quarta-feira, novembro 11, 2009

Estou pedindo: tempo!


Aos caros amigos, clientes e fornecedores devo avisar que, por força das circunstâncias, serei obrigado a antecipar e estender o meu recesso de fim de ano. Estou com textos encomendados, trabalhos por fazer, uma série de coisas que me exigem concentração total. Tenho que entrar em modo “escritor”, o que me faz ter que dirigir minhas atenções somente para as tarefas em questão. Espero que vocês compreendam. Normalmente, eu faço recesso depois do Natal e só volto a postar na primeira semana de janeiro. Vou interromper minhas postagens e visitas agora, volto no fim de ano para o tradicional post de Natal/Ano Novo e depois só em meados de janeiro. Até lá espero ter minhas coisas bem adiantadas.
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Já que estou com essa conversa de “Cerca Lourenço”, aproveito para explicar de onde vem esta expressão, atendendo ao pedido do amigo blogueiro Julio do Bala Perdida (eu já tinha dito que atendo a pedidos, não tinha?). Daí, aproveito para bater dois pregos com a mesma martelada.
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“Conversa de Cerca Lourenço” significa que alguém está enrolando, embromando, passando a lábia, falando de modo pouco objetivo e/ou cheio de dedos. O origem da expressão é bem difusa, não há exatamente um consenso. Mas a versão mais sensata e que mais corre por aí entre pesquisadores dá conta de um beato chamado José Lourenço (1872-1946), que era muito devoto do padre Cícero Romão Batista (1844-1934) – Padim Ciço de Juazeiro do Norte/CE. O beato Lourenço (esse aí da foto) fundou uma comunidade messiânica denominada Caldeirão de Santa Cruz do Deserto (mais detalhes cliquem aqui). Isso em fins da segunda década do Século 20, lá no Crato/Ceará. Os devotos viviam da agricultura numa fazenda que foi arrendada pelo próprio Padre Cícero e toda produção era distribuída irmamente entre os que lá trabalhavam. O excedente era vendido para comprar querosene e remédios. Ficaram assim por muitos anos e até conseguiram alguma prosperidade.
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Os fazendeiros da região se incomodaram com aquela situação e começaram a espalhar que aquilo era o comunismo, que os devotos adoravam o “boi Mansinho” (só para trazer o clero local para o lado deles) e coisa e tal e tal e coisa. Por pressão da igreja, o padre Cícero dissolveu a comunidade, em 1926, transferindo-a para outra fazenda, para lá viverem nos mesmos moldes de antes. Novamente o empreendimento deu muito certo, chegando a atrair cada vez mais devotos para aquele estilo de vida, digamos, socialista cristão. O tempo passou, os fazendeiros reiniciaram as fofocas e, com a morte do padre Cícero, os membros daquela comuna ficaram sem a sua proteção.
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As queixas dos coronéis chegaram aos ouvidos do governo federal que mandou tropas para lá, em 1937. A soldadesca cercou Lourenço e seus adeptos. Conversa de lá, conversa de cá, até que resolveram invadir a comunidade, chacinando quem viam pela frente. Usaram até aviões da Força Aérea Brasileira para metralhar os camponeses, deixando mais de mil mortos. Praticamente uma reedição de Canudos, só que sem um Euclides da Cunha para relatar tudo com arte e engenho.
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Depois disso, começou a correr a expressão “cerca Lourenço” como sinônimo de , “ficar rodeando um assunto sem defini-lo com clareza”.
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É isso, moçada. Volto a postar no Natal e depois só em 2010.
M.S.

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A partir de domingo, 15/11, estará no ar, no outro blog em que escrevo, o Playground dos Dinossauros, um texto meu sobre o Calendário do Sagrado Coração de Jesus. Quem é do tempo em que Cleópatra tinha medo de cobra deve lembrar dele.
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E por falar em coisa antiga, eu sou do tempo dessa música, ó:
(vídeo com 3min e 3seg)


e desse antigo comercial que a TV Antigas Ternuras gentilmente traz até você.
(vídeo com 16 seg.)

22 comentários:

Moacy Cirne disse...

Aproveite bem, profissionalmente, o seu tempo, meu caro. Tudo de bom pra você. Até a volta. Um abraço.

Luma Rosa disse...

Salve! Que é por uma boa causa!! Depois venho assistir os vídeos com calma - vamos ver de qual época você é! (rs*) Marco, você volta para o meu aniversário? ;) Nunca ouvi essa expressão!! Beijus e bom trabalho!!

dade amorim disse...

Bom, agora você entra em recesso. A gente espera, porque afinal alguém tem que trabalhar neste país. Mas não demora muito não, viu?

