segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Velhos hábitos


Neste domingo eu me dediquei a dois hábitos muito antigos e sempre prazerosos. Um deles foi assistir a festa do Oscar.
Nem me lembro da primeira vez que eu fiquei até tarde, trêbado de sono, para ver aquela festa, tudo bem, cafona pra dedéu, mas com um charme irresistível. Eu via a entrega dos carecas dourados e sonhava em ser o primeiro brasileiro a receber um. Na verdade, ainda sonho. Desde minha adolescência, já tenho até discurso pronto para o momento. Tomara que ele um dia me seja entregue pela Jennifer Connely ou pela Sharon Stone. Porque aí eu aproveito e... Arram! Melhor deixar isso para quando acontecer.
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Neste ano, os indicados para Melhor Filme estavam muito fracos. Na minha modestíssima opinião, os filmes que receberam a indicação eram muito sem graça. Ganhou o melhorzinho deles, o “Onde os fracos não tem vez”. Se tivesse ganho o “Desejo e reparação”, também não seria um descalabro, pois os dois eram os que se salvavam entre os cinco. Aliás, eu não consigo entender como um filme besta como “Juno” estava entre os indicados. Aquilo é uma bobagem sem tamanho e que ainda presta um desserviço aos jovens. Imagina se uma menina de 16 anos fala para os pais que está grávida e não ganha nem um esporro... Sei lá, vai que alguma debilóide acredita naquilo...
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Na safra cinematográfica do ano passado, certamente teve filmes melhores que os indicados e que não receberam a devida atenção. Filmes que me fizeram sair do cinema refletindo, doido para discutir com alguém sobre eles. Cito três exemplos: “No Vale das Sombras”, “Elizabeth – A Era de Ouro” e “Antes de partir”.
O primeiro trata da atual sociedade americana. Aquilo lá está afundando... O declínio do império é mera questão de tempo.
O segundo trata de um período que a gente quase nem estuda no colégio e que, na minha modesta opinião, foi fundamental para a história ocidental: os embates entre o rei Felipe II e a rainha Elizabeth I. Se a Espanha vencesse aquela guerra, não tenho dúvidas, o mundo hoje seria diferente.
O terceiro é uma comédia deliciosa, com diálogos magistrais e um banho de interpretação de Jack Nicholson e Morgan Freeman. Eles fazem dois doentes terminais que elaboram uma lista de coisas para fazerem antes de espicharem os respectivos pernis.
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Tudo bem. Sei que aquilo lá é uma festa, que não dá para levar Oscar a sério. Mas antigamente, era uma maravilha para os olhos. Os números musicais eram fantásticos. O apresentador era Bob Hope (ou David Niven, ou Johnnie Carson...) e não este imbecil que colocaram agora e eu nem sei quem é, de onde saiu. Até a Whoopie Goldberg é melhor que esse indigente!
As músicas dos filmes antigos eram primorosas. Várias são lembradas até hoje. Alguém aí me diga: quem lembra das músicas concorrentes de uns dez anos pra cá?
Vamos ver se a safra cinematográfica deste ano será um pouco melhor. Ainda não vi nenhum filme que tenha me deixado chapadão. Mas guardo alguma ansiedade para filmes que envolvem algumas de minhas antigas ternuras e que estarão nas telas daqui neste 2008. São eles: “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, “Speed Racer” e “Homem de Ferro” (e ainda teremos Indiana Jones!).
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Mas eu dizia que ontem me dediquei a dois hábitos bem antigos. Além de ver a festa do Oscar, pratiquei um velho costume: vi o Mengão se tornar campeão. Para quem não sabe, o Clube de Regatas do Flamengo é o âmbito impessoal que eu mais ardentemente amo na vida. E ver o Amado Mengo levantando taças é hábito que nunca me cansa. Aquela torcida, aquela Nação, melhor dizendo, enche o meu coração de alegria. Como diz a bela canção que a torcida entoa: “Eu sempre te amarei... Aonde estiver estarei... Ó meu Mengo!”

M.S.
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Na Rádio Antigas Ternuras, você ouve “O que é, o que é”, com Gonzaguinha. Eu acordei assobiando está música e a estou cantarolando até agora, só pela alegria de ser rubro-negro.

22 comentários:

Chellot disse...

Saudações rubro negro. Também fiquei ligada na tv vendo meu Mengão apagando o Fogo. Ainda não fui ao cinema este ano e o único filme que me interessou foi o novo com o Jonny Deppy, mas meu tempo tem andado curto. Continuo lendo seu livro e a cada página aprendo um pouco mais sobre a história do meu Rio.

Beijos bicampeões.

BABI SOLER disse...

Ontem a festa do Oscar me fez companhia enquanto trabalhava no PC.
Tinha muito tempo que não assistia.
Beijo.

