domingo, agosto 20, 2006

Três histórias...


1 - As águas dos rios, da chuva, do céu... entram pela terra, atravessando sedimentos.
Numa gruta, gotas lentas deslizam religiosamente o pó elemental...bem devagar, praticamente desconhecendo que exista o Tempo. Vão formando no céu da boca da terra, um dente, uma estalactite, que cresce rumo ao chão, querendo encontrar algo.
Lá em baixo, igualmente sem pressa, a mesma gota carregada de resíduos que forma a estalactite, constrói um outro dente na terra, em sentido inverso. Nasce a estalagmite.
Ambas estão fadadas a se encontrar. Como eu e você. É uma questão de tempo...
*

2 - E no princípio era o Vazio. De algum lugar, partiram dois pontos se deslocando no espaço...E em um segmento daquele universo, seus olhos se cruzaram e aquele olhar contava da vida de cada um...tudo o que tinham visto, ouvido, sentido naquela vastidão. E perceberam que se amavam... Mas como eram retas paralelas, estavam condenados a se encontrarem somente no infinito. Ou a subverterem as leis do Cosmo...
*

3 - Ele viu a imagem da moça e sentiu o coração apertar. Será que a conhecia de algum lugar, de algum tempo?
Não tardou e começaram a se falar.
E eram tantos encontros (bem mais que os poucos desencontros), tantas afinidades, a certeza de que se pertenciam foi crescendo. Escalaram juntos montanhas de esmeraldas, uniram mãos e lábios em campinas verdejantes, sonharam juntos sol, lua, mar e estrelas.
Tiveram de se afastar para se aproximarem na dimensão do pensamento.
Até que se reencontrem. Mesmo no infinito. Mesmo depois do tempo do Tempo passar.
*
(Estas histórias são partes avulsas de uma peça que pretendo escrever)
M.S.
***********************************************
Na Rádio Antigas Ternuras, você está ouvindo “Karen’s Theme”, com Richard Carpenter.

21 comentários:

Ana Carla disse...

Ah, o Tempo!! Já me dispus a escrever sobre ele... mas o Tempo ainda não permitiu...rs... Promete colocar mais histórias dessa peça?
Beijão, Marco!! Boa semana!!

Anônimo disse...

Marco querido,
a peça será dividida em várias histórias ou se fundirão numa só?
Achei um espetáculo terem que se afastar para se aproximarem na dimensão do pensamento...lindo.
Esse trabalho seu eu não perderei de jeito nenhum :)
Linda semana meu anjo
beijosssssssssssss

Anônimo disse...

nossa to aqui de boca aberta deslumbrada com tanta beleza num relato emocionante ,romantico e maravilhoso,tudo que se relaciona com o pensamento,infinito e união é magnifico ,adoreiiii,lindo poemaa,é um dançar no infinito é maravilhoso tudo que escreveu ,é sem palavras lindo demais,deixo meu carinho e mil bjssss

Lara disse...

Marco, depois que você me contou que respondia os comentários tive que vir aqui e ler todas as minhas respostas, né? hehehe

Achei as histórias muito boas, você é o tipo de escritor que consegue passar emoção em suas palavras, consegue fazer com que mergulhemos ali e sintamos as sensações.



Beijos

Anônimo disse...

Gostei da terceira história. "Tiveram de se afastar para se aproximarem na dimensão do pensamento"...Isso soa tão familiar.

Abraços.

Sentenza,interino.

Anônimo disse...

Peça que tem tudo pra ser um sucesso,MARCO.
Uma otima semana a vc
Abração!

Luma Rosa disse...

Uma promessa, desculpe a retundância, que promete!!
Partindo do princípio de que tudo tem que acontecer, um dia acontece e o tempo apenas é um detalhe.
Não come carne, bonitinho?? (rs*)
E a música de fundo é incompatível com o videozinho. Sorte que esse já conheço!!
Também já dancei em Góias e justamente na casa da ponte.
Vai participar amanhã da postagem coletiva? Participe!!
Boa semana! Beijus

Claudinha ੴ disse...

Olá Marco!
Estou aqui suspirando ao ler estas três histórias. Mesmo elas sendo partes, parecem-me que se fundem em algum lugar. E subvertendo as leis do cosmo, as paralelas se encontram no infinito dos pensamentos, como estalactites e estalagmites que se formam nas cavernas ocultas da alma. Não haveria mais o vazio, seriam espaços de montanhas de esmeraldas até se reencontrarem, sempre dando tempo ao Tempo...
Sua peça será, no mínimo, maravilhosa! Avise, que eu quero assistir!
Beijo! Ótima segunda!

Roby disse...

Markito amigo!

Voltamos das férias ..e trouxe malas e malas de saudades de ti ...
Não podia deixar de vir ver-te,e saber como tu estás.

Até já...aos poucos vou postando fotos de nossas férias, hoje já tem uma..rsr

Aquele upa Marco!

Anônimo disse...

Bom mesmo é quando dois seres que se procuram coincidem no mesmo espaço e tempo...

Anônimo disse...

Depois de tão belas palavras em três trechos da peça, acredito que ela deverá ser um sucesso. Águas penetrando a Terra, pontos se deslocando no espaço rumo ao infinito e, afinal, a vida pelo olhar daqueles destinados a se encontrarem apenas no infinito. De uma poética beleza tudo isso.

Abração.

Fugu disse...

Adorei esses dentes se formando no ventre da Terra, esse tempo circular que desafia os físicos e enlouquece os apaixonados. O tempo dos enamorados não é medido pelo tique taque do relógio, mas por suas pulsações. E o melhor da paixão é que ela deixa docemente produtivos, escrevendo coisas lindas como essas que você deixou aqui. Beijo você!