Beijo e até lá.

MARCOS DHOTTA disse...

Caríssimo Marco, que tenhas um bom recesso, viu. Também estou tirando férias por uns dias. É preciso! Para que o retorno seja vigoroso... Um abraço meu querido.

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!
Mas que pena! Sentirei falta de suas letras. Porém, trabalho é prioridade. A gente espera...
Um beijo!

Ronie disse...

Tudo bem amigo. Bom descanso e até o Natal.

Érica disse...

Alguém tem que trabalhar né?
rsrsrs

O meu recesso é em janeiro, todo o mês de janeiro eu nem chego perto dessa maquininha interativa chamada internet ou qualquer afins, me dou férias pesada. Mas quando eu voltar passo por aqui...

Beijo grande!

DO disse...

Grande MARCO. Interessante como sempre. Aproveite bem o recesso blogueiro e que vc consiga colocar em ordem todos os seus textos. Abração e até a volta.

Dilberto L. Rosa disse...

Muito bom, caro primo: não sais sem antes deixar-nos um bom causo e ótimas antigas ternuras... Mas logo agora que vais sair? Não vás sem antes vires tomar um refrigerante na festa lá dos Morcegos, que sei que vais adorar!!! Abração e volta logo, cheio de novidades!

[Manú] disse...

Bom recesso pra vc,muitas idéias novas para que cada vez mais vc tenha como nos contar suas antigas e doces ternuras!Beijo!

J.F. disse...

Marcão, meu amigo.
Ficamos no aguardo. Bom recesso e que você consiga colocar tudo em ordem e em dia. Abração.

guiga disse...

VOLTEI!!!
Directamente do Brasil maravilhoso, aqui estou eu, casadinha de fresco! loool
Amigo, foi maravilhoso. O teu país é lindo!
*.*

Julio Cesar Corrêa disse...

Marco, valeu pela explicação. Garanto que 90% por cento das pessoas que usam esta expressão não sabem sua origem.
E mande bala no trabalho. A gente espera.
Até mais tarde
abração

Graça Lacerda disse...

Marco,
descanse, relaxe, trabalhe, passeie, aproveite!!

Faça tudo que puder e quiser, que nós continuamos aqui, te esperando, meu amigo, já com saudade!

Um grande abraço e obrigada por tudo, pelo carinho, pela atenção sempre, pelas inúmeras gentilezas.
Bye!

Saramar disse...

É assim, eu volto, você vai, que coisa!

Saudades de você, caríssimo, e destas histórias inigualáveis que sempre encontro aqui.
Quem precisa de Euclides, tendo Marco?

beijos, bom trabalho e volte logo.

Rose disse...

Olá, Marco! Infelizmente cheguei a sua página quando está prestes a entrar no modo escritor. Adorei conhecer alguém nascido a.C.
Gostei da expressão cerca Lourenço e de conhecerseu significado. Ah! Eu conheço essa música, rss...
Desculpe-me por invadir seu espaço, mas estou em busca de novos amigos. Gostaria de convidá-la para conhecer meu site, mas cheguei tarde, quem sabe outra hora.


Grande Abraço!

Milena disse...

ô Ternurinha, tome todo o tempo que precisar!
Teu público te aguarda!

beijos mil da amigata

Tom disse...

OK, tenho um recesso bem produtivo, amigão!
Meldels, eu fico impressionado com as coisas que a gente consegue achar no YouTube!!!
Grande abraço!

cristinasiqueira disse...

oi Marco,


Bom trabalho.Em ritmo de loucura total ,deixa ir o tempo e então até o Natal chegar.

Com carinho,

Cris

Chellot disse...

"Aulado" isso é "peciguição" amigo!
Você não conhece a nova lingua portuguesa? Escreva como se fala.
Também estou sem tempo para escrever e só agora pude dar uma pausa e ler sua postagem.
Tenha um ótimo fim de semana.

Beijos em seu coração.

Anônimo disse...

Marco!
Vou aproveitar pra deixar aqui meus votos de um Natal abençoado e um Ano Novo próspero e feliz!
(estou finalizando esse ano meio em estado de choque. Mas um choque bom, né... )
Bjão, parabéns pelo resultado do seu Mengão!

wellder18@hotmail.com disse...

Vlw meu caro, sou de juazeiro do norte e é sempre bom ouvirmos algo sobre nossa terrinha. Infelizmente esse foi um epsódio muito triste, uma das maiores chacinas que o país já viu. Tudo em nome da "democracia" e contra o "comunismo". Com esse acontecimento, percebe-se que bem antes de bush e em terras ermas a democracia ocidental já mostrava suas garrinhas.