Anônimo disse...

Boa Noite, Marco!

Através do Blog do Bené vim conhecer seu espaço...

Fiquei aqui um tempão, degustando cada palavra escrita, sou uma verdadeira admiradora dos bons escritores, parabéns por este cantinho, dá para entender porque ele é tão premiado, parabéns!

As lembranças de criança me encantaram e me vi em algumas delas...

Tenha uma semana de muito Amor e Paz...
Bjus no seu coração!

Moacy Cirne disse...

Oscar? Que Oscar? Algum primo do nosso querido Oscarito? Ah, sim, parabéns ao teu Mengão. Um abraço.

Anônimo disse...

Finalmnte encontro alguem que pense como eu,heheh.
Não assisti aos indicados ao OSCAR,mas não achei nada de interessante no muito que li sobre eles.
Pra mim,uma premiação que logo será esquecida. De resto,concordo com tudo que vc escreveu,MARCO.
Antigamente os apresentadores eram melhores. Muuuuito melhores. As musicas inesquecíveis e que marcavam uma época.

Como vc,espero com ansiedade os filmes deste ano.

Sobre o seu Mengo,apesar de torcer para o Botafogo no Rio,achei muito exageradas as reclamações contra a arbitragem.
Ainda que a distancia,não vi nada de errado.
Foi penalti no Fabio Luciano e as expulsões foram justas.

Abração!!

Francisco Sobreira disse...

Caro Marco,
Já houve tempo em que, apesar dos pesares, eu assistia, não toda, a cerimônia do Oscar. Hoje não me atrai mais. Mas quanto ao Mengo, esse sim, eu continuo vendo (pela tevê, claro), mesmo quando sofria o diabo nesses últimos anos. Agora, amigo, sobre esse filme "Juno", que não vi e nem vou ver, a não ser que o Tyson de antigamente me obrigasse a ir: nos tempos de hoje, você não há de convir que os pais não se chocam mais que uma filha (e já com 16 anos)engravide? Talvez numa cidade de enorme atraso, perdida neste imenso Brasil. Um abraço.

Anônimo disse...

Oi Marco!

Nossa voce é chique mesmo hem!! Receber o premio das mãos de Sharon Stone é mais que um sonho é um delirio rsrs... Espero que você conquiste o premio logo porque depois de certa idade fortes emoções podem ser perigosas. Aproposito eu fiquei um pouco decepcionada esse ano porque o Jhonny Deep nao conquistou o premio, ele é um excelente ator, consegue interpretar todos os tipos de papeis e até cantar. Acho que isso tudo é bem arranjado. Sei lá. Se eu estivesse lá seria quase tudo diferente.

Abraço

Anônimo disse...

Pois, eu não vejo os Óscars. Aliás, não me recordo do último ano em que assisti ao espectáculo. Também não sinto falta! Apenas via porque era nova e adorava sonhar com as estrelas, com as roupas, ser linda como elas, namorar com homens como eles..LOOOL MAs, depois a vida nos mostra que aquilo é só show-off, muita maquilhagem, muitos sorrisos falsos, muita vida triste!
Quanto aos filmes, não assisti a nenhum e nenhum me entusiasma! Contudo, fiquei com pena de uma coisa: na minha opinião há um actor que há muito que merece um óscar, de seu nome JOHNNY DEEP! Ninguém reconhece o excelente trabalho que ele tem feito! Mas enfim, é o meu gosto pessoal!
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Luma Rosa disse...

Este ano não me animei com a festa, não assisti a maioria dos filmes concorrentes, não estava torcendo para ninguém...estou falando isso porque o George pediu para que eu me resignasse e parasse de xingar aos quatro cantos a existência daquele Daniel Day Lewis, tão obsessivo e tão charmoso! aff! Boa semana! Beijus

Viviane Porto Drioli disse...

oi! Adorei o blog.Mesmo!
Entao nao fui a unica criança sonhadora a fantasiar sobre receber um Oscar? Pxa...KKKKKKKK.
Vou virar abituè deste espaço aqui.
Parabens
Temos o mesmo layout(rss)

Viviane Porto Drioli disse...

eu de novo...
como poem radio,no blog? ajude-me,please!
'brigada

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!
Imagino a sua felicidade, parabéns pelo seu time do coração. Quanto ao Oscar, não tenho a mínima vontade passar sono mais por nada, ainda mais quando acho que as coisas são "ajeitadas". Mas quanto aos filmes, eu tenho um personal crítico de cinema que me deixa antenada (hehehe), mas aqui só tenho os filmes um pouco depois nas locadoras ou quando viajo.. Tomara que possamos vê-lo recebendo seu Oscar!
Beijo!