Fugu disse...

Adorei esses dentes se formando no ventre da Terra, esse tempo circular que desafia os físicos e enlouquece os apaixonados. O tempo dos enamorados não é medido pelo tique taque do relógio, mas por suas pulsações. E o melhor da paixão é que ela deixa docemente produtivos, escrevendo coisas lindas como essas que você deixou aqui. Beijo você!

Anônimo disse...

Que legal, Marco! Escreva mesmo. Já até consigo visualizar as cenas, fragmentadas no ambiente mágico de um teatro.
Quando ao n. 2, certa vez, conversando com um piloto, ele me afirmou q nao existe linha reta(no caso da aviação) Pra fazer um pouso, deve-se dar uma volta de quase nem sei quantos graus(falei bobagem?) Acho q ele me disse isto mesmo, pq estávamos sobrevoando as Ilhas Canárias e surgiu a conversa da rota de um avião.
Bom, desejo a vc uma ótima semana.

Anônimo disse...

A associação não tem nada a ver , mas me lembrou um curioso disco de rock progressivo do Jon Anderson com o Vangelis , "Short Stories".

Abração!

Anônimo disse...

"Pretende"?? Ah, ams faça o favor de escrever logo... fiquei aqui lendo e já pensando: vou copiar, vou copiar, vou copiar... e vou copiar sim senhor! Achei lindo... definição mais-que-perfeita pra uma coisa que eu sinto e penso e não conseguia explicar... você explicou por mim!!!! Eu adoro o seu blog, a forma como você escreve... muito!!!
Citei você no meu post... aliás, agradeci...
Beijo, se cuida!

Anônimo disse...

olá querido

hum, histórias para divagar.
histórias para sonhar
adorei
achei assim tão leve...gostosas de se ler...

um beijo enorme

Saramar disse...

Marco, falar de amor, do encontro de duas almas apaixonadas que superam a distância e dividem seus sonhos e carinhos é sempre, sempre importante e maravilhoso.

Pelo aperitivo, já vi que a peça será um sonho.

beijos

Anônimo disse...

Tudo bem querido?
Sumido vc heim?
Passei pra deixar beijosssssssssss

Marco disse...

Querida Ana Carla: Que bom que você gostou. As histórias são avulsas, tenho que deixar amadurecer.mas tenho algumas idéias sobre os personagens.

Marcíssima querida: Ainda não defini totalmente o rumo da história. Mas fico feliz por você ter gostado.

Linda menina Samara: Fico muito feliz por você ter gostado. É um prazer escrever sobre amores possíveis.

Que bom que gostou, Eduardinha! E agradeço por suas gentis palavras. Sim, eu respondo aos comentários que fazem aqui no AT.

Sentenza: A Vendetta te deixou como interino? Essa menina pensa em tudo. Prazer em tê-lo por aqui.

Vamos ver no que esta história da, grande DO.

Querida Luma: Concordo com você. O que tem de acontecer sempre acontece, e não é redundância, não. O Universo conspira em nosso favor.
Sim, sou vegetariano.
O post sobre a violência está no AT.

Minha doce Claudinha: Você acertou em cheio! As histórias tratam de um casal, que embora estejam entre impossibilidades, tem o Universo a seu favor. Eles se amam e acabam se encontrando. E estarão juntos por uma eternidade e mais mil anos, pois foram feitos para isso.
Leve o tempo que for necessário paraformar estalactites e estalagmites. Eles haverão de estarem juntos.

Que bom que voltou, querida Roby! Irei visitá-la tão logo possa. Bom retorno ao ambiente blogueiro.

Pois é, querida Lili: Este casal da história se encontra porque tem de se encontrar. E ultrapassarão as adversidades por terem sido feitos um para o outro.

Obrigado pelo estímulo, grande Zeca! Pois é, histórias como essam precisam ser eternizadas. Que bom se eu conseguir isso.

Querida Fugu: Só os corações apaixonados como o seu reconhecem as nuances de quem verdadeiramente se ama, como este casal da minha história. Eles foram feitos para serem felizes juntos. E deverão ser.

Grande Rubo: Bem interessante esta história de aviação. Mas este casal da minha peça se move dentro das leis do Cosmo, subvertendo-as por conta de seu amor. O tempo irão ser um fiel aliado deles.

Grande Mutante: Nem conheço esta canção, mas se você falou, está falado. Valeu!

Querida Karine: Fico feliz por você ter apreciado tanto as minhas histórias. São palavras avulsas, que estou dando forma. Que felicidade pra mim é saber que você encontrou afinidades com este casal de meus contos. Quem ama certamente se identifica com eles.

Querida Claudia: As histórias são leves, sim. São feitas para refletir e sonhar. O amor é possível. Mesmo quando parece não o ser.

Acertou na mosca, querida Saramar: almas apaixonadas sempre se encontram e o univeso acaba por conspirar para este encontro. Os anjos aplaudem e a natureza fica feliz. Minhas histórias falam disso. Da beleza que é encontrar que procurávamos.

Cara Claire: Ainda estou trabalhando nas histórias. Também tenho interesse em saber como elas ficarão amarradas. O Tempo dirá.

Valeu, moçada! Abraços e beijinhos e carinhos e ternuras sem ter fim!

Anônimo disse...

Amigo Marco! Pela amostra - minha imaginação já deu mil voltas com essas mágicas palavras!!! - a peça certamente será ótima. Grande beijo.