Com tanto filme novo em cartaz, fiz programa duplo e fui assistir a A Sogra e ao novo filme de Walter Salles, Água Negra. O primeiro é uma comédia despretensiosa e muito divertida por sinal. Jane Fonda, de volta às telas, dá o seu show habitual, com a participação da habitual Jennifer López.
*
Entretanto, minhas expectativas estavam no filme do Waltinho por pelo menos três razões: é do gênero terror, que eu adoro; é refilmagem de terror japonês, que ultimamente tem nos dado histórias de tirar o fôlego; e ostenta no elenco o meu atual xodó, a Jennifer Connely. Como essa moça é bonita, benzodeus! A sua presença ilumina a tela e é uma festa para os olhos e o coração. Ela nos deixa (pelo menos a mim) com vontade de dar uma de “Rosa Púrpura do Cairo” e entrar pela tela adentro, pega-la no colo e sair correndo para casa.
*
Além dessas razões claras e objetivas, o filme me provocou curiosidade pelas diferenças nas avaliações de dois críticos de O Globo. Para um, bonequinho aplaudindo sentado. Para outro, bonequinho saindo do cinema, cuspindo marimbondos. Quando li a crítica de um e de outro, pensei que ou havia algo de errado com o filme ou eles tinham enlouquecido. Estou mais inclinado pela segunda hipótese.
*
Não costumo concordar com a opinião dos críticos de O Globo. Já tive a oportunidade de ler verdadeiros absurdos cometidos pelos caras de lá. Mas avaliações tão díspares assim, não costumam ser comuns. Pessoalmente, nem acho que o filme seja para o bonequinho aplaudir e muito menos para ele sair irado do cinema. É inegavelmente um bom filme, sem nada de muito especial, com uma estória interessante e bons desempenhos. O elenco conta com três atores que costumam arrasar como coadjuvantes: John C. Reilly, Pete Postlethwaite e Tim Roth. A própria Jennifer Connely, além de ser um colírio, é uma atriz muito boa, como pode ser atestado em seus filmes, com destaque para “Uma Mente Brilhante”, que inclusive lhe deu um Oscar. Os demais atores estão corretos, sobressaindo a menina Ariel Gade, bastante expressiva. Walter Salles fez uma direção segura, cuidadosa com os atores, o que deveria ser freqüente nas produções norte-americanas mas infelizmente não é. A Jennifer Connely, inclusive, afirmou na entrevista de lançamento do filme que “confiou cegamente” no diretor brasileiro e que quer repetir a dose e trabalhar com ele outra vez, seja em que projeto for. E tomara que seja comigo no elenco!
*
O crítico que meteu o malho apontou o fato dos filmes de terror japoneses (incluindo suas refilmagens) serem mais psicológicos do que assustadores. Discordo veementemente. Mesmo porque uma coisa não invalida a outra. Não precisa ter os clichês de gato pulando na tela, monstros babando e estripadores de peixeira na mão para apavorar a platéia. A situação de aparentemente nada acontecer mas tudo podendo acontecer contribui para um clima simplesmente desesperante. Filmes como “O Grito” (especialmente), “O Chamado” 1 e 2 e um outro do qual não me lembro do nome, me deixaram particularmente tenso dentro da sala de exibição. E o mais interessante é que nestas histórias não existe o velho maniqueísmo do “bem” sempre vencer o “mal” no fim, extremamente comum em filmes americanos. Ao contrário, as forças malignas nas películas japonesas acabam vencendo o jogo, o que nos deixa mais ainda com uma certa parte do corpo trancada, de não passar nem agulha ensebada.
*
Não deixa de ser curioso e instigante ver histórias de terror se passarem em megalópoles superpovoadas como Tóquio e New York. Talvez até por isto mesmo aumente nossa a carga de adrenalina, visto que fica claro que nós, pessoas comuns e não lordes de castelos ingleses mal-assombrados, estamos sujeitos a passar perrengue com as forças do Além em nossas casas e locais de trabalho.
*
Para quem gosta do gênero, pode ir ver sem susto porque vai levar muitos sustos. Costumo dizer que não se deve levar muito ao pé da letra a opinião de críticos por ser exatamente isto: uma opinião. E cada um tem direito de ter a sua.
M.S.
*
Entretanto, minhas expectativas estavam no filme do Waltinho por pelo menos três razões: é do gênero terror, que eu adoro; é refilmagem de terror japonês, que ultimamente tem nos dado histórias de tirar o fôlego; e ostenta no elenco o meu atual xodó, a Jennifer Connely. Como essa moça é bonita, benzodeus! A sua presença ilumina a tela e é uma festa para os olhos e o coração. Ela nos deixa (pelo menos a mim) com vontade de dar uma de “Rosa Púrpura do Cairo” e entrar pela tela adentro, pega-la no colo e sair correndo para casa.
*
Além dessas razões claras e objetivas, o filme me provocou curiosidade pelas diferenças nas avaliações de dois críticos de O Globo. Para um, bonequinho aplaudindo sentado. Para outro, bonequinho saindo do cinema, cuspindo marimbondos. Quando li a crítica de um e de outro, pensei que ou havia algo de errado com o filme ou eles tinham enlouquecido. Estou mais inclinado pela segunda hipótese.
