaixo (sem trocadilhos, por obséquio). Vi excelentes programas no ano passado, com destaque para “Andando nos passos de Jesus” (Discovery), “Os sete pecados capitais” (History) e “O mundo sem ninguém” (History). Difícil ter que escolher um desses, todos são excelentes, aprendi muito com eles. Mas... Já que temos que premiar um só... escolho:
Os sete pecados capitais

Cada programa dedicado a um dos pecados mostrava a origem deles segundo o cristianismo, o judaísmo, o budismo, o islamismo, a Cabala. Apresentando as raízes históricas, indicando qual era o demônio responsável por aquele pecado, dando vários exemplos na história dos povos sobre aquele comportamento... Verdadeiramente excelente! Numa hora dessas, talvez eu escreva aqui sobre um ou outro pecado, baseado nesta série.
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Passemos aos prêmios de cinema. Em 2009, eu frequentei a telona menos vezes que em 2008, quando assisti a 113 filmes. Em 2009 foram só 108 filmes (só em cinema, os vistos em TV e DVD não entram nesta contabilidade). Prometo fazer tudo para, em 2010, superar o meu recorde.
Entre todas estas produções, houve as que considerei como bem ruinzinhas. Especialmente entre estas, destaco “O dia em que a Terra parou” e “Força policial”. Qual o pior dos dois? Bem, o primeiro tem a minha musa e deusa Jennifer Connely. O outro não tem... Logo, o
PRÊMIO REFRIGERANTE SEM GÁS E SEM GELO DE PIOR FILME VISTO EM 2009 vai para...
Força policial
Na minha ficha (eu catalogo todos os filmes que assisto no cinema) aparece o seguinte resumo:
Numa batida policial, os homens da lei são emboscados. Um policial é designado para investigar e descobre que gente da sua família está envolvida. Com: Edward Norton, Colin Farrel, Jon Voight, Noah Emmerich.
Para dizer a verdade, nem lembro direito desta bomba. De qualquer forma, o prêmio vai para ele.
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E para o PRÊMIO PIPOCA FUMEGANTE DE MELHOR FILME VISTO EM 2009...
Concorrem todos os filmes que classifiquei como “Excelente”. E houve 24 deles, entre produções brasileiras, romena, espanhola, alemã, japonesa, americanas, francesa... Mas para o vencedor, não há sequer sombra de dúvida. O melhor filme que vi em 2009 e um dos melhores que vi na vida foi...
A partida.

Nem preciso falar muito desta produção japonesa, pois já escrevi um post sobre ela (quem quiser lê-lo ou relê-lo, clique aqui e fique à vontade. Este filme me emocionou de tal maneira que cheguei a cogitar considerá-lo como hors concours, dado os anos-luz de diferença deste em relação aos outros, incluindo o segundo melhor que vi, o excelente “O leitor”. Mas fica valendo o filme japa, tão lindo que recomendo a todas as criaturas humanas da face da Terra.
Entre os filmes que considerei como excelentes, há quatro brasileiros. Acho justo que eu dê um Prêmio Pipoca Fumegante para um deles, na Categoria Brasil. E com muita dificuldade para decidir (todos são fascinantes), escolhi o filme...
O contador de histórias.
Eis a minha ficha sobre ele: O contador de histórias (Brasil, 2009, dir. Luiz Villaça). No Unibanco Arteplex 1. (em 8/8/2009). Resumo: A vida de Roberto Carlos, garoto de rua recolhido à Febem de MG e que desperta o interesse de uma pedagoga francesa que o faz mudar de vida. Com: Maria de Medeiros, Malu Gali, Jú Colombo, Marco Antonio.Vale dizer que no final deste filme aparece o Roberto Carlos real, em 2009, contando histórias em praça pública para crianças. Uma bela história, um belo filme!
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Mas para quem não curte cinema e gosta de me ler, fico achando que deveria escrever outras coisas neste post.
E tem um assunto que eu gostaria muito de tecer reflexões. Mas antes de começar a ler esta segunda parte do post, sugiro que clique na seta deste you tube e ouça o que a Rádio Antigas Ternuras, a rádio que toca no seu coração, traz até você...
Noutro dia, ouvi no rádio do carro que uma aluna estava processando uma professora que lhe atirou o apagador, só porque ela não parava de conversar com a coleguinha de trás, durante a aula. A matéria não deu muitos detalhes, mas pelo visto, a aluna não se machucou. Só ficou fula com audácia da tal professora.
Ainda por estes dias, li no jornal que, num shopping, no Rio de Janeiro, uma mãe alemã estava dando uma sacolejada na filha que insistia em fazer pirraça, se jogando no chão, exigindo alguma coisa. Pois quando viu a cena, uma mulher partiu para cima da alemã, ameaçando chamar a polícia, alegando maus tratos, dizendo que “aqui no Brasil não se faz isso”.
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Pois é. Eu me lembrei de um texto que recebi pela internet, muito provavelmente vocês o receberam também, e que fala em como conseguimos sobreviver à nossa infância. Eu o encontrei publicado aqui.
Lembrei de como fazia bagunça nos bancos de trás, onde viajávamos nos carros; as viagens que eu e o time em que jogava fazíamos na boléia de caminhões e caminhonetes; de andar de bicicleta sem capacete, sem nada, saindo altas horas da noite, da casa de meu amiguirmão Luiz, carregado de discos, fitas cassete, gravador, o escambau, depois de ouvir músicas como esta que está tocando... De como bebia água de poço sem tratamento, depois da pelada; de brincar de pique correndo por entre valão infecto; de viver com joelhos e cotovelos ralados, com perebas perenes...
E me lembro de tomar coças homéricas de meus pais quando eu aprontava alguma, e de levar apagador nos peitos, arremessados por alguns de meus inesquecíveis professores (Gerusa, Consuelo, Rosendo, Abelard... a lista é longa), a quem devo muito do que sei hoje e a quem serei eternamente grato pela formação que me deram... (estou certo que meu já citado amiguirmão Luiz, que estudou com os mesmos professores no mesmo colégio que eu, concorda comigo).
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Nossa... Como eu consegui sobreviver? Sem ficar traumatizado, sem me tornar um revoltado, um criminoso... É certo que eu não defendo a violência contra crianças, jamais faria isso. Como também não defendo a violência das crianças, e há poucos seres tão violentos como as crianças. Não, eu não tenho filhos, mas se os tivesse, procuraria controlá-los na base da “moral”, como sempre fiz com meus sobrinhos e eles me respeitam mais até que aos pais e eu nunca encostei um dedo neles.
Mandar prender uma mãe que dá uma sacudida na filha pirracenta, processar um professor porque se exasperou com uma aluna falastrona que não tem o menor pudor de atrapalhar o aprendizado dos colegas... É... Os tempos estão mudados, mesmo. Estou me sentindo um brontossauro que caiu no Túnel do Tempo e se estabacou nesta nossa “modernidade”. Como diz aquela canção do Caetano: “Alguma coisa está fora da ordem...”
M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve Donnie Elbert, cantando “Can’t get over losing you”. Essa é uma bela canção do gênero mela-cueca, de bailinhos do tempo do LP, do compacto simples e da cuba-libre da coragem para tirar as moças para dançar...