Anônimo disse...

Marco,

também sentí que havia perdido duas boas horas de sono assistindo aquele verdadeiro show de horrores. As músicas então, padeciam de uma completa falta de sal. Na minha humilde opinião a única coisa que valeu a pena foi a presença daquela mulher maravilhosa que interpretou a Rainha Elizabeth, cujo nome não recordo agora. Estava elegantíssima e seu porte de rainha impressiona sempre. O resto, estará completamente esquecido dentro de poucos dias. Que saudade das festas de antigamente, com shows maravilhosos e apresentadores de primeira qualidade. Acho que o Oscar e os concursos de Miss Universo não têm mais vez no mundo moderno.

Grande abraço.

Márcia disse...

Ficar na frente da TV vendo Oscar? Aff! nem morta, bem...só se um amigo meu for indicado, aí sim rss
Dias lindos amigopratodavida
beijos

Anônimo disse...

Oi Marco!
Não vi o Oscar esse ano... Faz muito tempo que não tenho aquele entusiasmo de antigamente para ver a cerimônia. Os musicais são sem graça, os prêmios na minha opinião não são merecidos. Não sei se eu estou muito crítica ou sei lá. Mas concordo com vc em muita coisa! Vc escreve de uma forma única!
Um beijo!
Carpe diem!

J.F. disse...

Marco, perdi interesse pelo Oscar há bastante tempo. Nem me fale em músicas. É lamentável a decadência. Só vejo uma forma de o Oscar voltar a ser o que era: será no dia em que a Sharon Stone lhe entregar o prêmio. Nesse aid, avise os amigos. Faço questão de assistir e bater palmas.
Abração.

Giovanna Batini disse...

Marco, nem Oscar nem Mengo, sou paulista e não gosto muito de babar para nossos vizinhos de cima, que se acham os melhores do mundo em tudo!!! (risos)
Mas vai conhecer meu novo endereço, sopros fresquinhos, agora neste calor!! http://www.soprodamorgana.blogspot.com/ sopros de beijos

Giovanna Batini disse...

Só pra esclarecer, os vizinhos são os americanos, ok?? rsrsr beijos

Maia Oliveira disse...

Olá, com está?
Espero que bem.
Vim parar aqui hoje de uma maneira engraçada, como por hábito estava a ler o blog do JF e vi seu blog como indicação, e me sinti tentada a vê-lo, o título do blog me chamou a antenção e agora estou feliz por não ter resistido a tal tentação, li cada palavra com muito gosto, a algum tempo não via alguém que como eu sauda por um mundo diferente, talvez antigo, onde certaz coisas deveriam ter sido preservadas e admiradas com mais afinco, li com gosto você falar sobre o oscar, não tenho pasciência, admito, de ver a premiação, uma lastima a minha, espero adquirir esse gosto ainda, e tenho o grande sonho de trabalhar com cinemoa, por esse motivo,mas ainda, tenho que começar a assistir o Oscar, mas o que me deixou mais feliz foi o modo como você escreveu tudo, realmente me senti feliz de ter vindo aqui.
Estarei aqui sempre, vou tentar ler outros posts de seu blog ainda essa semana, tenho certeza que o admirarei mais ainda.
Então,acho que é isso.
Parabéns pelo blog.
Tudo de bom para você e, com certeza, até mais.

Anônimo disse...

Olá Marcos, tudo bem com você? Nossa, quanto tempo não escrevo um recadinho para você. Mas saiba que sempre estive aqui, você é um cara supimpa. Obrigada por você me ajudar num momento ruim para mim. Você é o máximo, me sinto orgulhosa em ter sua amizade. Torço muito por você bunitinho. Beijoss MMartha

Mimi disse...

Realmente Ternurinha, os filmes de hoje em dia não estão lá com essa bola toda... Precisam ficar relançando Rocky, Rambo, Star wars, Indiana Jones... Nada exatamente contra, mas salta aos olhos que as boas idéias estão esquecidas em algum baú.
Só falta mesmo, MESMO, MESMO é fazerem um filme sobre o nosso amigo Sandman!!! um não, faz logo uns três que sobre Morpheus não vai faltar roteiro para adaptar!!!

muitos abraços e beijos

(menino, tow doida atrás da tal da música da Mimi e não consigo baixar!!!!)

ninguém disse...

Marco. Você está tapado de razão: os caras perderam o pé para escolher e fazer cinema. Saudades de outras épocas, mesmo, e isso nem é saudosismo - é tristeza mesmo por ver tanta porcaria levando milhões de dólares, com atores sem graça, diretores sem mão, histórias sem sentido.
O bom é que ainda dá pra rir das cafonices da platéia e de quem sobe ao palco na festança do tio Oscar.
bj