*
Não costumo concordar com a opinião dos críticos de O Globo. Já tive a oportunidade de ler verdadeiros absurdos cometidos pelos caras de lá. Mas avaliações tão díspares assim, não costumam ser comuns. Pessoalmente, nem acho que o filme seja para o bonequinho aplaudir e muito menos para ele sair irado do cinema. É inegavelmente um bom filme, sem nada de muito especial, com uma estória interessante e bons desempenhos. O elenco conta com três atores que costumam arrasar como coadjuvantes: John C. Reilly, Pete Postlethwaite e Tim Roth. A própria Jennifer Connely, além de ser um colírio, é uma atriz muito boa, como pode ser atestado em seus filmes, com destaque para “Uma Mente Brilhante”, que inclusive lhe deu um Oscar. Os demais atores estão corretos, sobressaindo a menina Ariel Gade, bastante expressiva. Walter Salles fez uma direção segura, cuidadosa com os atores, o que deveria ser freqüente nas produções norte-americanas mas infelizmente não é. A Jennifer Connely, inclusive, afirmou na entrevista de lançamento do filme que “confiou cegamente” no diretor brasileiro e que quer repetir a dose e trabalhar com ele outra vez, seja em que projeto for. E tomara que seja comigo no elenco!
*
O crítico que meteu o malho apontou o fato dos filmes de terror japoneses (incluindo suas refilmagens) serem mais psicológicos do que assustadores. Discordo veementemente. Mesmo porque uma coisa não invalida a outra. Não precisa ter os clichês de gato pulando na tela, monstros babando e estripadores de peixeira na mão para apavorar a platéia. A situação de aparentemente nada acontecer mas tudo podendo acontecer contribui para um clima simplesmente desesperante. Filmes como “O Grito” (especialmente), “O Chamado” 1 e 2 e um outro do qual não me lembro do nome, me deixaram particularmente tenso dentro da sala de exibição. E o mais interessante é que nestas histórias não existe o velho maniqueísmo do “bem” sempre vencer o “mal” no fim, extremamente comum em filmes americanos. Ao contrário, as forças malignas nas películas japonesas acabam vencendo o jogo, o que nos deixa mais ainda com uma certa parte do corpo trancada, de não passar nem agulha ensebada.
*
Não deixa de ser curioso e instigante ver histórias de terror se passarem em megalópoles superpovoadas como Tóquio e New York. Talvez até por isto mesmo aumente nossa a carga de adrenalina, visto que fica claro que nós, pessoas comuns e não lordes de castelos ingleses mal-assombrados, estamos sujeitos a passar perrengue com as forças do Além em nossas casas e locais de trabalho.
*
Para quem gosta do gênero, pode ir ver sem susto porque vai levar muitos sustos. Costumo dizer que não se deve levar muito ao pé da letra a opinião de críticos por ser exatamente isto: uma opinião. E cada um tem direito de ter a sua.
M.S.
5 comentários:
Pois é, opinião é igual bunda: cada um tem uma e eles já deram as deles. Concordo com o "especialmente" para "O Grito". Também prefiro o enfoque no inferno pessoal, do acossamento psicológico individual em que os japas investem. Passei dois meses perturbado pelo Toshio... O bom de filme de terror é que o boca-a-boca é que garante o sucesso, mais que os outros gêneros. Diferente dos outros estilos, a crítica não pesa tanto no êxito comercial. Se bem que os caras são pagos pra opinião, então são obrigados a encarar um monte de coisas que não gostam ou entendem. De repente, tão falando mal só pra tirar uma de originais. Jornalismo cultural fede! Você conhece um filme oriental sobre um concurso de dança? Assisti um pedaço no "Cine Belas Artes" do SBT, mas meus neurônios parece que têm teflon, não gruda nada.
"São pagos para opinar"
Ontem fui assistir a um filme criticado como "bonequinho aplaudindo de pé". O nome é "Desejo e Obsessão" (guardem este nome). É um filme doente, feito por doentes para doentes. Não passe nem na calçada de onde estiver em cartaz. Pois é: fiz uma concessão e me dei mal. Não dá para levar crítica de O Globo a sério.
A única informação que tenho do filme é que o Waltinho reclamou da edição que o estúdio o obrigou a fazer. Tomara que realmente valha a pena, apesar destas intromissões!
Concordo inteiramente sobre "Água Negra". Confesso que as críticas negativas vindas dos EUA me motivaram ainda mais para ver o filme, e depois as excelentes observações do Hélio Nascimento, crítico do Jornal do Comércio de Porto Alegre (http://jcrs.uol.com.br/). Simplesmente um filme maravilhoso, psicológico, dramático (no sentido mais impactante que possa ter), e muito bem dirido. Walter Salles está cada vez melhor na direção e acho que eu já deveria incluí-lo naquela lista dos D maiúsculos!
Postar um comentário